António Miguel Cardoso foi eleito presidente do Vitória SC a 5 de março de 2022. Cumpridos 12 meses, garante não abdicar deste “importante desafio”
A noite de 5 março de 2022 ficará para sempre gravada na memória de António Miguel Cardoso. Há exatamente um ano, o presidente do Vitória SC vencia as eleições, recolhendo 4148 (62,5%) dos 6637 votos contabilizados, impondo-se aos candidatos Miguel Pinto Lisboa, com 1243 votos (18,7%), e Alex Costa, com 1161 votos (17,5%), e pela primeira vez na história do clube, que completou 100 anos em setembro, um presidente em funções (Pinto Lisboa) perdia umas eleições.
Rosto principal da lista “Mais Vitória”, António Miguel Cardoso tinha como metas prioritárias a redução do orçamento para o futebol profissional e a superação dos sétimos lugares de 2019/20 e 2020/21, e depressa demonstrou que era possível essa conjugação, ao mesmo tempo que projetava um clube capaz de “andar sempre lá em cima”. A mudança de rumo fez-se com uma nova cultura desportiva, maior critério nas contratações e maior coordenação entre as equipas técnicas, emergindo dessa aposta Moreno Teixeira, o ex-treinador da equipa B, promovido à equipa principal no verão passado, por pura escolha do líder do clube.
A classificação não deixa margem para dúvidas: sendo uma das equipas mais jovens do campeonato, o Vitória SC posiciona-se nos lugares cimeiros nesta segunda volta enquanto a Direção do clube tratou de assegurar como parceiro o V Sports, detido pelo multimilionário egípcio Nassef Sawiris, proprietário do Aston Villa, da Premier League, e detentor de quase 6% das ações da Adidas e de 5% da empresa Madison Square Garden Sports, proprietária das equipas New York Knicks (NBA) e New York Rangers (hóquei no gelo). Numa das assembleias gerais mais participativas dos últimos anos, os sócios do clube aprovaram, por larga maioria, a venda de 46% das ações da Vitória SC ao referido fundo e António Miguel Cardoso tem a clara noção de que esse passo será meio caminho andado para o clube se tornar mais forte no plano financeiro e os seus ativos se valorizarem.
Em declarações à comunicação do Vitória SC, António Miguel Cardoso fez um balanço positivo deste primeiro ano de mandato. “Encontrámos o clube numa situação muito difícil, sem grandes fontes de rendimento. Havia uma série de dívidas para pagar, a começar pelo pagamento das ações de Mário Ferreira, e a anterior direção já havia gasto os 20 milhões de euros antecipados em receitas televisivas e, por isso, tivemos de negociar passes de alguns jogadores, aliviando ao mesmo tempo a folha salarial das equipas profissionais. Graças à entrada do novo parceiro do Vitória SC, que mereceu ampla aprovação da parte dos associados, poderemos manter a maioria dos nossos atletas e fazer face a obras indispensáveis na nossa Academia e no Estádio D. Afonso Henriques. Aos poucos, o clube começa a levantar-se para voltar a ocupar uma posição de relevo no futebol português, e até na Europa, e não ficaremos por aqui”, prometeu.
Foi um ano em cheio, “recheado de importantes conquistas, a todos os níveis”, e o presidente do Vitória SC não se dá por satisfeito. “Não abdico deste importante desafio, quero elevar bem alto o nome e o símbolo deste clube. É essa a minha missão”, referiu, dando conta de um clube organizado em todos os setores. “Uma das minhas preocupações era estruturar o Vitória SC e, nesse sentido, foi constituído um organograma muito concreto, que será, por certo, uma mais-valia para as futuras direções, quando a minha já não estiver em funções. O Vitória SC está agora muito mais estruturado, com os departamentos articulados e a servirem melhor o clube”, vincou.