Conheça mais de Martim Guedes, médio dos Sub-15
Há nomes peculiares no panorama desportivo e depois há o Zeega. É que a associação com o nome próprio é de uma associação difícil. Pois, Martim Guedes é o Zeega que o adepto lê na convocatória e no onze inicial. Desfeito o mistério, fomos tentar perceber a origem do nome, o que nos levou para uma viagem ao passado do jovem e às razões da vinda para o Vitória. “Quando estava no Paços de Ferreira, havia um jogador no Sporting que se chamava Marvin Zeegelaar e o meu treinador, como eu me chamo Martim e é parecido a Marvin, começou a chamar-me Zeegelar, até que ficou Zeega”, começou por explicar.
Percebemos já que os primeiros pontapés na bola foram dados ao serviço do emblema da Mata Real mas a ligação foi curta. Há cinco anos que Martim Guedes representa os Conquistadores, numa relação que o próprio espera prolongar por vários anos. “No momento em que soube da proposta do Vitória eu nem pensei duas vezes. Sempre ouvi falar muito bem deste Clube, dos adeptos, da raça que todos aqui têm. E a ambição. A ambição aqui é diferente. Estou cá há cinco anos e não me arrependo, mesmo que as viagens se tornem um pouco cansativas”, disse. O despertador toca cedo, às 6h50, e desde esse momento a vida de Martim é “entregue” aos responsáveis vitorianos. “A carrinha do Vitória vai buscar-me a casa, chego a Guimarães por volta das 8h20 e vou para a escola. Saio e venho para a Academia, onde almoço e tenho aulas de estudo. A seguir, tenho o treino e só às 19h é que volto para casa, ou seja, é um dia inteiro por conta do Vitória, o que demonstra o cuidado e a confiança que o Clube tem em nós”, agradeceu.
De forma a retribuir o “acompanhamento impecável”, Zeega procura entregar-se de corpo e alma dentro de campo. O médio, que atua na posição 8, até fez golo no último jogo mas reconhece que é “melhor a pensar o jogo”. A posição também é uma novidade para ele, depois do técnico Gil Lameiras o ter adaptado no início da época. “Eu sempre joguei a extremo mas o mister, no início do ano, colocou-me a jogar no meio-campo e confesso que tenho gostado mais. É uma posição que me dá mais responsabilidade porque o meio-campo é o cérebro do jogo e isso dá-me mais prazer. No início, tive algum medo de não cumprir mas acho que tenho dado boa conta do recado (risos)”, brincou.
“Sentimos que os adversários dão tudo nos nossos jogos”
A equipa de Sub-15 tem feito um percurso de altos e baixos e o jovem de 14 anos tem até uma explicação para isso. “No nosso primeiro jogo, em Setúbal, não estivemos bem. Penso que nos faltou alguma humildade e a verdade é que os nossos adversários quando jogam contra nós dão tudo e nós sentimos isso. Depois, recebemos o Sporting e aí já conseguimos ser nós próprios e jogar um bom futebol. Tive pena do desaire com o FC Porto porque foi algo injusto, percebemos que poderíamos e merecíamos mais. Felizmente, não nos deixámos abalar e demos uma boa resposta contra o Tondela”, comentou.
Martim Guedes espera dar continuidade a este resultado já no próximo domingo, aquando do duelo com a Académica. O jogador português, fã de Modric, mantém ainda o sonho do título, mas foca objetivos para o compromisso diário. “Enquanto for possível vamos alimentar o sonho mas o que pretendemos, acima de tudo, é fazer jogos competentes, praticarmos um futebol atrativo, que alegre quem está a ver. No meu caso pessoal, quero é continuar titular, marcando ou não, quero é ser opção para o mister, que também me tem ajudado muito a evoluir como jogador”, concluiu.