Furtado voltou à Seleção para representar os Sub-18
Tem pinta de craque e uma vontade “imensa” de chegar longe. Os motivos são vários e “fazer valer a pena os sacrifícios” é um deles. Natural de Lisboa, Furtado vive a mais de 300 km de casa e admite que “tem custado suportar as saudades” da família. Da mãe. O ar rebelde impede-o de ser visto como um ‘filho da mamã’ mas a forma como fala da progenitora denuncia-o. E ainda bem que assim é, acrescentamos.
Em entrevista aos meios de Comunicação Social do Clube, o extremo dos Sub-19 falou, pela primeira vez, da chamada à seleção nacional de Sub-18 e da alegria da partilha da notícia com…a mãe. “É sempre bom ser chamado à seleção, ainda por cima porque também me permitiu conhecer a Cidade do Futebol, pois nunca lá tinha estado e o ambiente que lá se vive é espetacular. Fui no escalão de Sub-17 mas ainda não tinha voltado e nem estava à espera desta convocatória, até fiquei surpreso. Soube através do Nogueira, que me enviou uma mensagem. A melhor sensação é a de informar os nossos pais. Eu liguei logo à minha mãe a dizer que tinha sido convocado”, lembrou.
Em Guimarães há três anos, Furtado já se habituou à ideia de viver longe de casa mas o hábito não diminui a saudade. Depois de ter dado os primeiros toques na bola perto de casa, tendo representado o SL Benfica, o jogador de 17 anos cumpre, atualmente, o primeiro ano nos Sub-19. Já na cidade-berço, recebeu a notícia do nascimento da irmã. Vitória tem oito meses e é a caçula da família. É, também pelo conforto dela e das outras mulheres da família, que Furtado se foca no plano A: ser jogador de futebol. “Eu sei que é importante termos um plano B, que é fundamental termos boas notas na escola mas eu confesso que sou um bocado ‘baldas’ porque foco-me muito no plano A, porque tenho de fazer valer a pena esta ausência de casa”, vincou.
As exibições no campeonato nacional e a convocatória para o último estágio de preparação da Seleção têm feito valer a pena mas o jogador quer mais. Para já, deseja “honrar o emblema do Vitória”, naquela que é a ordem do mister Ricardo Lima. “Apesar de não termos conseguido apurar-nos para a Fase de Apuramento de Campeão, algo que nos doeu imenso, estamos igualmente motivados nesta fase da época. O treinador está sempre a dizer-nos que temos de honrar o emblema e ganhar todos os jogos. No meu caso em particular, tenho ainda mais um ano neste escalão e tenho de continuar a mostrar que sou válido para o futuro. Um jogador está sempre em constante avaliação e não podemos apenas jogar e desfrutar quando há algo maior em disputa”, atestou o extremo em vésperas da equipa vitoriana receber o Anadia.
No mesmo dia em que os Sub-19 jogam no Campo 6 haverá, naturalmente, outros duelos para ver. Com o sábado ocupado, o jovem internacional deverá voltar à Academia no dia seguinte para “assistir aos jogos dos outros escalões”. É que, quando não vai ao cinema, Furtado vai apoiar os mais novos e as colegas de Futebol Feminino. “Eu vivo com outros colegas na Residência do Clube e partilhamos alguns momentos juntos. Por vezes, depois do almoço (na cantina da Academia), vamos à agenda do Vitória e vimos o que há para ver. Ainda no último fim-de-semana fomos ver a equipa sénior de Futebol Feminino. O que fazemos mais? Ir ao cinema. E nem é difícil escolher o filme. Vimos os horários e vamos ver o que estiver em exibição”, contou.
O género do filme pouco importa e nem o desfecho causa curiosidade. Afinal, Furtado quer apenas um “final feliz”: ter sucesso no futebol.