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“Fiquei ansioso e só queria que a hora do treino chegasse rápido”

André Oliveira, que já foi chamado aos treinos da equipa principal, é um dos jovens promissores da cantera vitoriana

O futebol não foi amor à primeira vista mas André Oliveira é hoje um jovem rendido à bola. Ainda assim, a sua primeira paixão é o desporto sobre rodas. Até aos 5 anos, o defesa nunca tinha tocado numa bola e era “completamente apaixonado por carros”. É, também por isso, que está “ansioso por completar 18 anos e poder conduzir”. O jeito tranquilo e pacato é, no entanto, uma contradição àquilo que o faz realmente vibrar. “Nunca fui apaixonado pela Fórmula 1, o que gosto mesmo é rally ou então de carros clássicos. Os carros eram realmente a minha paixão em criança e, antes de experimentar o futebol, pratiquei andebol”, contou.

O primeiro contacto com o desporto-rei surgiu por influência de um amigo. Uma amizade dentro e fora das quatro linhas que se mantém até hoje. “Por acaso só vim para o futebol porque o Rodrigo Duarte insistiu. É o meu melhor amigo desde sempre e, naturalmente, o colega com o qual tenho a melhor relação na equipa. Os nossos pais são amigos desde infância”, partilhou, confessando depois uma ‘curiosidade’ interessante: “Os números dos nossos cartões de sócio são seguidos”. A coincidência tem uma razão: André Oliveira é sócio do Vitória desde pequenino. Somos mais precisos: com apenas um mês de vida o central tornou-se associado do Clube, no mesmo dia em que Rodrigo Duarte também se fidelizou.

Volvidos 17 anos, os dois jogadores fazem parte da mesma equipa de Sub-17 e ambos foram já chamados aos trabalhos da formação principal. André Oliveira recorda o momento: “Lembro-me perfeitamente bem, obviamente. Por acaso, tudo aconteceu num dia em que eu estava algo chateado porque o treino nos Sub-17 não me tinha corrido bem. Além disso, tinha a esperança de ser chamado ao estágio da seleção e isso acabou por não se verificar. Até que chego ao balneário, depois do treino, e tinha uma mensagem no meu telefone a informar-me que no dia seguinte iria treinar com a A. Fiquei ansioso e quando acordei queria que o tempo passasse rápido que era para eu chegar depressa à Academia. Fui o segundo a chegar e lembro-me de ter estado alguns minutos à conversa com o Jota Silva, que me recebeu muito bem. Aliás, todos eles foram impecáveis comigo. No pequeno-almoço, os mais novos como o Maga, o Dani Silva ou o André Amaro foram muitos disponíveis”, acrescentou.

Esse foi um dos momentos em que André Oliveira se cruzou com um dos seus jogadores preferidos. Fã de Van Dijk, do Liverpool, o jovem central é apreciador das competências do outro André. “O Amaro é o meu central favorito. Gosto da personalidade dele a jogar e é um possível candidato a chegar longe na Seleção Nacional. É um jogador sério, como eu, mas muito regular e competente”, elogiou.

André Oliveira é – confirmamos – um jovem “sério”. A frequentar o 11º ano, assume-se como “bom aluno e responsável” mas reconhece que “tem de sorrir mais”. Brincadeiras à parte, é com rigor que aborda a temporada dos Sub-17. O jogador, que até começou a época no banco, é hoje um dos indiscutíveis daquele escalão mas prefere olhar para o ‘todo’ e reconhecer “a união que faz a diferença”. “Nos primeiros três jogos, não fui opção. Depois, entrei ao intervalo e a seguir fui titular frente ao FC Porto. Ganhei aí a confiança do mister. Temos feito uma boa temporada e este modelo é mais competitivo. Temos de estar em alerta desde o início porque apuram-se menos equipas. No nosso caso correu bem pois ficamos em segundo lugar, não havia tempo para adormecermos em nenhum jogo”, disse.

 A cumprir uma longa pausa na competição, devido aos compromissos da seleção nacional, a equipa orientada por João Tiago Ribeiro venceu, no último jogo disputado, o Sporting CP por 4-2. Uma vitória sustentada numa fantástica exibição e num golo apontado por André Oliveira: “Foi um jogo caricato. Tivemos um penalti no início do jogo mas o Gui defendeu e no contra-ataque apontámos o primeiro golo. Eu marquei o quarto golo de grande penalidade mas nem costumo ser eu a marcar”.

“Experiências como o Torneio do Egito unem muito o grupo”

Mais competitiva e mais internacional. Assim tem sido a temporada dos Sub-17. O Vitória disputou, já por duas vezes, o Torneio Internacional do Egito e os jovens vitorianos parecem interessados em que a experiência se repita. “É uma forma de nos conhecermos melhor, de nos sentirmos em família. São experiências muito enriquecedoras, pois lidamos com outras culturas, outros idiomas e outras formas de jogar. É muito útil para o nosso crescimento, até porque começamos já a habituar-nos para uma realidade que desejamos viver quando formos seniores”, lembrou.