André Amaro e Manu Silva foram as caras que representaram o Vitória SC no Festival TNT. Por entre autógrafos e fotografias, o segundo garantiu que vale a pena conciliar os estudos com o futebol
André Amaro e Manu Silva marcaram presença no Festival TNT, um evento organizado pela Delegação de Guimarães da Cruz Vermelha e que promoveu um debate entre o público e os atletas sobre a importância dos estudos. Em declarações à comunicação Vitória SC, Manu Silva descreveu o seu trajeto académico e admitiu que tem conseguido tirar partido, na qualidade de futebolista profissional, de uma boa parte dos conhecimentos adquiridos.
O 24 dos conquistadores interrompeu recentemente os estudos, mas conta retomar esse trajeto. “Estava em Aveiro a estudar, mesmo já como jogador profissional no Feirense e acabei por concluir um ano e meio da Licenciatura, no entanto, já no Feirense e com a vinda para o Vitória SC tornou-se ainda mais complicado. Nem que seja aos pouquinhos, tenciono terminar o curso, não só por ser um plano B, mas também porque é algo de que nos orgulhamos e acaba por ser especial”, mencionou.
O jogador referiu o principal desafio com o qual se deparou ao tentar encontrar um equilíbrio entre a vida de atleta profissional e a vida académica. “O principal desafio ao conciliar a vida de atleta profissional com a vida académica é o tempo. Atendendo ao nível em que jogamos, o descanso e uma boa alimentação são outros elementos essenciais. Os estudos tiram-te tempo para te dedicares ao máximo e essas pequenas questões fazem toda a diferença dentro do campo. Por outro lado, a carreira de jogador de futebol traz-te outras regalias”, assinalou.
Só a pandemia e as aulas à distância é que jogaram, temporariamente, a favor de Manu Silva. “Apanhei a fase do Covid-19 e, por isso, desfrutei de mais tempo para conciliar os estudos com o descanso e uma boa alimentação. Não tinha de fazer deslocações e não perdia tempo a almoçar fora. Foi mais fácil nessa altura: treinava de manhã, despachava-me no almoço e logo depois arrancava para a faculdade. Os meus pais nunca me proibiram de pôr o futebol em primeiro lugar, só impuseram a questão de não deixar os estudos”, comentou.
Sendo a escola uma etapa essencial para o futuro, Manu Silva assume, de resto, que uma mente ginasticada na medida certa também ajuda um jogador de futebol a fazer a diferença. “O futebol, por muito que seja um desporto, não deixa de ser um jogo de raciocínio rápido. Cada vez mais o jogo obriga-nos a encontrar soluções instantâneas em espaços reduzidos. O futebol é um desporto que está em constante evolução e a escola é uma importante ajuda”, acrescentou, garantindo que jamais desistirá de se licenciar. “Não devo desistir. O curso vai ser sempre algo importante”, observou.
Aos futuros atletas/estudantes, o jogador vitoriano recomenda um percurso semelhante, isto sem esconder que nada se consegue sem esforço. “Uma alimentação adequada, o descanso devido e também a disponibilidade para abdicarmos de muita coisa não custa quando fazemos aquilo que gostamos. Se tivermos algum gosto pela escola e brio, não custa”, aconselhou.