Assumindo que o afastamento precoce da Conference League é uma ferida bem presente, o treinador do Vitória Sport Clube aposta numa forte reação no arranque do campeonato, frente ao Estrela da Amadora
A profunda desilusão que se fez sentir no Estádio D. Afonso Henriques, por ocasião da eliminação da Conference League, funcionará como combustível para a visita do Vitória Sport Clube ao Estrela da Amadora, neste domingo. Moreno Teixeira não fez a coisa por menos na antevisão da partida. Sublinhando que confia de forma incondicional nas capacidades dos jogadores, o treinador deu conta de um trabalho mental cumprido, esclarecendo que nenhum dos erros cometidos na fatídica segunda mão com o NK Celje passou em claro.
Que Vitória SC na Amadora: “A equipa vai apresentar-se muito motivada na Amadora. Vamos para a primeira jornada do campeonato e, mesmo que não fosse a primeira, a motivação seria igual. Quem representa este clube tem de ir sempre com essa adrenalina para os jogos. Vamos com essa atitude, embora sem esquecer aquilo que se passou há dez dias. Não fugimos dessa realidade. [O afastamento da Conference League] foi uma desilusão grande e trabalhamos em cima disso. A ilação que retirámos disso é que falhámos, mas os bons grupos reagem. Aprendemos com os erros técnicos e táticos que cometemos na segunda mão com o NK Celje e vamos com isso bem presente para a primeira jornada do campeonato”.
Motivação elevada: “Vamos defrontar uma equipa que regressa à Liga principal depois de muitos anos de afastamento e, naturalmente, terá a motivação em alta. A maior parte da estrutura da época passada transitou para esta, assim como o treinador, pelo que há ali um conhecimento profundo dos processos de jogo. Vamos jogar ainda num estádio de características especiais. De certeza que nos vamos deparar com um bom ambiente. Se não nos apresentarmos com índices de motivação elevados e organizados ao máximo, poderemos ter dificuldades, mas não acredito que isso vá acontecer. A equipa vai reagir à grande desilusão que tivemos”.
Trabalho mental: “Tivemos mais de uma semana difícil. Os dias piores foram os quatro primeiros dias, mas houve um trabalho de recuperação em termos mentais. Por vezes, neste tipo de situações, pomos em causa tudo e não está tudo mal. A maior parte do grupo da época passada prevalece e há qualidade, isto sem fugirmos do falhanço que tivemos numa prova em que queríamos ter sucesso. Nos últimos dias, já trabalhámos a equipa tanto a nível tático como a nível mental para a exigência de qualquer jogo do campeonato. Não tenho dúvidas de que a equipa dará uma boa resposta”.
Perspetiva: “Este campeonato vai ser muito idêntico aos mais recentes. Os jogos vão ser muito decididos através de detalhes, porque as equipas têm muita qualidade e organização. Não acredito que se verifiquem muitos resultados desnivelados. As equipas estão cada vez mais preparadas. Olhando para nós, entendo que o Vitória SC está mais bem preparado do que há um ano. Temos é que prová-lo em campo. Este clube vive de resultados, de vitórias. E não foi isso que aconteceu no nosso último jogo. O facto de termos falhado esse objetivo europeu pode gerar alguma desconfiança dentro do grupo de trabalho, mas eu não quero que isso aconteça”.
Detalhes a melhorar: “Não há desconfiança nenhuma. Há antes uma confiança grande na qualidade dos atletas em relação ao que podem e sabem fazer dentro de campo. Devemos pensar sempre desta forma para encararmos um campeonato que é sempre competitivo. Queremos começar bem na Amadora, sabendo que a dificuldade será sempre grande contra qualquer adversário. Se melhorarmos nos tais detalhes que fazem muitas vezes a diferença, vamos ser ainda melhores. É importante começar a ganhar”.
Pressão: “Nós, profissionais do Vitória, sentimos todos essa pressão. Temos esta pressão independentemente do momento e do resultado. O que eu quero é que os atletas entrem em campo com a cabeça limpa, a acreditarem no potencial deles, e que essa pressão exista só sobre o treinador. Fui o primeiro a dizer antes das provas começarem que a minha margem ia ser muito mais reduzida do que no ano passado. Em função daquilo que aconteceu na quinta-feira, a minha margem reduziu ainda mais, por isso essa pressão que existe é só sobre o treinador”.
Correções: “Trabalhámos tudo, todas as nuances e o sistema tático. Sou um homem de convicções e luto por aquilo em que acredito e não sou de desistir fácil, mas sei que a tática depende de resultados e o Vitória depende de resultados e isso foi o que não tivemos na quinta-feira. Foi tudo ponderado, mas existiram vários tipos de erros. Os nossos erros não foram culpa da tática usada, mas sim devido a outro tipo de problemas que tentamos corrigir durante a semana. Quero que a equipa amanhã dê uma resposta diferente”.
Saída de André Amaro: “O Tomás Ribeiro e o Nuno Santos estão aptos para o jogo. Olho para a saída do André Amaro de uma forma muito natural. No meu primeiro dia aqui, o Presidente pediu-me isto. Há um ano vendemos o André Almeida e eu disse que o trabalho era formar mais jogadores como ele. Acho que esse trabalho foi feito na época passada, conseguimos vender o Ibrahima Bamba e o André Amaro, e há outros atletas que hoje estão mais valorizados. Quero desejar ao André Amaro, pelo fantástico profissional que ele é e pela ajuda que nos deu, a maior sorte do mundo. O nosso trabalho aqui é continuar desta forma e ter paciência com os jovens que possam aparecer. O mercado está aberto, mas o foco é só o jogo de domingo”.
Regresso de Borevkovic: “O Borevkovic fez um treino connosco, foi integrado na sexta-feira, mas ainda não está apto para ir a jogo. A partir do momento em que está integrado connosco, faz parte do grupo de trabalho e, por isso, é solução, mas fisicamente ainda não está capacitado para ir a jogo”.