O médio-ofensivo alinhou de início e desequilibrou, fazendo a assistência para o golo de André Silva e assinando o segundo de um triunfo incontestável sobre o Vizela, a passe do avançado. Uma sociedade perfeita
Estando em campo João Mendes e André Silva, tudo pode acontecer e o jogo com o Vizela foi paradigmático, com ambos a desatarem de forma brilhante um incomodativo nó cego que durou até ao intervalo e a ficarem ligados aos dois golos (2-0) que permitiram ao Vitória Sport Clube somar o terceiro triunfo consecutivo na Liga Portugal, marcado igualmente pela estreia do técnico Paulo Turra. Perante mais de 18 mil espectadores, que uma vez mais transformaram o Estádio D. Afonso Henriques num terrível “inferno branco” para o adversário, o médio-ofensivo e o avançado entenderam-se às mil maravilhas e tricotaram, de forma brilhante, os lances decisivos da partida, materializando o domínio claro dos visitados. O Vitória segue invicto no campeonato e a partilhar o comando da classificação, com cinco golos marcados e apenas um sofrido.
Mantendo o esquema de três centrais, embora juntando uma nova unidade aos homens da frente (João Mendes deambulava entre o centro e a esquerda), Paulo Turra apresentou uma equipa intensa e atrevida em termos ofensivos, como havia prometido, mas o primeiro tempo revelou-se um infindável labirinto, salpicado por um par de sustos resolvidos por Bruno Varela. Era difícil chegar à baliza à guarda de Fabijan Butiá e, como se isso não bastasse, o Vitória SC depressa perderia, por lesão, o lateral-esquerdo Afonso Freitas. Avançaria Nelson da Luz, o herói da vitória sobre o Gil Vicente, com a fiabilidade esperada e, logo no começo da segunda parte, ainda se juntaria à equipa Zé Carlos, por troca com Bruno Gaspar, quando o treinador brasileiro resolveu carregar ainda mais no ataque. O Vizela fazia os possíveis por resistir, mas o marcador acabaria mesmo por funcionar para o Vitória SC, com João Mendes a invadir a área, a ganhar um par de ressaltos e a cruzar de forma perfeita para o golpe de cabeça de André Silva (59 minutos).
A festa rebentou no estádio e haveria mais do mesmo pouco depois, ainda que contornos ligeiramente diferentes. Derrubada a muralha nas alturas, o Vizela abanou e acabou por colocar-se a jeito ao perder uma bola em zona proibida: era a deixa para a André Silva isolar João Mendes e o segundo não falhar na cara de Buntic (72 minutos), sentenciando a partida, de pouco valendo as substituições operadas por Pablo Villar. Quando muito, houve esperança quando Nuno Santos, pouco depois de ter sido lançado em campo, viu o cartão vermelho, a punir uma entrada mais ríspida. Em vantagem numérica, o Vizela recuperou alguma da esperança perdida, mas ficou-se sempre pelas intenções porque Vitória SC também nunca concedeu grandes espaços. A rota dos conquistadores prossegue no próximo sábado com uma visita ao Estádio da Luz.
A ficha do jogo: https://www.ligaportugal.pt/pt/liga/jogo/20232024/ligaportugalbetclic/3/2