A cintilar pela marca alcançada ao serviço do Vitória SC, Bruno Varela diz-se um guarda-redes “maduro” e sem limites em termos de ambição, assumindo, sem rodeios, que conta alcançar a final da Taça da Liga nesta temporada. O jogo com o Tondela será a primeira etapa a superar
É difícil imaginar a baliza do Vitória SC sem Bruno Varela. Contratado em 2020, o ex-guarda-redes do Ajax agarrou-a com firmeza e já leva 100 jogos de Conquistador ao peito, o que não está ao alcance de qualquer jogador num tempo em que as trocas de clube são cada vez mais frequentes. Orgulhoso pelo registo, puxou a fita do tempo atrás, elegendo os melhores momentos, e projetou o futuro cheio de ambição, apontando a objetivos elevados.
Os 100 jogos pelo Vitória SC: “Estes 100 jogos sugerem-me honra e gratidão. É uma marca muito importante e conseguida ainda por cima num clube com a grandeza do Vitória SC. É algo especial. Atualmente, os jogadores trocam muitas vezes de clube e, por isso, estas marcam são difíceis de alcançar. É muito positivo tanto para mim como para o clube. O meu desejo é somar mais jogos e alcançar novas marcas. Esta é, no entanto, muito especial”.
Estreia agridoce: “Tenho bem presente o meu primeiro jogo pelo Vitória SC. Aconteceu em casa frente à B SAD, com o Vitória SC a ser batido por 0-1. Fizemos até coisas boas, mas não é uma boa recordação por causa do resultado, apesar de ter feito um jogo positivo. Foi uma estreia boa, no nosso estádio, mas sem os nossos adeptos por causa da pandemia”.
Maturidade: “Desde a minha chegada a Guimarães, evoluí muito em termos de maturidade. Senti que tive uma grande evolução como guarda-redes porque passei a disputar muitos jogos, mas ganhei muita maturidade. Sinto que sou um guarda-redes muito mais maduro do que há três anos”.
Aposta ganha depois de uma experiência negativa nos Países Baixos: “Quando assinei pelo Vitória SC, levantaram-se muito dúvidas. Estava a trocar o Ajax por outro clube, mas era o Vitória SC. Eu sabia que ia representar um grande clube e que teria a oportunidade de me mostrar. Num clube com a dimensão do Vitória SC e no principal campeonato português… eu sabia que era uma grande oportunidade para mim. Nunca duvidei disso. Vinha de um contexto difícil, com muito tempo sem jogar em época e meia no Ajax, e o Vitória SC apostou em mim. É por isso que tenho muito a agradecer a este clube”.
Primeiro capitão de equipa: “É algo bom e muito positivo poder capitanear uma equipa com a dimensão do Vitória SC e com excelentes profissionais. Prefiro, ainda assim, dizer que o clube dispõe de um leque muito bom de capitães, formado por mim, pelo Tiago Silva, pelo Tomás Händel e pelo Jorge Fernandes… e ainda há o André André. Todos olham para ele como outro capitão. É um orgulho envergar a braçadeira, mas temos vários capitães de grande relevo. Isso é o mais importante. Qualquer um de nós poderia assumir essa responsabilidade”.
Jogos inesquecíveis? “Uma boa pergunta. Na minha primeira época, recordo-me com satisfação de um jogo com o Paços de Ferreira. Era a terceira jornada e vencemos por 1-0, tornando-me pela primeira vez no homem do jogo ao serviço do Vitória SC. Consegui, de facto, ajudar a equipa, fazendo muitas defesas. Lembro-me de outro jogo, disputado no Estádio do Dragão: perdemos por 2-1, mas recordo-me de ter feito um bom jogo. Tive ações muito boas… E recordo-me ainda de ter feito bons jogos frente ao Braga. Na época passada, vencemos por 2-1. Esse foi muito especial, mas o da época 2021/22 também foi inesquecível porque vencemos 2-1 com menos um jogador em campo. Não tive muitas ações, mas a emoção foi muito grande”.
O bom arranque no campeonato: “Augura algo de bom para o resto da época. Tivemos um percalço frente ao Benfica, mas a verdade é que somamos nove pontos em 12 possíveis. A equipa está a crescer. Sabemos que há coisas a melhorar e agora temos pela frente uma nova oportunidade, numa competição diferente. Os jogadores estão a assimilar bem as ideias do novo treinador e, por isso, as perspetivas são boas”.
Jogo com o Tondela: “Temos ambições na Taça da Liga. Temos o sonho e a ambição de chegar longe, de disputar a final, o que nunca aconteceu na história deste clube. O Vitória SC exige-nos isso, temos essa pressão do nosso lado. Sabemos que temos de ganhar para entrar na fase de grupos. A partir daí, temos de dar o nosso máximo para podermos chegar longe na competição”.