Treinador do Vitória SC mostrou-se satisfeito com a resposta que a equipa deu na segunda parte
Uma reviravolta épica onde o Vitória SC fez das tripas coração. Paulo Turra, em conferência de imprensa, salientou o comportamento e atitude da equipa na segunda parte, que valeu para tapar uma primeira parte onde “não correu nada bem”. A equipa ouviu as ordens do técnico vitoriano e, com “calma” e “inteligência”, venceram o Estoril Praia por 3-2.
Mudança ao intervalo: “A primeira parte não nos correu nada bem. Como treinador tive o equilíbrio para aproveitar a superioridade numérica e organizar a nossa equipa. Trabalhámos em 4-2-4 e, em alguns momentos com o Nelson da Luz pelo lado esquerdo, trabalhámos em 3-2-5. Fomos eficazes, tivemos inúmeras chances, não me lembro de nos últimos jogos termos tido tantas oportunidades, tanto volume. Fomos resilientes, tínhamos um homem a mais, mas tínhamos de reverter um 2-0. Tivemos calma, inteligência, sabedoria de um grupo que vai amadurecendo com o tempo, um grupo com muita qualidade. Fomos felizes, construímos a vitória e fomos merecedores disso”.
Amadurecimento da equipa: “Eu conversei muito calmamente com os atletas porque a pressão já estava instalada. Eu, como treinador, tenho de ter esse equilíbrio. Não adianta chegar ao balneário e levantar a voz. Mostrei o modelo que iríamos trabalhar na segunda parte: o 4-2-4 e, em alguns momentos, o 3-2-5. Os jogadores entenderam. Estamos num processo de evolução e aí entra o amadurecimento de uma equipa jovem, com jogadores extremamente talentosos, com qualidade e que a equipa técnica tem de os potencializar. Não tenho dúvida nenhuma de que a experiência que tiveram hoje vai amadurecer muito os jogadores como profissionais e seres humanos. Entrámos, tivemos o controlo total do jogo, trabalhámos bem entre linhas, chegamos ao fundo, fomos por dentro, finalizámos, cruzámos, fomos merecedores. Fizemos três golos e podíamos ter feito cinco, seis ou sete”.
Processo evolutivo: “Se analisarem as equipas adversárias do Vitória, todas sem exceção, defendem num sistema de 5-4-1. Hoje, o nosso adversário impôs um modelo tático de 7-3. Não é fácil entrar por dentro e fazer o jogo por dentro. Aquilo que estamos mais a trabalhar nos últimos 15 dias dentro do processo de evolução que a equipa vai tendo na Academia, é que nós também possamos ter essas jogadas pelos lados, como aconteceram em dois golos de hoje, mas também infiltrações por dentro. Por isso, tem de haver muitas movimentações, têm que se jogar sem bola, atrair a atenção do adversário para que o colega seja beneficiado. Isso não se faz num estalar de dedos. Não se chega ao campo e mete-se a fórmula mágica. Não é assim. Isso tem de ser um processo e é isso que estamos a trabalhar na Academia durante todos os dias da semana. Processo de convicção, processo com uma equipa ofensiva, criando muitas oportunidades. Foi isso que aconteceu hoje. Mesmo quando estávamos em igualdade numérica, a equipa teve algumas oportunidades. Não foram tão claras como a posse, mas tivemos ainda assim. É essa a mentalidade, esse o estilo de jogo que o Vitória tem hoje. Através de trabalhos e de vitórias como essa, o grupo vai amadurecer e vai ficar melhor nos próximos jogos”.
Dificuldade inicial: “Trabalhámos algumas coisas que esperávamos durante a semana. Dentro disso que aconteceu na primeira parte, teve mérito do adversário, mas também teve demérito da nossa parte. Durante a semana, vamos ver os vídeos, vamos conversar e vamos chegar ao um entendimento. Porém, não é desculpa. Essa inconstância no início de um trabalho faz parte desse processo. Isso também é importante que os nossos adeptos entendam e compreendam que essas oscilações fazem parte do processo. No momento em se oscila, independentemente do adversário em que enfrentámos e da qualidade também, às vezes corremos riscos maiores do que previsto. Foi isso que aconteceu. Não estivemos bem, o adversário fez golos e teve oportunidades. Porém, como profissional e treinador, prefiro destacar a resiliência que a nossa equipa teve. Fomos buscar o resultado com calma, inteligência, sabedoria e muita qualidade, fazendo bastante daquilo que trabalhámos durante a semana. Atacar profundidade, bola entre linhas, ataque pelas alas, mas também pelo meio, e finalizações. Hoje, desde a minha chegada, foi o jogo que mais concluímos. Tivemos finalizações frontais de fora da área. Lógico que internamente essas dificuldades que tivemos vão ser trabalhadas. Vamos analisar e conversar que isso não se repita”.
Vê a conferência de imprensa: