Jota Pereira voltou à competição e fê-lo com um golo
400 dias. Sim, caro leitor, o número é este. 400 longos dias para Jota Pereira. Foi este o período de paragem do avançado depois da lesão sofrida em agosto de 2022. Nesta viagem pelo tempo, há lembranças “duras” dos primeiros dias mas há também uma prova de superação e resiliência de quem sempre encarou a lesão “com um sorriso no rosto”.
Jota Pereira foi o exemplo maior daquilo que deverá ser a reação perante a adversidade. No momento da lesão, no período de recuperação e no regresso. Voltou com um golo, que o avançado considera ter sido “a cereja no topo do bolo” e que servirá como “motivação para o que aí vem”.
Na primeira pessoa, Jotinha explicou como ultrapassou os dias mais difíceis e onde foi buscar tamanha força. Falou do regresso e da importância do golo, não escondendo os objetivos e a ambição de voltar a jogar na equipa principal, tal como havia acontecido antes da lesão.
O regresso: “Foi um sentimento muito bom poder voltar a entrar em campo de forma oficial. Já estava à espera disto há muito tempo e foi como se estivesse a jogar à bola pela primeira vez. O golo foi a cereja no topo do bolo e vai dar-me mais confiança. Normalmente, quando regressamos não é logo a mesma coisa porque estivemos muito tempo sem competir mas sinto que o golo me vai ajudar a ganhar confiança na forma como abordo os lances e disputo os duelos, por exemplo”.
A ausência: “Somos jovens mas sabemos que a nossa vida passa a correr e que temos de aproveitar. Ficarmos privados de fazer aquilo que mais gostamos é algo que dói imenso. No entanto, sempre que entrava nas portas da Academia, fazia-o com um sorriso no rosto e boa disposição. Desde a rececionista aos meus colegas, todos me trataram bem e me ajudaram na recuperação”.
A força: “Fui buscar força a mim próprio porque há pessoas em situações piores do que a minha. Eu tentei sempre agarrar-me a isso, àquilo que tinha antes da lesão e à vontade enorme de voltar a ter”.
Objetivos: “O meu objetivo imediato é trabalhar bem, sem recaídas, para ajudar os meus colegas na equipa B. Mas, naturalmente, tenho o desejo de poder voltar a estar junto da equipa principal e estrear-me no estádio. Sei que agora também jogamos no estádio com a equipa B, e a verdade é que o apoio do público faz-se logo sentir de outra maneira, mas quero muito poder fazê-lo com as bancadas cheias enquanto represento a equipa A”.
A barba: “No primeiro dia em que me lesionei, fiz uma aposta com o fisioterapeuta João. Disse-lhe que não voltava a cortar até voltar a jogar. Ele não se acreditou mas eu acabei por cumprir. No início foi um bocado difícil de cumprir, pois todos me diziam para cortar, mas depois foi uma questão de hábito”.