Tomás Händel e Gonçalo Nogueira visitaram o treino dos escalões Sub-11 e Sub-12 no terceiro capítulo da iniciativa “Conta-me Como Fizeste”
Quando Tomás Händel e Gonçalo Nogueira começaram a aparecer na linha do horizonte do campo 1 da Academia do Vitória SC ao final da tarde desta quinta-feira, os jovens atletas das equipas Sub-11 e Sub-12 começaram a tentar adivinhar quem eram. O entusiasmo misturou-se com a alegria e rapidamente estavam a rodear os jogadores e a distribuir abraços. Tomás Händel, um dos ídolos da equipa principal, e Gonçalo Nogueira, presença habitual nos encontros da equipa B, animaram o final de tarde dos pequenos Conquistadores e transformaram um treino comum num momento inesquecível.
Cumprir sonhos e objetivos acrescenta clareza para falar sobre o caminho trilhado, sobre os momentos bons e as dificuldades. Tomás Händel começou por lembrar os mais jovens de que deu início ao seu percurso futebolístico mais ou menos da mesma forma que eles. “Passamos a nossa formação no Vitória, como vocês, e eu tenho muitas saudades de ter a vossa idade”, começou por dizer o médio.
O jogador, que agora integra o grupo de capitães da equipa principal, recordou que costumava ser “o mais baixinho”, mas não deixou que isso fosse uma fraqueza. “Eu começava a olhar para os meus colegas e para os meus amigos e via-os a competir em escalões superiores e eu sempre tentei olhar para isso com naturalidade e vocês devem entender que é normal, não fiquem tristes”, acrescentou. Tomás Händel acredita que os mais jovens devem acreditar no futuro “independentemente do percurso dos outros” e que o mais importante de tudo é fazer as coisas com brio. “E o que é que isso significa? É fazer tudo na vida da melhor forma possível, sejam futebolistas, médicos, bombeiros ou polícias, isso não interessa”, acrescentou antes de passar a palavra a Gonçalo Nogueira.
O médio de 20 anos que habitualmente representa a equipa B – embora já tenha marcado ao serviço da equipa principal esta época e logo num jogo das competições europeias – contou aos mais jovens que começou a jogar futebol em campos de terra. Quando o Vitória manifestou interesse em vê-lo jogar nos escalões de formação, não foi preciso “pensar duas vezes”. Fez o seu percurso na cidade e no clube. “Vivo aqui e faço a minha vida toda aqui, o Vitória é uma grande instituição, e sinto-me muito bem aqui”, contou. Conta mais de uma década ao serviço do emblema vitoriano e, nesse tempo, percebeu o que é mais importante. “Desfrutem deste clube e divirtam-se a jogar à bola”, aconselhou.
Os jogadores não deixaram o relvado sem antes responder às perguntas dos mais pequenos. Antes de iniciarem os treinos, os jovens atletas ouviram os mais graúdos e enfileiraram-se para receber os autógrafos dos ídolos – nas camisolas, nas chuteiras e até nas luvas – e garantiram que vão apoiar a equipa principal do Vitória SC na receção ao CF Estrela da Amadora no próximo domingo e deram força a Gonçalo Nogueira para o desafio dos bês.
Da bancada ao relvado: a importância dos adeptos
Tomás Händel e Gonçalo Nogueira já partilharam o relvado e o balneário e partilham experiências semelhantes: antes de serem jogadores, já eram adeptos. O médio de 23 anos, nascido em Guimarães, representa agora a equipa principal, mas ainda se recorda dos momentos que passou na bancada ao lado do pai. “Eu lembro-me de estar na bancada e sentir que o meu apoio era importante para os jogadores que estavam em campo e agora, que finalmente estou no relvado, posso dizer que faz mesmo toda a diferença”, explicou.
O jogador sabe que a primeira volta do campeonato correu bem, mas sabe que “há margem para fazer ainda melhor”. E não é possível alcançar os objetivos quando se está sozinho. Tomás Händel confessa que “a adrenalina, o entusiasmo e a felicidade com que fazemos as coisas no relvado é diferente e é maior” quando os vitorianos marcam presença. “O apoio dos adeptos faz-nos acreditar mais no que estamos a fazer”, disse. “Para conseguirmos fazer melhor, a simbiose que existe entre o clube e a cidade tem de ser acentuada, vamos alimentar o sonho como temos alimentado, vamos sonhar juntos e vamos triunfar juntos”, rematou.
Gonçalo Nogueira afirmou que também sentia que o seu apoio enquanto adepto era fundamental. “Quando era miúdo, ia ao estádio e sentia que o meu apoio era importante, olhava para os jogadores e queria chegar ao lugar onde eles estavam. E já consegui isso”, começou por dizer. O jogador formou-se no Vitória e hoje consegue apreciar o percurso que está a trilhar. “O Vitória é como uma segunda casa, se calhar passo mais tempo aqui do que na minha casa desde há muito tempo”, acrescentou. E descreveu o que significa, para si, o símbolo que carrega ao peito: “É uma família, cresci com os meus colegas e com os meus amigos daqui e o Vitória é um grande amor”.