Depois de nove jogos sem derrotas, Álvaro Pacheco culpou a “falta de eficácia” pelos três pontos perdidos em Barcelos
Não há sorrisos depois das derrotas. Só há espaço para cerrar a expressão e começar a trabalhar para fazer melhor na oportunidade seguinte. Álvaro Pacheco analisou a derrota (1-0) em Barcelos e prometeu uma semana de trabalho para um desfecho diferente em Vizela. “Queremos fazer 39 pontos na próxima jornada. Vamos continuar a trabalhar e aproveitar a próxima semana para melhorar alguns aspetos em que não estivemos tão bem”, disse.
Falta de eficácia: “Quero começar por dar uma palavra à nossa massa associativa e dizer-lhes que eles são realmente importantes. Hoje estamos tristes. Queríamos sair daqui com 39 pontos, mas não conseguimos. A vida faz-se assim, não fomos capazes. Vamos olhar para o próximo desafio com uma vontade muito grande de voltar a ganhar. E os nossos adeptos são muito importantes neste percurso. Eu penso que hoje nos faltou eficácia. Sabíamos que ia ser um jogo difícil”.
Análise: “Conseguimos, muitas vezes, chegar ao último terço, mas faltou-nos alguma clarividência e definição para chegar ao golo. Ir para o intervalo a ganhar dava-nos alguma tranquilidade e não conseguimos. Na segunda parte, a tendência de jogo manteve-se, mas o Gil Vicente começou a provocar algumas situações em transição. O Vitória esteve sempre por cima, a procurar o espaço. O Gil Vicente esteve sempre com as linhas muito baixas e acabou por ser feliz numa transição, num ressalto ganhou a bola e fez o golo. Penso que o resultado é injusto se tivermos em conta o trabalho das duas equipas. Mas o futebol é isso mesmo. Nem sempre ganha a melhor equipa ou a equipa que merece. Estamos tristes, mas temos de aprender com este jogo para nos focarmos no próximo”.
Demérito: “Acho que houve algum demérito nosso em certas situações. Houve momentos em que podíamos ser mais objetivos, mais acutilantes e outros em que que não tivemos coragem. E quando a tivemos, faltou-nos alguma qualidade e discernimento. Há dias assim. E devo dizer que o Gil Vicente também tem mérito pois procurou o resultado”.
Ausência de Tiago Silva: “Não gosto de me lamentar. O Zé Carlos não esteve mal. Foi o primeiro jogo que fez como titular desde que eu cá entrei no Vitória. Estou muito contente com todos os meus jogadores. O Zé Carlos está triste como todos nós, mas já está focado no próximo desafio. Queremos fazer 39 pontos na próxima jornada. Vamos continuar a trabalhar e aproveitar a próxima semana para melhorar alguns aspetos em que não estivemos tão bem”.
A saída de Jota: “O Jota Silva esteve doente a semana toda. Esteve com gripe. Quando se passa a semana toda com febre, não se pode chegar nas melhores condições possíveis ao jogo. Foi substituído por causa disso. Não estava a render o que a equipa precisava, como é perfeitamente normal, e faz parte”.
Entrada na segunda parte: “Eu acho que o Vitória entrou na segunda parte com a mesma alma que entrou na primeira. Mérito do Gil Vicente, que conseguiu sair da pressão algumas vezes. Na segunda parte, a nossa pressão não foi tão eficaz como na primeira, mas foi eficaz. Penso que fizemos uma primeira parte muito boa. Conseguimos descobrir espaços para chegar ao último terço e o nosso jogo posicional não permitiu ao Gil Vicente sair a jogar. Faltou-nos principalmente qualidade, clarividência e mais definição no último terço para sermos capazes de chegar ao golo no momento de finalização. Se fossemos capazes de fazer o golo, tínhamos desbloqueado o jogo e obrigávamos o Gil Vicente a subir as linhas porque esteve sempre com linhas muito baixas e a jogar no nosso erro. Na segunda parte, a estratégia do Gil Vicente manteve-se. Nós sabíamos que o tempo jogava contra nós. O golo que sofremos é fruto de um ressalto. Penso que o resultado é injusto pelo que foi a produção da minha equipa. Estamos tristes. É evidente que queríamos sair daqui com 39 pontos, era o nosso objetivo. Faltou-nos, como disse, mais qualidade, mais serenidade e mais definição no último terço”.
Estreia de Nélson Oliveira: “O André Silva e o Nélson Oliveira têm algumas características idênticas, mas têm perfis diferentes. São dois jogadores com muita qualidade, muito inteligentes. São dois jogadores que, no último terço, podem fazer a diferença. Assim como o Butzke e o Jota. Aliado a isso, o Nélson é um atleta com uma mentalidade forte, que quer ganhar e que chegou com uma vontade muito grande de se juntar a nós e ajudar-nos a atingir os nossos objetivos e as nossas metas”.
Entrada de João Mendes: “Estava a faltar-nos a capacidade de ligar o jogo e chegar ao último terço. Faltava-nos mais definição. E o João Mendes pode aportar-nos isso. É um jogador com uma capacidade grande de definir e criar situações no último terço. Às vezes para os colegas ou até para ele próprio finalizar. E foi isso que ele fez. Conseguimos ligar o jogo através dele em algumas ocasiões, conseguimos aproveitar espaços. Só não conseguimos dar mais critério no último terço. Não há nenhuma equipa que consiga aguentar todas as transições durante 90 minutos. O Gil Vicente teve sorte numa transição. A sorte que nós não tivemos. E se tivéssemos se calhar estávamos a sair daqui com uma vitória merecida. Não aconteceu. Estamos tristes, mas temos de aprender com isto. Nem tudo corre como queremos na nossa vida. Temos de aprender, amadurecer e ficar mais fortes para o próximo desafio”.
Os adeptos e Neno: “Quero dizer aos nossos adeptos que eles são fundamentais. Hoje estamos tristes, mas domingo vamos estar em Vizela com vontade de ganhar e de regressar aos triunfos. Com o apoio deles, vamos procurar a vitória. Queríamos ganhar hoje para lhes dedicar a eles e ao nosso saudoso Neno, que comemorava o aniversário ontem [dia 27 de janeiro]. Não conseguimos, vamos focar-nos no próximo desafio para os premiarmos com a vitória”.