Eduardo Fernandes reconhece que foi difícil manter o espírito competitivo durante a longa paragem das competições, mas salienta que o grupo não se desviou do compromisso e é resiliente
Não é fácil gerir um interregno de 45 dias das competições oficiais, mas foi isso Eduardo Fernandes teve que fazer nas últimas semanas. No entanto, a paragem nos certames nacionais para a disputa do EHF Euro 2024 está a chegar ao fim. O Vitória Sport Clube regressa aos jogos oficiais no próximo sábado, dia 3 de fevereiro, para discutir a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal. Os Conquistadores vão viajar até Almada para defrontar o Almada Atlético Clube, equipa que milita na Divisão de Honra, o segundo escalão do andebol nacional. Na antevisão à partida, Eduardo Fernandes, timoneiro da equipa de andebol, reconhece as capacidades do adversário e estabeleceu os objetivos da equipa vitoriana.
Regressar à competição depois de um mês e meio de paragem é entusiasmante. Ainda mais pelo contexto. Afinal, trata-se de um jogo a eliminar numa competição que é sempre acarinhada. “É a prova-rainha do desporto, dignifica o nosso clube, pode moralizar a equipa e, para além de tudo, estamos com ânsia de voltar à competição e fazê-lo com a disputa de uma eliminatória da Taça de Portugal é muito aliciante”, disse. Para Eduardo Fernandes, os objetivos já estão delineados e balizados: ganhar e seguir para a próxima etapa. Está ciente da importância da prova e da necessidade de alcançar os oitavos de final na primeira época no escalão principal. No entanto, sabe que se avizinha um desafio difícil: a deslocação ao reduto do Almada AC. “Vamos encontrar uma equipa que está a fazer um campeonato muito interessante e que tem feito bons resultados. Sabemos que é bem organizada, bem trabalhada e que sabe o que está a fazer”, alertou.
Para o treinador, a paragem interrompeu o campeonato primodivisionário num momento em que a equipa vivia “um período ascendente e com uma boa dinâmica”. Eduardo Fernandes elogia o compromisso e a competitividade do grupo que orienta, mas não esconde que foram semanas difíceis. “Não é fácil manter o astral e o espírito competitivo só com treinos ou jogos amigáveis e é complicado entusiasmar os jogadores quando não há jogos a valer”, confessou. No entanto, as dificuldades contrariam-se e a paragem serviu para assimilar processos e melhorar a condição física da equipa. “Estamos focados, temos conversado com os atletas e transmitimos-lhe a importância de estarem prontos para dar respostas positivas assim que a competição regresse”, acrescentou.
Uma caminhada primodivisionária “motivante”
É um momento difícil numa caminhada que está a ser “motivante” no principal escalão do andebol nacional. Depois de conquistar o campeonato secundário e a consequente subida de divisão, Eduardo Fernandes sabe que o percurso está a superar algumas expectativas e a surpreender a comunidade andebolística. “Sabemos que estamos a superar as expectativas de algumas pessoas, mas não as nossas porque começamos a época com a ilusão de sermos capazes de fazer um caminho bonito e interessante”, explicou. E se é verdade que foi preciso paciência para alcançar o primeiro triunfo, não é menos verdade que a série de cinco jogos sem derrotas na reta final do último ano – com quatro vitórias e um empate – deixou os vitorianos numa posição mais confortável da tabela classificativa e com aspirações legítimas de continuar entre a elite.
O trabalho é o ingrediente principal desta receita. Mas há outros: “Metemos uma pitada de compromisso e responsabilidade e a isso juntamos vontade e resiliência. Acrescentamos um espírito de grupo excecional e uma mística que é difícil de explicar. E também há alguma questão técnica ou tática diferente, mas é sobretudo a resiliência e o espírito que envolve a equipa que faz a diferença”. Há ainda outro elemento que tem contribuído para os resultados desta época. “O impulso e o ânimo que os adeptos nos dão a partir da bancada é fundamental para nos superarmos em alguns momentos, sabemos que é típico e característico destes adeptos que apoiam o clube até à morte, como se costuma dizer, e eles têm sido inexcedíveis”, rematou.
Eduardo Fernandes não promete triunfos, mas garante que os vitorianos sabem com o que contar quando a sua equipa está a jogar. “Lutamos sempre até ao fim para dignificar o clube. Sabemos qual é a instituição que nós representamos, o que significa para Guimarães e a importância que tem, por isso vontade e resiliência nunca nos vão faltar para lutar pelos melhores resultados, seja em casa ou fora”, disse. O Vitória SC vai disputar os dezasseis avos de final da Taça de Portugal com o Almada AC às 18h00 do próximo sábado no Pavilhão Adelino Moura em Almada.