O Benfica passou por um mau bocado na visita ao Estádio D. Afonso Henriques. O Vitória SC esteve por duas vezes na frente do marcador e os encarnados apenas empataram aos 90 minutos (2-2)
A crescer no campeonato como nunca, o Vitória Sport Clube deu um recital de futebol na receção ao Benfica, num estádio bem composto (25.015 espectadores), relativizando até as condições adversas do relvado numa noite diluviana. Meteu velocidade, somou mais ocasiões de golo e esteve na frente do marcador por duas vezes, permitindo aos encarnados que chegassem ao golo (redentor) da igualdade somente aos 90 minutos (2-2), por intermédio de Arthur Cabral, oportuno a desviar de cabeça após cruzamento de Di María. Foi um duro soco no estômago, porque os visitados fizeram muito mais para ganhar, diante de um candidato declarado ao título, num jogo em que se cumpriu a profecia de Álvaro Pacheco: os Silvas magoam a valer.
A superioridade da equipa comanda por Álvaro Pacheco manifestou-se bem cedo. Logo aos dois minutos, Jota Silva já testava os reflexos de Trubin e, cerca de meia hora depois, seria Nuno Santos a fazê-lo. No instante seguinte, Kokçu derrubaria Tomás Ribeiro na área e, na conversão do respetivo castigo máximo (35 minutos), Tiago Silva atirou certeiro, inaugurando o marcador. O futebol ofensivo do Vitória SC teve continuidade e, por isso, quase soou a estranho quando o Benfica chegou à igualdade (41 minutos), à custa do talento de Di Maria (grande assistência) e da pontaria de Rafa. Aconteceu contra a corrente do jogo e, já em cima do intervalo, Nuno Santos esteve realmente muito perto de faturar: atento a um mau passe de João Neves, o atacante vitoriano intercetou e atirou forte, errando por muito pouco o alvo.
Apesar das entradas imediatas de João Mário e Arthur Cabral, o Vitória voltaria a ser mais ameaçador no começo do segundo tempo. Jota Silva era um castigo permanente para os defesas contrários e seria ele próprio a abrir caminho para o 2-1, num lance em que escapou pela direita para cruzar de forma perfeita para o desvio letal de André Silva com o pé esquerdo (61 minutos). A segunda explosão de alegria da noite parecia indiciar uma jornada histórica, mas num instante (quatro minutos depois) o Vitória SC viu-se impedido de jogar de igual para igual em termos numéricos por força da expulsão de Toni Borevkovic. Com muito tempo para jogar, o Benfica pôde finalmente respirar e encarar o adversário com maior otimismo, ao mesmo tempo que Roger Schmidt lançava para o terreno de jogo o melhor que podia na esperança de pelo menos pontuar. Não se livrou, porém, de alguns sustos, como se verificaria, por exemplo, aos 73 minutos: Jota Silva apareceu na cara de Trubin a rematar, mas o guardião voltaria a salvar o Benfica.
O domínio dos encarnados, proporcionado pela tal superioridade numérica, teve poucos efeitos práticos. A raça, o querer e a organização defensiva dos jogadores do Vitória revelaram-se duros obstáculos e pode mesmo dizer-se que a igualdade cairia do céu em cima do fim do jogo.
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