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Álvaro Pacheco: “Vamos aprender com os nossos erros”

O timoneiro vitoriano reconheceu que o início do jogo ditou o resultado, mas garantiu que a equipa vai aprender com os erros e vai estar mais forte no próximo jogo para regressar às vitórias

Não se disfarça a frustração ou a tristeza depois de uma derrota e, no fim do jogo, Álvaro Pacheco não dissimulou o que sentia. “Foi uma daquelas noites em que sentimos que podíamos estar ali a noite toda e não íamos fazer golo”, desabafou. No entanto, não há só aspetos negativos a registar e o treinador relevou a coragem dos jogadores: “Os meus jogadores nunca perderam a coragem de ir à procura do resultado que queriam, nunca se perderam da nossa essência”. Apontados e reconhecidos os erros, é hora de olhar para o futuro e regressar ao caminho das vitórias. “Vamos aprender com os nossos erros para ficarmos mais fortes e regressarmos aos triunfos já no próximo jogo”, garantiu.

Análise ao jogo: “É evidente que, jogando em casa, queríamos muito regressar às vitórias. Penso que a nossa entrada agressiva e dominante, a empurrar logo o Casa Pia para trás, demonstra isso mesmo. No entanto, jogámos contra um adversário que optou por baixar as suas linhas, sair em transição e jogar no nosso erro. Fez golo das duas vezes em que saiu em transição. Nós não fomos eficazes a parar o contra-ataque e não defendemos muito bem a profundidade. Nas primeiras duas oportunidades, o Casa Pia fez dois golos. Foi um adversário que já vinha com a estratégia de jogar no nosso erro. Para além disso, viu-se a ganhar por 0-2, baixou claramente as suas linhas, retirou-nos espaço e procurou sempre jogar em transições. Eu acho que o Vitória, mesmo assim, foi capaz de criar oportunidades. Era importante termos chegado ao golo na primeira parte, pelo menos para reduzir a desvantagem, mas não fomos capazes. Penso que na segunda parte, tendo em conta as alterações que fizemos a nível estratégico e também posicional – metemos o Jota a jogar como ponta de lança, passamos para 4x3x3 –, começámos a criar oportunidades atrás de oportunidades. Logo no início da segunda parte, o André Silva esteve perto de chegar ao golo. Temos muitos cruzamentos, muitas situações de finalização, muitos remates que foram bloqueados ou não acertamos na baliza. O guarda-redes também foi defendendo. Nunca fomos capazes de reduzir para discutir o resultado, mas a nível de qualidade de jogo, principalmente qualidade de jogo ofensivo e posicional, estivemos sempre em jogo. Os meus jogadores nunca perderam a coragem de ir à procura do resultado que queriam, nunca se perderam da nossa essência. Foi uma daquelas noites em que sentimos que podíamos estar ali a noite toda e não íamos fazer golo. Claro que estamos tristes. Neste tipo de jogos há aspetos em que temos de melhorar para nos tornarmos mais fortes. Este jogo já terminou. Vamos aprender com os nossos erros, principalmente os que cometemos na primeira parte e em relação ao nosso jogo posicional, para ficarmos mais fortes e regressarmos aos triunfos já no próximo jogo”.

A procura pelo golo: “Eu já tive oportunidade de ver os golos. Nos golos que sofremos por contra-ataque, não estávamos em inferioridade numérica, estávamos em superioridade numérica. Houve mérito do Casa Pia a atacar a profundidade e demérito nosso a defender esse aspeto da profundidade. Na segunda parte desequilibramos um bocado. Sabíamos que íamos ficar homem para homem porque tínhamos de procurar o resultado que queríamos. Tentámos chegar ao golo o mais cedo possível para entrar no jogo e, para isso, tínhamos de arriscar. Metemos o André André para jogar entrelinhas e fazer ligações. Ele, o Tiago Silva e o Tomás Händel fizeram isso muito bem. Não só para atrair, mas também para detetar o momento de aceleração. Tivemos muitas acelerações por fora, por intermédio do Bruno Gaspar e do Ricardo Mangas, tivemos muitos cruzamentos e situações em que podíamos fazer golo. A equipa foi capaz de ser dominante e controlar o jogo. Foi pena a nossa entrada porque ditou o resultado. Se não tivéssemos sofrido golos naqueles momentos, não tenho dúvidas de que a equipa ia estar mais tranquila para marcar e assim acabarmos o jogo com outro resultado. No entanto, o futebol faz-se disto. Agora é olhar para a frente”.

Decisão: “Acho que não há um problema recorrente na hora de decidir. O Vitória, por norma, é uma equipa que cria oportunidades e que faz golos. Fazemos golos em quase todos os jogos. Nós tivemos oportunidades em que podíamos ter feito golo. Tivemos remates bloqueados, situações em que falhámos o enquadramento com a equipa. Tínhamos treinado remates de meia distância e, contra uma equipa a jogar tão baixa, fizemos muitos remates de meia distância, mas não fomos capazes de enquadrar com a baliza. Há dias assim, dias em que não somos capazes de tomar as melhores decisões para chegar ao golo. Todas as incidências foram negativas para o Vitória e eu queria era perceber se os meus jogadores conseguiam contrariar isso e garantir a qualidade do jogo. E isso nós tivemos, especialmente o jogo ofensivo. Estamos tristes, temos estado tristes por não conseguirmos conquistar os três pontos e regressar às vitórias. Mas fizemos uma segunda parte fantástica. Podíamos e merecíamos fazer o golo e discutir o resultado, mas o futebol é mesmo assim”.

Adversários: “São jogos diferentes. Nos jogos da primeira volta [frente ao Portimonense e ao Casa Pia], eu não estava cá e honestamente não me lembro, mas todos os jogos são diferentes. Não fomos capazes de ganhar em Portimão, mas tivemos hipótese e estivemos perto de o fazer. Entramos bem no jogo e, se tivéssemos feito o segundo golo, penso que o resultado teria sido outro. Hoje não fomos capazes de chegar à vitória porque encontrámos um adversário eficaz que foi feliz. As incidências do jogo também foram benéficas para o Casa Pia, que marcou nas duas oportunidades. E, pelo contrário, nós não conseguimos fazer o golo apesar de termos oportunidades. Se marcássemos, o Vitória ia galvanizar o jogo e acreditar. E íamos criar instabilidade e desconfiança do outro lado. São jogos que acontecem. Não podemos pensar que há um padrão porque o percurso e o crescimento do Vitória não nos deixam pensar isso. Sou um treinador tranquilo e que acredita que somos capazes de dar uma resposta no próximo jogo para regressarmos às vitórias”.