Issac, dos Sub-15, tem marcado nos últimos jogos
O nome próprio indica desde logo a descendência estrangeira. Issac nasceu em Portugal mas é fruto de um amor que atravessou fronteiras. Filho de pais romenos, o médio tem Lisboa no berço e Guimarães no coração. É certo que vive o seu primeiro ano na “cidade histórica” mas mostra-se já encantado com os cantos e encantos do Norte de Portugal.
É também para o Norte, mas da Roménia, que viaja todos os verões. “É uma forma de matar saudades da minha família e manter a ligação à terra dos meus pais, que vieram para Portugal à procura de melhores condições de vida. O meu pai, mecânico de profissão, veio primeiro e logo depois veio a minha mãe. Eu já nasci em Portugal, tal como a minha irmã, que é mais nova do que eu”, começou por contar.
As histórias partilhadas pelo jovem de 14 anos remetem-nos, por várias vezes, à imigração e ao acolhimento dos estrangeiros em Portugal. Mas, não fossem as histórias contadas na primeira pessoa, e dificilmente perceberíamos que Issac é descendente de imigrantes. O português é a língua praticada em casa e, talvez por isso, o discurso do médio sai perfeito. Perfeito e sensato, acrescentamos. E damos-lhe prova disso com a resposta sobre o seu estado de forma, depois de dois jogos consecutivos a marcar: “O futebol é o momento. Temos várias etapas na vida e, por vezes, o colega vai estar melhor do que eu e eu vou ter de aceitar não ser opção. Quando isso acontece, eu só tenho de aceitar e trabalhar mais para ganhar o meu lugar. Neste momento, a escolha recai sobre mim e penso que tenho feito por merecer. Os golos também ajudam e o facto de ter marcado o único golo com o Feirense e ter inaugurado o marcador na goleada com o Barroselas acaba por justificar a aposta, obviamente”.
Após alguns anos no Sporting CP, Issac sentiu necessidade da mudança. Sem medo das palavras, o jovem atleta explicou a vinda para Guimarães e mostrou-se “encantado” com a cidade. “Optei por sair porque não queria continuar como lateral. Sentia que não confiavam tanto em mim e achei que mudar seria a melhor opção. O Vitória dá-me ótimas condições e não estou nada arrependido de ter vindo para cá. Aqui, sentimo-nos ‘mais jogador’ porque o nosso dia é organizado em função do futebol, com horários de aulas, de refeições, de recuperação. Além disso, a cidade é mais pequena, é muito limpa, não há tanto barulho e em poucos minutos coloco-me em qualquer lado”, elogiou, confessando, porém, que o início “foi difícil, com períodos mais tristes mas justificáveis pelo facto de estar cá pelo meu sonho e a fazer o que gosto que é jogar futebol”.
“Não cumprimos o objetivo mas não adianta olhar para o passado”
Titular no escalão de Sub-15, Issac tem dado nas vistas com os golos. O médio prefere, por isso, olhar para o presente e não viver influenciado pelo passado. Reconhece que o objetivo não foi cumprido, uma vez que a equipa não se apurou para a Fase de Apuramento de Campeão, e explica a desilusão, no entanto, olha para cada jogo como uma oportunidade de “evoluir e corrigir falhas individuais e coletivas”. “Não cumprimos o objetivo mas não adianta olhar para o passado. Tivemos um objetivo que não cumprimos e isso deixou-nos tristes, até porque nessa prova a competitividade seria muito maior. Tivemos momentos infelizes, que resultaram nesse desfecho, mas fizeram parte deste processo evolutivo que é a formação do jogador”, concluiu.