Álvaro Pacheco analisou o encontro e falou sobre o orgulho que sentiu quando foi convidado para treinar o Vitória SC
Depois da tempestade vem a bonança e, depois de três jogos sem triunfos, o Vitória Sport Clube regressou ao caminho dos bons resultados e dos três pontos. O conjunto comandado por Álvaro Pacheco deu uma resposta contundente e necessária ao vencer por 1-3 no reduto do GD Estoril Praia. “Vínhamos de uma derrota e de um resultado injusto. Ainda por cima perdemos em nossa casa, perante os nossos adeptos, e isso marcou-nos. Queríamos vir aqui marcar uma posição e queríamos ser capazes de ter coragem, resiliência e qualidade para vencer”, disse o timoneiro depois do encontro.
A equipa mereceu os elogios do treinador pelo jogo inteligente que fez. “É uma vitória mais do que justa pelo que os meus jogadores fizeram”, disse. Álvaro Pacheco contava encontrar um adversário com “muita qualidade individual”, mas que, pelas circunstâncias da época desportiva, está “a passar por uma fase de intranquilidade”. O início do encontro, fruto de uma entrada agressiva e focada do conjunto vitoriano, foi determinante para o regresso aos triunfos.
Questionado sobre o sentimento de representar o Vitória SC, o treinador não escondeu o sorriso e não poupou nas palavras: “Quando me convidaram para ser treinador do Vitória, senti de imediato um orgulho muito grande por vir representar este gigante”. Álvaro Pacheco sabe que está num clube que tem “muitos sonhos” e acredita que o futuro vai ser ainda mais positivo. “Sei que vamos escrever páginas bonitas neste clube”, concluiu.
Análise ao jogo: “É evidente que conhecer o plantel e os jogadores pode ter sido importante para eu ter mais controlo sobre a minha tomada de decisões. Nós sabíamos que íamos encontrar um adversário com muita qualidade individual, mas que está a passar por uma fase de intranquilidade. Tínhamos de entrar muito fortes no jogo por dois motivos. Primeiramente para aproveitar o vento. Sabíamos que estava vento e queríamos jogar com o vento a favor. E era importante entrar com muita agressividade de forma a conduzir o Estoril para a sua zona de desconforto, que era o seu último terço. Eu sabia que, se entrássemos agressivos e focados, tendo em conta a fase emocional que o Estoril está a passar, as coisas podiam começar a pender para o nosso lado. Não tinha dúvidas nenhumas de que nós íamos criar oportunidades. Só tínhamos de estar serenos e tranquilos e sermos capazes de encontrar a baliza. E a nossa entrada foi muito forte. Acho que o mais importante foi conhecermos as incidências do jogo. O vento foi determinante. Foi uma primeira parte dominadora. Fizemos três golos e podíamos ter feito mais. E foi uma segunda parte em que já não fomos tão dominantes. E porquê? Porque o Estoril começou a partir o jogo, começou a meter muita gente no processo ofensivo, muito jogo de profundidade. E o vento condiciona muito. É uma vitória mais do que justa pelo que os meus jogadores fizeram. Foi um jogo muito inteligente da minha equipa e por isso mereceram a vitória”.
A tabela classificativa: “Eu não faço análises em função da tabela classificativa. Ontem perguntaram-me se sentia alguma pressão por ver o Moreirense a aproximar-se. Hoje perguntam-me sobre a nossa aproximação ao Braga. Eu digo sempre que o nosso foco e o meu foco é perceber como é que eu posso ajudar a minha equipa a estar mais forte, mais capaz e sobretudo a saber lidar melhor com as adversidades. Vínhamos de uma derrota e de um resultado injusto. Ainda por cima perdemos em nossa casa, perante os nossos adeptos, e isso marcou-nos. Queríamos vir aqui marcar uma posição e queríamos ser capazes de ter coragem, resiliência e qualidade para vencer. E penso que hoje demonstramos isso”.
Nélson Oliveira e Adrián Butzke: “Como tinha dito anteriormente, é evidente que eu não gostava de perder nenhum jogador, mas percebo a importância de o fazer para o clube e para o projeto. Quando este tipo de situações acontece e um elemento da nossa família sai e sai por iniciativa própria e porque vai para um clube de sonho para melhorar a sua vida, por norma o grupo reúne-se, une-se e torna-se mais fortes. É nisso que eu acredito. Quem acompanha esta equipa, sabe que é isso que vai acontecer. Este é um grupo diferenciado pela união que tem, pelas relações que tem, pelos valores que tem. Eu não tenho dúvidas de que o Nélson Oliveira e o Adrián Butzke nos dão soluções diferentes. O André Silva é um jogador que tem características completamente diferentes, mas sinto que tanto o Nélson como o Adrián são soluções. Optei pelo Nélson porque está num período de crescimento não só desportivo, mas também a nível físico. É um jogador que está confiante. Sei o potencial que ele tem e tudo o que pode dar à equipa. Acredito muito nele e no Adrián e podia optar por um e por outro. Optei pelo Nélson e foi uma escolha acertada. Regressou aos golos e deu-me um prazer muito grande voltar a vê-lo a ser feliz”.
Orgulho: “Quando me convidaram para ser treinador do Vitória, senti de imediato um orgulho muito grande por vir representar este gigante. Sinto-me muito orgulhoso por ser treinador do Vitória, pelo percurso que estamos a fazer e por tudo o que eu posso dar – juntamente com toda a estrutura – para tornar o Vitória mais forte. O Vitória tem muitos sonhos. E quando falo do clube, falo também da sua massa adepta e da cidade. São diferenciados, sem dúvida nenhuma. Temos muitos sonhos e sei que vamos escrever páginas bonitas neste clube”.
Charles: “Nos momentos em que o Estoril nos conseguiu empurrar lá para trás, parte da nossa tranquilidade prende-se com a forma como o Charles foi resolvendo os problemas. Sem dúvida nenhuma que o Charles fez uma exibição muito importante. Eu conheço-o já há muito tempo. Sei o homem e o profissional que ele é. Tenho quatro guarda-redes muito bons. O Bruno Varela é o nosso guarda-redes e nosso capitão. O Charles também me dá muitas garantias. E tenho dois jovens que são e vão ser o futuro do Vitória e que também me dão garantias na baliza”.
Decisões: “Sabíamos que o Estoril é uma equipa que gosta de sair, gosta de ligar o seu jogo e o jogo apoiado e sabíamos que se fossemos perspicazes e se percebêssemos os timings de cortar a linha de passe, íamos criar muito desconforto. Foi isso que fizemos. As coisas correram bem. Passar para uma linha de três médios foi uma coisa que nós treinamos. Sentimos que era importante. Começamos a jogar contra o vento, o Estoril foi crescendo e começou a acrescentar gente à frente. Nós tínhamos sempre três médios. Se, porventura, um médio saltasse na pressão, tínhamos sempre dois médios para as segundas bolas, para conseguirmos fechar ali o espaço no corredor central. Penso que conseguimos aguentar o jogo. Não é fácil jogar contra o vento e jogar contra uma equipa que começou a bombear e a meter bolas lá na frente. Era importante termos essa solidez para ganharmos as segundas bolas. Por isso a dinâmica de optarmos por três médios”.