Martinez, dos Sub-15, em entrevista
As brincadeiras à volta dos nomes dos jogadores vitorianos já não são surpresa mas continuam a precisar de explicação. Martim Machado Monteiro é uma espécie de M&M mas a sua camisola apresenta Martinez nas costas. A posição que ocupa em campo dá-nos uma pista mas foi o próprio a elucidar-nos.
A vestir a branquinha há quatro anos, Martinez deu os primeiros pontapés na bola ao serviço do FC Porto e foi aí que o nome surgiu. “Na altura, o Jackson Martinez era o avançado no FC Porto e os meus colegas começaram a chamar-me assim porque eu também marcava golos. Além disso, num Magusto, pintei o rosto e fui assim para o treino. Desde aí o nome ficou e, apesar de ter mudado de Clube, acho que devo manter o nome até porque é algo de que gosto”, disse. A história partilhada indica desde logo uma característica, que o próprio frisou, por várias vezes, ao longo da entrevista: “Sou um miúdo muito brincalhão, acho até que nem tenho perfil para ser, por exemplo, um capitão de equipa porque gosto muito de brincar com os meus colegas, de contar umas piadas e, acima de tudo, divertir quem está ao meu lado para que o ambiente seja bom”.
Brincadeiras à parte, o jogador mostra-se bem mais sério na hora de falar de ‘trabalho’. Em Guimarães, a veia goleadora manteve-se, ainda que este ano o faça em menor número que na última temporada. A fasquia estava alta, convenhamos. “No início desta época tinha o objetivo de fazer mais golos que na última mas ainda não consegui e dificilmente o farei porque no ano passado marquei por 22 vezes e este ano ainda só conto com dez golos”, lamentou.
Com vários objetivos em mente, Martinez mostra-se muito consciente e responsável no caminho que pretende seguir. A titularidade tem sido constante mas o avançado não quer “dormir à sombra da bananeira”. “Tenho sido quase sempre titular e manter o lugar é um dos objetivos. Sou um jogador muito focado mas não obcecado. Sinto que, às vezes, é importante pararmos para refletirmos sobre aquilo que estamos a fazer certo ou errado”, atestou, lembrando de seguida um momento da sua vida que o fez “mudar e crescer”: “Tive uma lesão que me fez estar parado durante três meses. Foi complicado mas foi aí que comecei a ter mais cuidados com a alimentação, com o sono, com tudo aquilo que pode ter influência no meu rendimento. E, foi a partir daí, que o meu rendimento subiu”. Esta consciência leva-o também a projetar o futuro com responsabilidade. Ser jogador de futebol é o sonho. Estar ligado à área é a intenção. “Ainda estou no 9º ano e sou um aluno razoável, apesar de ser muito brincalhão, levo os estudos a sério. Gostaria de seguir uma área ligada ao desporto mas algo relacionado com a nutrição ou fisioterapia”, acrescentou.
“Entrámos nesta fase com seriedade”
Martinez não esconde a mágoa por não estar a lutar pelo título de campeão, no entanto, “o que está para trás ficou para trás”. “Aprendemos com os erros que cometemos e soubemos lidar com o que aconteceu. Não podia ser de outra forma, pois não adiantava ficar a chorar sobre o leite derramado. Agora lidamos com isso de uma forma mais objetiva e estamos a trabalhar ainda mais. Entrámos nesta fase com seriedade e a querer ganhar todos os jogos. Queremos mostrar que temos valor para mais e, também, trabalhar para chegar o melhor possível ao próximo escalão”, afirmou.