Um golo de cabeça impressionante do internacional português permitiu ao Vitória SC somar o quarto triunfo consecutivo na Liga Portugal, diante do Moreirense. Num jogo marcado pelo equilíbrio, os visitados criaram mais oportunidades, fazendo por merecer a conquista dos três pontos

A profecia de Álvaro Pacheco bateu certo. Jota Silva tem sempre algo mais para mostrar e não fez a coisa por menos na receção ao Moreirense, depois de ter realizado o sonho de representar a Seleção Nacional, fintando depois o sono só para marcar presença no treino da passada quinta-feira. O cansaço e as viagens revelaram-se pormenores microscópicos, de tal forma que o extremo se apresentou em grande forma, acabando por ser determinante na partida ao assinar de cabeça o golo (68 minutos) que valeu ao Vitória Sport Clube o quarto triunfo consecutivo (a melhor série da época) e a soma de 53 pontos na Liga Portugal. Vale a pena puxar atrás a fita do jogo para saborear o momento que deixou em transe os adeptos vitorianos: numa segunda vaga do ataque, Bruno Gaspar cruza da direita e Jota Silva, transformado em ponta de lança, surge a desviar de cabeça nas alturas para o fundo da rede. Sem hipóteses para o guarda-redes Kewin Silva.
Até as bancadas do Estádio D. Afonso Henriques rebentarem de alegria e mesmo depois do remate certeiro do internacional português, assistiu-se a uma partida frenética, muito competitiva e marcada pelo equilíbrio, ainda que com os visitados a criar mais oportunidades. Um ligeiro ascendente que faria todo o sentido no final, já com o golo de Jota Silva cravado no placard. O perigo rondou as duas balizas e, por aí, o guarda-redes Charles chegou e sobrou para evitar o pior, tendo cintilado aos 89 minutos ao defender um perigoso remate de cabeça de Matheus Aiás. Perante 15.143 espectadores, o Vitória SC fez pela vida e até esteve muito próximo de se adiantar no marcador logo aos três minutos. Na sequência de um cruzamento tenso de Jota Silva, a confusão instalou-se na área dos cónegos e Kewin acabaria por sacudir a bola para o ferro após um par de remates intencionais. O arranque dos Conquistadores foi poderoso e envolveria mais lances de golo iminente, como se verificou aos oito minutos: servido por Jota Silva, Bruno Gaspar atirou forte de primeira e o guardião do Moreirense defenderia a custo.
Após o intervalo, o Vitória SC carregou um pouco mais no ataque e acabou por ser premiado com o tal voo fulminante de Jota Silva – marcou pela quarta jornada consecutiva numa época em que já leva 14 golos e sete assistências. Obrigado a arriscar para conseguir repor a igualdade, o técnico Rui Borges refrescou a frente ofensiva do Moreirense, mas as alterações operadas não produziram os efeitos desejados. Álvaro Pacheco respondeu com a entrada do endiabrado Kaio César, lançando mais tarde Maga, Butzke, Nuno Santos e Zé Carlos, e a equipa manteve o equilíbrio necessário até ao fim, suportando, da melhor forma possível, a pressão final do adversário para segurar um precioso 1-0 no marcador. Cumprida a 27.ª jornada, o Vitória SC colou-se (à condição) ao quarto classificado e alargou para 11 pontos a vantagem sobre o Moreirense, tido como um adversário direto na luta pelo quinto lugar.
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