Álvaro Pacheco analisou o triunfo (1-2) no Estádio do Dragão e elogiou a atitude do grupo vitoriano antes de garantir que o foco já está em somar mais três pontos no próximo encontro

Depois da receção ao FC Porto para a Taça de Portugal, Álvaro Pacheco sabia que o Vitória Sport Clube tinha de se apresentar com coragem no Estádio do Dragão para alcançar um resultado diferente. Assim foi. O grupo vitoriano deslocou-se ao Porto e conquistou mais três pontos para somar, à 28.ª jornada, 56 pontos. Um objetivo cumprido. Agora é tempo de festejar para depois descansar e continuar o trabalho diário para alcançar os 59 pontos já no próximo encontro, agendado para sábado, dia 13 de abril. “Fizemos os 56 pontos como queríamos. Hoje estamos felizes, mas agora vamos descansar e vamos focar-nos já no próximo objetivo”, disse o treinador. O triunfo no Estádio do Dragão deixa também um alerta para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal: “Uma das ilações que nós podemos tirar deste jogo é que a eliminatória está aberta”. O Vitória SC volta a encontrar o FC Porto no próximo dia 17 de abril, depois de receber o SC Farense no próximo sábado.
Análise à partida: “Analisando o que tinha sido o jogo anterior, frente ao Porto, e o que pretendíamos para este desafio, acho que conseguimos. Entrámos muito coesos principalmente com bola, muito mais audazes e muito mais capazes para provocar o Porto e para chegar ao último terço. Fizemos dois golos, mas criámos mais oportunidades e podíamos ter feito mais. Lembro-me de uma grande defesa do Diogo, por exemplo. A minha equipa fez uma primeira parte fantástica. O golo do Porto nasce de uma transição de um pontapé de baliza a nosso favor. Tivemos o jogo sempre controlado. Na segunda parte, a nossa pretensão era continuar dentro do mesmo registo: fechar muito bem as linhas e continuarmos a ser acutilantes para continuar a aproveitar o espaço. Sabíamos que o Porto, estando a perder, ia-se expor e ia-se desequilibrar mais. Mas também há um fator determinante a considerar. Jogámos a um ritmo muito alto, contra um adversário que está habituado a jogar ao fim-de-semana e a meio da semana com este ritmo, com esta intensidade, com este andamento e com esta agressividade. É evidente que isso se nota e os nossos jogadores ressentiram-se um bocado fisicamente para acompanhar o ritmo”.
Diferenças: “Em comparação, o jogo da última quarta-feira foi um jogo mais pausado e com muitas faltas. O ritmo deste jogo foi mais elevado e nós sentimos isso. E, quando estás cansado, perdes um bocadinho o discernimento de perceber o jogo a nível ofensivo. Mas mantivemos uma coesão muito forte defensivamente. Penso que estrategicamente também estivemos muito bem porque primeiro fechámos os espaços interiores com os dois pontas de lança. O Kaio e o Jota fecharam o espaço interior e condicionaram o Porto pelos corredores laterais. Na segunda parte mudámos a nossa forma de defender porque sentíamos que era importante. Tivemos alguns condicionamentos. Tivemos de fazer substituições por lesões. A equipa manteve-se sempre fiel ao nosso jogo e às nossas ideias. Penso que fizemos uma exibição brilhante. Estamos felizes, mas só conquistamos mais três pontos. Fizemos os 56 pontos como queríamos. Hoje estamos felizes, mas agora vamos descansar e vamos focar-nos já no próximo objetivo”.

Mentalidade: “O que esta equipa tem demonstrado a nível de mentalidade e a forma como tem crescido, semana após semana, e a forma como responde às adversidades deixam-nos esperançosos. No último jogo, contra o Porto, sentimos algumas dificuldades a nível do nosso jogo ofensivo, a nível da nossa proposta com bola. O nosso desafio era chegar aqui a casa do Porto e darmos esse salto. Tínhamos de demonstrar a nossa capacidade de evoluir no pouco tempo que tivemos de treino. E isso deve-se ao quê? Ao nosso foco semana após semana, às metas que nós impomos semana após semana. E nós tínhamos um objetivo: chegar aos 56 pontos neste jogo. E para fazer isso tínhamos de ter esta personalidade, esta mentalidade, este espírito de conquista. Jogámos contra um grande adversário. Não temos de ter medo daquilo que nós somos e do que temos de fazer. Acho que isso ficou evidente. O que queremos é festejar, mas focarmo-nos já no próximo”.
Festejar e trabalhar: “Claro que estamos contentes, foi um jogo fantástico contra uma grande equipa, ainda por cima depois do jogo que tínhamos feito para a Taça de Portugal há poucos dias. Sermos capazes de demonstrar a evolução da equipa e fazer hoje aquilo que não tínhamos sido capazes de fazer no jogo anterior é importante. Agora temos de perceber que são só três pontos e, no próximo desafio, queremos chegar aos 59. Isto é ser Vitória: sermos rigorosos, determinados, focados e iguais a nós próprios. Se deixarmos de ser o que nós somos vamos ter dificuldades. O nosso foco é trabalhar e ganhar semana após semana”.
O grupo: “Quero continuar a ver os meus atletas a jogar de forma apaixonada e manter esta evolução, esta capacidade e esta mentalidade de serem campeões todos os dias. Foi a isso que me propus quando cheguei aqui. Lancei esse desafio de sermos campeões todos os dias e isso tem ficado demonstrado. O que eu quero é que estes jogadores acreditem nisso. Há jogadores com muito potencial, jogadores com uma capacidade tremenda e capazes de jogar a um nível muito alto. Têm a oportunidade de demonstrar, ao serviço do Vitória, a sua qualidade. O que eu quero é que os meus jogadores estejam felizes, continuem a ser felizes e a jogar da forma feliz como têm feito. Essa é a minha premissa”.

Alterações: “O Tomás Ribeiro e o Ricardo Mangas não jogaram de início por gestão. Tínhamos indicação que era importante gerir e que eles, muito provavelmente, só estavam em condições de jogar 45 minutos. Por isso fizemos essas alterações. O Mangas entrou ao intervalo porque o Porto tinha acabado de fazer o golo, sabíamos que o jogo ia ser intenso e com o mesmo ritmo. Eles estavam a forçar muito o jogo de profundidade e principalmente a meter superioridade numérica entre os meus laterais. O Afonso [Freitas] já tinha amarelo e, por isso, achei pertinente meter o [Ricardo] Mangas. Já sabíamos que era necessário fazer a gestão. Ele acabou por sentir um desconforto e teve de sair”.
Ilação para a Taça de Portugal: “Uma das ilações que nós podemos tirar deste jogo é que a eliminatória está aberta. O que eu disse no final do jogo da Taça de Portugal, que acreditávamos e que vamos vir aqui discutir o acesso ao sonho de chegar à final, ficou aqui demonstrado. Sabemos que vamos ter que sofrer, que vamos ter que jogar a um nível muito alto, ao nível que jogamos hoje, para acabar por ser felizes. Vamos à procura da felicidade e só podemos fazê-lo a ser Vitória e acreditar”.