Convicto de que o desempenho do grupo vitoriano foi “fantástico”, Álvaro Pacheco foi categórico a afirmar que o resultado (1-1) foi inglório

Álvaro Pacheco esperava um jogo difícil à 29.ª jornada. A receção ao SC Farense no Estádio D. Afonso Henriques acabou com um empate (1-1) e o resultado soube a pouco. “Não tenho dúvidas nenhumas de que, das três equipas, a equipa do Vitória foi a melhor em campo hoje”, disse. No fim do encontro, o timoneiro descreveu o resultado como “inglório” e garantiu que, somado mais um ponto, o foco é o encontro da próxima quarta-feira, dia 17 de abril, no Estádio do Dragão: “Hoje estamos tristes porque não conseguimos os três pontos, mas somámos mais um ponto na nossa caminhada e agora vamos focar-nos já no próximo desafio, que é para a Taça de Portugal”.
Álvaro Pacheco ainda enviou um abraço para João Mendes. O jogador foi substituído aos 44 minutos com muitas queixas e, na conferência de imprensa, o treinador confirmou que se trata de uma lesão grave. “É um jogador brilhante, é um mágico”, começou por dizer. E concluiu: “Nenhum jogador gosta de passar por isto, mas vai trabalhar a sua resiliência e a sua determinação e vai regressar mais forte. Não tenho dúvidas nenhumas. Ele é um campeão”.
Análise ao jogo: “Quero começar por dizer que ainda estamos na luta. Acho que ficou mais do que evidente que os meus jogadores mereciam a vitória, mereciam estar à condição, como dizem, em terceiro ou quarto lugar. No entanto, nós não olhamos muito para isso. O que eu analiso é o desempenho dos meus jogadores. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, que íamos jogar contra um adversário que aposta muito nas transições e que, se passasse para a frente do marcador, ia fechar as suas linhas e ia estar sempre a quebrar o ritmo e a não permitir que houvesse jogo. Nós tínhamos de ser capazes de contrariar isso. Os meus jogadores demonstraram essa capacidade. Não fomos felizes. Criámos oportunidades, entrámos bem no jogo e entrámos a criar oportunidades. Na primeira transição em que o Farense consegue sair, faz o golo. É evidente que nos últimos minutos da primeira parte houve uma fase em que perdemos o controlo emocional e deixamos partir o jogo porque deixamos de ter controlo sobre o jogo. Há um golo anulado. Se fosse validado, íamos para o intervalo empatados e penso que era mais do que justo. No entanto, fizemos uma segunda parte em que criámos oportunidades atrás de oportunidades e só fomos capazes de fazer o golo mesmo a acabar. E, mesmo assim, notava-se que podíamos chegar ao segundo golo com alguma facilidade tal era o caudal e a capacidade de pegarmos no jogo. Foi também evidente a incapacidade que o Farense demonstrou na segunda parte para conseguir sair nas transições e conseguir criar mossa. Nós estávamos constantemente a criar situações de frisson. Tanto é que fizemos o golo mesmo a acabar e depois o Nélson Oliveira quase fez o segundo. Penso que é um resultado inglório, mas a vida faz-se disto. Hoje estamos tristes porque não conseguimos os três pontos, mas somámos mais um ponto na nossa caminhada e agora vamos focar-nos já no próximo desafio, que é para a Taça de Portugal”.

Lesão de João Mendes: “Infelizmente, tanto quanto eu sei, a lesão do João Mendes é grave. É uma lesão grave no tornozelo esquerdo. Mando-lhe um grande abraço. Já estive a falar com ele. A vida faz-se disto. Se calhar estava no melhor momento da carreira dele, a fazer uma época brilhante. É um jogador brilhante, é um mágico. Aconteceu-lhe isto, mas não tenho dúvidas de que vai regressar mais forte e disse-lhe isso. Vai aproveitar este período pelo qual vai passar. Nenhum jogador gosta de passar por isto, mas vai trabalhar a sua resiliência e a sua determinação e vai regressar mais forte. Não tenho dúvidas nenhumas. Ele é um campeão”.
Arbitragem: “Eu não falo da arbitragem. A minha postura sempre foi essa. Acho que estiveram aqui duas equipas que estrategicamente procuraram a vitória. Penso que na segunda parte, a estratégia do Farense para quebrar o ritmo, com os jogadores a atirarem-se para o chão, condicionou um bocado o espetáculo, mas mesmo assim penso que o desempenho dos meus jogadores foi fantástico. Não tenho dúvidas nenhumas de que, das três equipas, a equipa do Vitória foi a melhor em campo hoje”.
Paragens e interrupções: “O jogo teria sido completamente diferente. Nós vemos principalmente que quando os três grandes estão a perder, os árbitros não permitem isso. Noutro tipo de jogos conseguem permitir, mas pronto. Nós temos de ser resilientes e arranjar soluções. Penso que foi isso que os meus jogadores demonstraram. Nunca perdemos a fé e a crença de que éramos capazes de chegar ao empate. Depois de empatarmos o jogo, estivemos perto de chegar à vitória. Penso que seria mais do que justo pelo desempenho e pela atitude dos meus jogadores. E dar oito minutos com paragens e substituições. Há um golo nos descontos e o árbitro chega aos oito minutos e acaba o jogo. Numa equipa grande ele não fazia isso. É a minha opinião e convicção”.