Um mau arranque foi a deixa para o Farense adiantar-se bem cedo no marcador. A formação algarvia limitou-se depois a defender até ao fim, com o Vitória SC a repor a igualdade já no tempo extra
Em condições normais, o Vitória Sport Clube teria despachado o Farense neste sábado com uma goleada tal foi o domínio e o número elevado de ataques e remates que somou numa tarde de muito calor. Um golo apontado por Bruno Duarte, logo aos nove minutos, a aproveitar um momento de desatenção, permitiu, porém, à formação algarvia sair do Estádio D. Afonso Henriques com um empate (1-1) na 29.ª jornada da Liga Portugal. A reação dos visitados foi poderosa e contínua, até ao último soar do apito do árbitro, mas renderia apenas um golpe de cabeça certeiro de Jorge Fernandes aos 90’+7’, numa altura em que o adversário defendia com todas as suas forças a magra vantagem no marcador. Pelo meio, o Vitória SC pecou claramente na finalização, desperdiçando de forma surpreendente um punhado de oportunidades flagrantes, e ainda viu um golo de João Mendes, num estupendo remate de trivela, ser anulado aos 21 minutos, por indicação do vídeo-árbitro.
A partida revelou-se, aliás, muito azarada para o médio-ofensivo, que acabaria por deixar o relvado de maca antes ainda do intervalo, depois de se ter lesionado com gravidade no tornozelo esquerdo. O Vitória SC acabaria a primeira parte claramente por cima, mas a perda de João Mendes foi um duro revés na estratégia montada pelo técnico Álvaro Pacheco, que, de repente, teve de abdicar da dupla Jota Silva-Kaio César para lançar Nélson Oliveira. Em busca da reviravolta, o treinador mexeria ainda na equipa logo no começo do primeiro tempo: trocou Tomás Ribeiro e Kaio César por André André e Nuno Santos, abdicando assim da clássica defesa a cinco para uma estrutura de apenas quatro elementos na retaguarda, e a equipa continuou a crescer e a ganhar amplitude e profundidade no ataque, para as quais contribuiria a posterior entrada de Adrián Butzke.
O Farense passou por um mau bocado e suspirou mesmo de alívio aos 60 minutos, quando Jota Silva apareceu a cabecear de forma perigosa ao segundo poste. Valeu então a atenção de Talys, a cortar exatamente em cima da linha de golo. Na baliza, Ricardo Velho também não facilitava, como se verificou aos 67 minutos (o guarda-redes aplicou-se para defender um perigoso remate de Miguel Maga), pelo que os três pontos ainda pareciam cintilar na linha do horizonte para os visitantes na fase em que o jogou entrou no tempo extra. Foram oito minutos de tudo ou nada para as duas equipas, com o ponto a ter sido resgatado pelos Conquistadores num canto. Ricardo Velho ainda apareceu nas alturas a tentar sacudir, mas Jorge Fernandes antecipou-se ao guardião e atirou de cabeça para o fundo da rede, fazendo o estádio explodir de alegria.
A fé era imensa, mas não houve tempo para mais. A campanha do Vitória SC prossegue nesta quarta-feira, com a equipa a regressar ao Dragão para disputar a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal.
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