Depois de somar 60 pontos, o timoneiro vitoriano confessou que se sente orgulhoso do percurso da equipa, mas recordou que a época ainda não acabou: “há mais nove pontos em disputa”
O Vitória Sport Clube concluiu a 31.ª jornada da Liga Portugal com 60 pontos somados e na disputa dos lugares da frente. A consequência natural de um triunfo por 1-0, frente ao Boavista FC, no regresso ao Estádio D. Afonso Henriques. Para Álvaro Pacheco, é uma vitória “merecida” e “justa” que podia ter sido mais expressiva: “Penso que a vitória seria mais do que justa por 2-0”.
O treinador vitoriano revelou se sente orgulhoso do percurso e do crescimento da equipa, mas sabe que o caminho ainda não acabou. A próxima etapa é em Vila do Conde, em jogo agendado para o próximo sábado, dia 04 de maio, e a ambição é a mesma dos últimos jogos: conquistar mais três pontos. “Neste momento sentimos orgulho pelos 60 pontos somados, mas temos um desejo muito grande de conquistar já os próximos três no fim-de-semana”, disse.
Análise ao jogo: “Foi uma vitória mais do que merecida e mais do que justa. Fizemos uma primeira parte sem dúvida monstruosa. Depois de nos últimos dois jogos não termos conseguido a vitória, queríamos muito fazê-lo neste jogo ainda para mais em nossa casa e junto dos nossos adeptos, que compõem uma magnífica moldura humana. Tínhamos de entrar muito fortes, acutilantes, agressivos e principalmente a fazer as coisas acontecerem. Queríamos mesmo ganhar e acho que dominamos em todos os aspetos na primeira parte. Posso estar enganado, mas não me lembro de o Boavista ter chegado à nossa área na primeira parte. Sabíamos que os espaços iam ser diferentes se o Boavista viesse jogar em transições do que se viessem jogar agressivos na pressão. Nós fomos capazes de descobrir esses espaços não só por fora como também por dentro. Fizemos um golo e penso que criámos oportunidades para chegar ao intervalo com uma margem maior. O que nós falámos ao intervalo e o que nós sentíamos, e conhecendo o nosso adversário, é que o Boavista é uma equipa que nunca desiste, que entra no jogo a qualquer momento, muito forte nas transições, muito forte nas bolas paradas. Em qualquer situação, quando criam um elã, empolga-se e vai atrás do golo para estar novamente em jogo. Como disse na antevisão, nós tínhamos de ter uma grande capacidade posicional para nunca permitir que o Boavista fosse capaz de nos ferir principalmente nos aspetos em que o Boavista é mais forte, que é nas suas transições. Penso que fizemos uma segunda parte que não foi tão boa como a primeira, mas tivemos mais do que oportunidades para fazer o segundo golo. É evidente que, não fazendo o segundo golo, na parte final há sempre bolas paradas, há sempre algum frisson, há sempre algum nervosismo porque o final do jogo começa a aproximar-se e há sempre aquele receio de o adversário conseguir chegar ao golo. No entanto, penso que a minha equipa se mostrou muito madura nesses momentos e manteve-se sempre estável, resolvendo os problemas que o Boavista foi causando. Pena foi não termos capacidade e discernimento de fazer o segundo golo. Penso que a vitória seria mais do que justa por 2-0”.
Bruno Gaspar do lado esquerdo: “Eu disse, em tom de brincadeira, que o Bruno [Gaspar] joga em qualquer posição. Se calhar tenho de o experimentar também a extremo. A qualidade da época dele e o rendimento e exibição que está a ter são extraordinários. Ele jogou no lado esquerdo porque nós não tínhamos defesa esquerdo. O Afonso [Freitas] ressentiu-se da lesão do joelho. O Bruno, já esta época o tinha feito, esporadicamente, quando não tínhamos lateral esquerdo, porque, como eu disse, acho que o Bruno joga bem em qualquer posição. Portanto, jogou ele e o [Miguel] Maga. Simplesmente por estratégia e por rendimento também. Sabíamos que o Bruno ia render e ia dar à equipa aquilo que era preciso naquela posição”.
Orgulho no percurso e objetivos finais: “Neste momento, há um sentimento de orgulho pelo nosso percurso, pela evolução que temos apresentado, pela capacidade que demonstramos face às adversidades que surgiram. A equipa tem dado sempre uma resposta fantástica. Quem segue o Vitória vê a evolução da equipa e as situações a nível de variabilidade do jogo que nós estamos a ter no crescimento da equipa. Penso que temos de continuar focados no nosso processo. Neste momento temos 60 pontos, temos um orgulho muito grande na nossa caminhada. Há mais nove pontos em disputa. A nossa estratégia, desde que chegámos, foi focarmo-nos no nosso crescimento jogo a jogo e focarmo-nos no que é que nós temos de fazer para, em todos os jogos, sermos capazes de conquistar os três pontos em disputa. Neste momento sentimos orgulho pelos 60 pontos somados, mas temos um desejo muito grande de conquistar já os próximos três no fim-de-semana”.
Ausência de Tiago Silva da convocatória: “Remeto para o comunicado do Vitória. Essa é a minha resposta”.