Alertado para um Braga forte, o treinador acredita que o Vitória SC será capaz de levar a melhor no dérbi minhoto, fixando ao mesmo tempo um novo recorde de pontos no campeonato
A baixa, por castigo, do capitão Tomás Händel foi uma das contrariedades desvalorizadas por Álvaro Pacheco durante a antevisão ao jogo com o Braga, marcado para este sábado. A ponta final do campeonato será frenética e o treinador confia numa boa resposta do Vitória SC no dérbi minhoto, assumindo, sem rodeios, que o grupo vai atirar-se ao jogo com o claro objetivo de ganhar e de estabelecer um novo máximo histórico de pontos, isto numa altura em que o quarto lugar continua a ser um objetivo possível. Com o precioso embalo dos adeptos, Pacheco avança otimista para o último desafio da época no Estádio D. Afonso Henriques.
Jogo decisivo? “Sabemos que temos pela frente um jogo especial. É um dérbi e todos os vitorianos gostam desse tipo de desafios. Preparámo-nos para esse jogo da mesma forma que preparámos os anteriores. Temos três pontos para disputar e a equipa trabalhou no sentido de se apresentar competitiva e capaz de conseguir aquilo que nós pretendemos: queremos muito regressar às vitórias em nossa casa. Foi uma semana perfeitamente normal”.
O quarto lugar: “Temos dois objetivos para alcançar: superar a fasquia dos 62 pontos e alcançar o quarto lugar. Para isso, temos de ganhar os últimos dois jogos que restam do campeonato, focando-nos especialmente no próximo, frente ao Braga. Este é um grupo de campeões e que tem a capacidade de se superar. Desde que cá cheguei, criámos uma mentalidade de campeões e, por isso, chegámos a esta fase do campeonato com 60 pontos somados. É mérito dos jogadores, tiveram a capacidade de superar várias adversidades que surgiram ao longo da época, conquistando pontos atrás de pontos. Devemos continuar focados naquilo que nos trouxe até aqui. Foi o nosso jogo, a nossa capacidade, a nossa solidariedade, a nossa ambição, tentando sempre impor o nosso futebol em todos os campos. Será essa a nossa postura amanhã; não com mais responsabilidade, antes com uma vontade muito grande de ganhar no último jogo da época em nossa casa, perante os nossos adeptos”.
Grupo descomprimido ou sob pressão? “Vejo o grupo com uma ambição muito grande. Foi assim ao longo de toda a época. Tem uma mentalidade muito forte, quer sempre mais. Está orgulhoso daquilo que já conquistou, mas quer sempre mais. Estão juntos a trabalhar há 11 meses. A época já vai longa, mas nunca se desfocaram do próximo jogo e do que podem conquistar. Tenho um orgulho muito grande em ser treinador deste grupo de trabalho”.
O Braga sofre e marca muitos golos: “Vamos apresentar um Vitória SC a ser Vitória SC. O adversário está a fazer um final de campeonato muito bom e que só perdeu com o Porto, o Benfica, o Sporting e o Farense fora de casa. É uma equipa forte, com grande variabilidade de jogo, tem jogadores com muita qualidade. Se o Abel Ruiz jogar de início, vão explorar mais a profundidade; se o titular for o Banza, vão praticar um futebol mais associativo e aéreo. E também sabemos que o Ricardo Horta e o Bruma aceleram muito o jogo, explorando situações de um para um e procurando ainda o jogo interior para servirem o João Moutinho, o Vítor Carvalho ou o Zalazar. É uma equipa com mais-valias, mas nós encaramos tudo isso como estímulos para mostrarmos o nosso valor. Pelo que me dizem, o estádio apresentará uma moldura humana fantástica e nós queremos acabar a época em grande. Os nossos adeptos são muito importantes e, por acerto, vão ajudar a equipa a regressar às vitórias”.
A ausência de Tomás Händel [castigado] e a coesão defensiva: “Em todos os jogos a equipa apresentou-se sempre sólida e compacta nos seus processos defensivos. Confio em todos os jogadores e sempre soube que precisaria de todos ao longo da época. Não podendo jogar o Händel, outro jogador terá a oportunidade de desfrutar de um dérbi minhoto e perfeitamente enquadrado no jogo habitual do Vitória SC”.
Braga sem Paulo Oliveira e Djaló e com vários jogadores em risco: “Independentemente de quem jogar da parte do Braga, preparámos a equipa no sentido de ela apresentar aquilo que é necessário para ganhar o jogo de amanhã. O Braga tem processos muito padronizados e uma identidade muito forte. Pode trocar de peças, mas nunca perde a sua essência. Temos é que nos focar em nós”.
A derrota com o Rio Ave e o ruído em torno do treinador: “Percebo a pergunta, mas os temas que mais interessam nesta altura é o jogo de amanhã e o Vitória SC. Estamos focados somente naquilo que a equipa tem de fazer para conquistar os três pontos e fazer história amanhã. Olhando para a época, houve sempre especulações, com jogadores que podiam sair. Um até viajou de avião para Itália e, passados dois dias, estava cá outra vez. Mas esses jogadores nunca se desviaram do compromisso com a equipa. É por isso que temos agora 60 pontos. Isso deve-se à capacidade, ao caráter e à coesão que esta equipa tem. Por tudo isso, esta semana foi perfeitamente normal. Defrontámos, de resto, um Rio Ave muito forte em casa e que está a ter um fim de época muito bom. Teremos agora de ser mais fortes e melhores do que no último jogo, embora saibamos que a vida faz-se de sucessos e insucessos, olhando para a frente e para aquilo que ainda podemos conquistar”.