Álvaro Pacheco reclamou a existência de um penálti que ficou por assinalar e que é determinante para o resultado (2-3) do dérbi minhoto
No último jogo da época disputado no Estádio D. Afonso Henriques, e alguns minutos depois do fim do Dérbi do Minho, Álvaro Pacheco foi assertivo na sala de imprensa. Reclama a existência de um penálti (que ficou por assinalar) e, apesar de afirmar que as duas equipas jogaram para ganhar, reconhece que “o Vitória foi a melhor equipa”. É, por isso, óbvia a conclusão do treinador vitoriano sobre o resultado do jogo deste sábado: é expulso. “Acho que o resultado é de uma injustiça muito grande principalmente pela qualidade de jogo da minha equipa, mas o futebol faz-se disto”, disse. Com mais um jogo até ao fim da temporada e com a meta dos 63 pontos ainda por conquistar, Álvaro Pacheco garante que a equipa vai estar focada no jogo em Arouca. “Portanto, temos de estar tristes, mas temos de perceber que ainda temos mais um jogo e vamo-nos focar num objetivo que é importante”, concluiu.
Análise ao jogo: “Objetivamente acho que o que poderia ter sido diferente era o elemento que estava no VAR assinalar aquela grande penalidade, que é penálti e expulsão. Normalmente não gosto de falar da arbitragem. Aceito que o árbitro não tenha visto em jogo, mas quem está no VAR tem de ver o lance. É um lance que é determinante para o desenlace do jogo. Acho que foi um jogo muito bom com três grandes equipas que disputaram um jogo fantástico e emotivo. As duas equipas jogaram sempre para ganhar. Penso que o Vitória foi a melhor equipa. Na primeira parte, o Vitória entrou muito bem. Entrámos muito pressionante e não deixámos o Braga pegar no jogo, principalmente o jogo ofensivo. Nós conseguimos adiantar-nos no marcador, mas ainda assim mantivemos o nosso caudal ofensivo e podíamos ter feito o segundo golo. O Braga consegue fazer os primeiros golos em momentos de transição. Portanto, principalmente na primeira parte, no nosso melhor período, no nosso melhor momento, em que estávamos a ser acutilantes, a ser audazes e a manter o Braga lá atrás, o Braga faz o empate numa transição. O resultado ao intervalo era completamente injusto. Ainda assim, o jogo até foi mais equilibrado na primeira parte do que na segunda. Penso que, na segunda parte, tirando aqueles cinco ou seis minutos iniciais, foi tudo Vitória, sempre a conseguirmos empurrar o Braga lá para trás. O Braga, a nível de posse e a nível de organização ofensiva, não conseguiu chegar uma vez à nossa baliza. Foi sempre em momentos de transição e de perdas de bola porque nós tínhamos de arriscar e procurar os espaços. Às vezes houve situações de risco para sermos capazes de criar oportunidades como nós fomos capazes de criar. E naquele período em que o Braga está lá atrás e está com dificuldades em sair, há o lance do penálti, como eu referi no início, e que tem uma influência muito grande no resultado final. Além disso, sofremos o segundo golo num momento em que a equipa quer marcar a falta rápido, quer meter intensidade e ritmo no jogo porque nós estávamos por cima e depois, na sequência de uma perda de bola, o Braga foi capaz de passar para a frente. Aquilo que eu posso dizer, mais uma vez, é que vimos a alma e vimos a qualidade de jogo. A minha equipa foi atrás das nossas pretensões, não se deixando influenciar pelas incidências do jogo. Mantemo-nos fiéis ao que somos, às nossas ideias, às nossas pretensões. Conseguimos chegar ao 2-2 e depois, a partir daí, o jogo ficou muito frenético, com mais espaços. Nós queríamos muito ganhar. Mantivemos um jogo posicional agressivo e ofensivo para sermos capazes de chegar ao terceiro golo. Houve um lance em que o Braga foi feliz e passou para a frente do marcador já na reta final do jogo. Acho que o resultado é de uma injustiça muito grande principalmente pela qualidade de jogo da minha equipa, mas o futebol faz-se disto. Perdemos o objetivo que tínhamos de disputar o quarto lugar no último jogo, mas temos ainda a oportunidade de fazer história neste clube. Portanto, temos de estar tristes, mas temos de perceber que ainda temos mais um jogo e vamo-nos focar num objetivo que é importante”.
Último jogo da época no Estádio D. Afonso Henriques: “Hoje foi o último jogo da época em casa e queríamos muito ganhar, queríamos dedicar esta vitória à nossa massa associativa porque é diferente e apaixonada pelo clube. Estes adeptos são exigentes, mas estão sempre presentes em todos os momentos. É uma massa associativa diferenciada. Portanto, os meus jogadores queriam muito marcar e escrever uma página bonita nesta história, ainda para mais num dérbi, a jogar contra um rival no último jogo em casa. Mas é sempre fantástico jogar pelo Vitória em todos os jogos. Ficamos com pena de não sermos capazes de conquistar os três pontos. Acho que os meus jogadores e os adeptos mereciam”.
Manu Silva: “O Manu cumpriu. Ele tem treinado nas duas posições desde que nós chegámos. Não é a primeira vez que ele joga a médio esta época. Já tivemos situações em que o Manu, mesmo com uma linha de cinco a defender, com bola passava muitas vezes para a linha dos médios porque é médio de formação e é um jogador que faz muito bem essas duas funções. Consegue criar esta variabilidade do jogo quando nós pretendemos. Penso que esteve melhor na segunda parte, mas fez um excelente jogo no global. Acho que é um talento. É um jogador jovem, com uma margem de progressão muito grande e vai fazer uma carreira fantástica. Não tenho dúvidas nenhumas”.