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“Os pais devem reforçar o respeito pelos outros e motivar o fair-play”

Pedro Gomes, dos Sub-16, conquistou 3º lugar na XII Edição do Concurso literário “A Ética na Vida e no Desporto”

“Os pais são as referências que nos acompanham ao longo da vida. Assumem-se como os principais educadores na transmissão de valores, aclamação do esforço, respeito pelos adversários, compreensão e reflexão nas derrotas e orgulho nas vitórias. A estrutura emocional que nos prepara para enfrentar o mundo. Com um contributo ímpar no nosso desenvolvimento pessoal e social. Os modelos ético-morais a seguir e os principais norteadores da nossa viagem. O código ético-desportivo parental é mais do que garantir as idas e vindas aos treinos. Envolve atitudes. É ir ao estádio apoiar os filhos. Respeitando o jogo e todos os atores.” 

As frases que dão início a este conteúdo não são da autoria do jornalista que o escreve. Gostaríamos que assim fosse dada a qualidade do mesmo, mas o seu a seu dono. O autor deste irretocável trabalho escrito é ainda jovem e conseguiu, com o tema “Ética na bancada”, conquistar o 3º lugar na XII Edição do Concurso literário “A Ética na Vida e no Desporto”.*

Não vamos continuar com o suspense e assumimos já: Pedro Gomes. É este o protagonista desta entrevista que nos mostra, acima de tudo, que os jovens atletas estão cada vez mais capacitados para as mais diversas áreas de atuação.

Estudante do 10º ano na Escola Martins Sarmento, o defesa central dos Sub-16 considera-se “bom aluno”. A média das suas notas pauta-se nos 17 valores, pelo que consideramos que o jogador está a ser humilde. Característica esta que lhe permitiu chegar ao prémio. Humildade e capacidade de superação. A participação no concurso surgiu por incentivo da progenitora mas houve outra razão maior: “A minha pior nota é à disciplina de Português (15), pelo que quis também mostrar à minha professora de que sou capaz. Encarei este concurso também como um desafio e penso que o superei. O texto teria de abordar algo relacionado com a ética no desporto e eu optei por falar da ética nas bancadas, no 12º jogador. Penso que é importante debatermos mais este tema e tentarmos sensibilizar os pais para outro tipo de comportamentos. Vimos muitas vezes os pais a insurgirem-se contra os árbitros, contra os adversários, em vez de se focarem em apoiar os filhos e isso está errado. Como escrevi, os pais devem reforçar a dedicação e respeito pelos outros, devem motivar o fair-play e aplaudir os feitos de todas as equipas, vibrando e puxando, naturalmente, pelos seus filhos”, explicou.

Superado o desafio, e a conquista de um lugar no pódio a nível nacional, Pedro Gomes mantém a intenção de seguir uma área ligada ao Desporto. O sucesso no concurso não mudou os seus objetivos e a escrita continuará a surgir apenas como “algo necessário”. “Os meus pais são ambos professores e o meu irmão está a estudar Economia mas eu não quero nenhuma das áreas, apesar de ter a minha melhor nota na disciplina de Matemática (17). Quero seguir Desporto, até porque é a área que realmente gosto mas não é só por jogar futebol. Hoje, não podemos estar focados apenas no futebol porque jogar à bola faz parte do sonho de qualquer menino mas, muitas vezes, é isso mesmo, apenas um sonho. Podemos chegar a uma equipa profissional mas, ainda assim, ter de conciliar com outro emprego. É fundamental ter o plano B e o facto de tirar boas notas permite-me ser livre nas escolhas do curso a seguir”, atestou.

“Estou feliz e com ótimas expectativas para o próximo ano”

Natural de Oeiras, Pedro Gomes vive a primeira época em Guimarães. Saiu da zona de conforto e da “confusão da capital” mas já se assume “totalmente integrado”. “É o meu primeiro ano aqui e como é natural precisei de algum tempo para me adaptar. Nunca tinha vivido fora de casa e o início foi um pouco difícil. Contei com a ajuda dos colegas que também vivem na residência e hoje já me sinto em casa. Talvez por isso é que também considero que estou melhor enquanto jogador. O meu rendimento dentro de campo acompanhou a minha integração ao clube e à cidade, que é bem mais calma do que Lisboa. Estou feliz e com ótimas expectativas para o próximo ano. Temos uma boa equipa e acho que vamos conseguir dar continuidade à boa geração do escalão de Sub-17”, comentou.

* O Concurso Literário «A Ética na Vida e no Desporto» tem como objetivo estimular a produção de trabalhos escritos, subordinados ao tema da ética no desporto, por parte de estudantes do ensino secundário e do ensino profissional ministrados em estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo, centros educativos e estabelecimentos prisionais localizados em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, premiando aqueles/as que apresentem melhor qualidade literária.