O técnico vitoriano garantiu que o grupo não vai descuidar o início do campeonato e assegurou que a equipa está motivada para começar bem a Liga Portugal 2024/25 e dar seguimento aos triunfos conquistados na UEFA Conference League
Depois de uma exibição de gala no reduto do FC Zürich, na Suíça, coroada com um triunfo por 0-3, o Vitória Sport Clube parte para o início do campeonato com a mesma ambição de dar uma boa resposta no início de mais uma competição. O registo de três vitórias em três jogos oficiais, sem sofrer nenhum golo, dá margem para esperar uma boa resposta no Estádio Municipal de Arouca. Muda a competição, mas a ambição é a mesma. “Mais do que perceber se mudaram o chip ou não, e isso será só no momento porque a resposta diária deles tem sido boa, é olhar para eles e vê-los com ambição interminável”, disse. O Vitória SC desloca-se a Arouca para a primeira jornada da Liga Portugal 2024/2025 na próxima segunda-feira, dia 12 de agosto. O apito inicial está agendado para as 20h15.
Preparação do jogo: “Os treinos acabam por ser diferentes pelo tempo que existe de descanso entre um jogo e outro. Não dá para trabalharmos tudo o que queremos. Definimos o que é mais importante, aquilo que pretendemos e estrategicamente sabemos que algumas coisas são mais importantes. Passamos mais informação do que propriamente trabalhar sobre o jogo a 100% porque não conseguimos pôr tudo em treino. Passamos bastante informação. Acredito que o grupo está focado. Pedi esse rigor a nível mental, mais do que o treino ou em termos físicos. Pedi mais o rigor a nível mental para termos capacidade para absorver todo o nosso discurso, o que identificamos para o jogo em Arouca. Acredito que os jogadores estão comprometidos e focados. Querem continuar a dar uma boa resposta. Por isso, estou tranquilo nesse sentido. Estes dias de treino foram muito bons dentro do que perspetivamos e a equipa está a 100%”.
Mudança do chip em competições diferentes: “É difícil dizer se o chip já mudou ou não. Precisamos de ver a resposta que a equipa dá no jogo de amanhã [segunda-feira]. Uma coisa eu tenho a certeza. Eu olho para os jogadores, para a equipa e vejo-os completamente focados no jogo, com os pés bem assentes na terra e, mais do que isso, vejo-os com ambição enorme de continuar a dar boas respostas independentemente do adversário e da competição que vamos disputar. Eles sabem que, na segunda-feira, vamos começar uma longa caminhada e começamos contra o Arouca. É uma caminhada longa e queremos ser felizes. Vamos ter de trabalhar bastante, vamos ter de sofrer, vamos ter de impor o nosso jogo. Mais do que perceber se mudaram o chip ou não, e isso será só no momento porque a resposta diária deles tem sido boa, é olhar para eles e vê-los com ambição interminável e sentir que a equipa está ambiciosa, com vontade de continuar a triunfar, de ser uma equipa à Vitória e dar seguimento aos bons resultados do início da época”.
Postura no relvado: “Em termos pessoais, friso aquilo que já disse: estou feliz por ter dado este passo na minha carreira e por estar num grande clube com uma exigência enorme, que nos honra muito enquanto equipa técnica. A minha postura no relvado reflete a minha maneira de estar e de ser. Tento ser equilibrado, passar as mensagens que considero importantes. Não sou um treinador exuberante e não tenho o hábito de andar no relvado aos gritos. Se calhar o Tiago [Aguiar] é mais. O Tiago era mais assim na época passada e vive mais o jogo nesse sentido físico, digamos. Tento ser mais perspicaz, mais assertivo. Enquanto treinador, claro que prefiro estar de pé a dar as indicações porque eles olham e podem ver o líder. Com todo o respeito possível pelo Tiago, que existe e vai existir sempre esse respeito mesmo quando eu não consiga estar. No entanto, é diferente olharem para o banco e verem o líder de pé”.
O adversário: “O Arouca é sempre uma equipa difícil e é também um campo difícil. Tem uma base forte do ano passado, tem bons comportamentos e manteve alguns comportamentos da época passado a níveis defensivos e ofensivos. Acrescentou algumas coisas dentro da ideia do seu novo treinador. É uma equipa que acredito que será dinâmica e que gostará de ter bola. Esperam-nos dificuldades perante um grupo que tem valores individuais muito bons que conseguiu manter da época transata. Será um jogo difícil se não formos rigorosos no que esperamos fazer. Daí eu dizer que é muito importante e pedir esse rigor mental nestes dias para a equipa e para os jogadores perceberem que temos de estar muito focados, a nível mental, para o jogo e para a sua exigência em termos de comportamentos. Mais do que o treino, é importante passar a informação. Não fugimos ao que somos enquanto equipa. Estrategicamente, estamos sempre mais preocupados com o que podemos controlar da nossa ideia de jogo. Espero que a equipa seja realmente rigorosa. O adversário tem bastantes dinâmicas e temos de estar dentro dos nossos padrões de rigor para conseguirmos trazer uma vitória. Esse é sempre o nosso desejo, sabendo de antemão que vamos defrontar uma grande equipa com valores individuais e coletivos fortes”.
Importância das competições: “Honestamente, tanto a Conference League como a Liga Portugal são importantes. Enquanto treinador tenho a ambição de ser competente nas duas competições. Vai ao encontro do meu discurso. Sou um treinador feliz e basta olharem para mim para sentirem que eu estou feliz no clube que estou e que represento e que tanto me honra e que exige de mim o máximo. Enquanto treinador do Vitória, pelos pergaminhos, pela exigência e grandeza do clube e dos seus adeptos, tenho uma ambição enorme de chegarmos à fase de liga da Conference League. É esse o desejo e não fugimos dele. Adicionalmente, também queremos fazer um bom campeonato e começar bem é importante”.
Pressão, exigência e consistência: “Enquanto treinador tenho de ver e pensar em muitas coisas. Vamos ter uma série de jogos seguidos com pouco tempo de descanso e vamos ter de gerir algumas coisas no dia-a-dia quase. Não descuido o início do campeonato. Queremos fazer um belíssimo jogo e queremos dar seguimento aos resultados positivos na Conference League. A exigência do clube é grande e eu sei disso. A pressão existe para todos: para nós, para os jogadores. Eles estão num grande clube e têm de agir como tal. Para sermos grandes, não basta dizer que queremos ser grandes. Para sermos melhores, temos de ser consistentes independentemente da competição. Estamos focados é no próximo jogo e os melhores diferenciam-se nisso: na consistência jogo a jogo e dar seguimento a resultados positivos. É o início da nossa caminhada no campeonato, é certo, mas temos de saber que queremos estar entre os melhores e ser os melhores e, para isso, a chave é a consistência. A exigência passa pela consistência e pela ambição diária de, no próximo jogo, querer ganhar e não nos cansarmos de ganhar. No entanto, temos de perceber que, para ganhar, temos de trabalhar bastante e respeitar o adversário que vamos encontrar no jogo seguinte, neste caso é o Arouca, e perceber que vamos passar por dificuldades. Se não estivermos capacitados para passar pelas dificuldades, não estamos capacitados para ser consistentes. Vamos encontrar sempre boas equipas independentemente de tudo, com bons coletivos, com boas individualidades e nós temos de estar capacitados para, nos momentos em que não conseguimos ser tão fortes, passar por problemas, mas também para conseguirmos ultrapassá-los a nível coletivo e continuar nessa consistência que nos levará a ser os melhores e estar entre os melhores. É isso que queremos: estar entre os melhores. Essa consistência passa por aí, pelo próximo jogo e o próximo jogo é o Arouca”.
Plantel: “Estou feliz com o plantel que tenho. Claro que estamos sempre atentos ao mercado. No entanto, o nosso plantel está bem, está equilibrado, dentro daquilo que nós queremos e dentro daquilo que a estrutura também quer. Sabemos como é o futebol. Pode sair mais alguém e nós temos de estar preparados para isso. Acredito que estamos preparados para isso internamente. Se alguém sair, vamos colmatar essa saída internamente ou acrescentando de fora. Neste momento estamos a viver o dia-a-dia e estou feliz com o plantel que tenho, feliz pela resposta que estão a dar. Quem está de fora vê que já estamos com uma dinâmica boa, mas está longe daquilo que eu quero. Não digo que está muito longe, mas queremos mais e queremos fazer melhor. A dinâmica está boa, mas leva tempo. O trabalho vai levar a que sejamos cada vez melhores. É difícil, com tantos jogos, passarmos informação. Eu acredito muito que a repetição ajuda a que sejamos melhores. Neste momento é difícil fazer essa repetição de comportamentos diários porque temos pouco tempo entre jogos e, então, o trabalho passa mais pela recuperação. Passamos mais informação a nível de imagem e mesmo de discurso do que propriamente de comportamentos a níveis individuais e coletivos, mas a resposta que deram ao longo da pré-época foi muito boa. Por isso é que dizemos que já estamos com uma boa dinâmica, é certo, mas ainda estamos longe do que eu quero e da minha exigência”.