fbpx
preloader

Rui Borges: “Devemos transformar a paixão em intensidade positiva no jogo”

Dando conta de um grupo motivado e bem preparado, o treinador do Vitória SC aposta no melhor resultado possível na deslocação deste domingo à Pedreira de Braga

Está aí mais um dérbi minhoto fervilhante tendo como palco o Estádio Municipal de Braga. Por entre elogios ao rival, o técnico Rui Borges mostrou-se ambicioso na antevisão à partida e garantiu que não lhe faltam boas opções para apresentar uma equipa competitiva e decidida a conquistar os três pontos. Certo de que “os pormenores” e o “talento dos jogadores” decidirão o jogo, o treinador sublinhou bem a ideia de que o Vitória SC tem capacidade para jogar de igual para igual com o Braga, desejando ainda “um bom espetáculo”, a bem de todos os amantes do futebol.        

O Vitória SC pós-saídas de Jota Silva e Mangas: “O impacto dessas saídas não é nenhum. O Mangas é passado, já não faz parte do grupo. Só estou concentrado naqueles jogadores que fazem parte do grupo: no Telmo Aracajo, no Kaio César, no Gustavo, no Nuno Santos, no Marco Cruz… Há tanta malta para jogar pelas alas, pelo que estou muito tranquilo. São jogadores que dão coisas diferentes que dava o Mangas, mas esta equipa tem a capacidade de se adaptar às circunstâncias. É um grupo que se conhece muito bem e, por isso, vamos apresentar 11 jogadores de início em Braga. Desejo, de resto, o melhor possível ao Mangas. É um jovem que cresceu comigo no Mirandela, quando eu também estava a começar como treinador. É um jogador especial para mim, tenho grande amizade por ele e desejo-lhe o melhor do mundo. É passado, mas vamos torcer pelas vitórias dele, da mesma forma que ele vai torcer por nós”.

A agitação do dérbi: “É normal que essa agitação se manifeste entre os adeptos. Um dérbi minhoto é um dérbi muito único e específico. Toda a gente tem a noção da intensidade e do calor que envolvem esses jogos. Como treinador, só tenho de me focar no adversário, tenho de manter esse equilíbrio. Devo alhear-me um pouco de toda essa agitação extra-campo, mas que faz parte do futebol. Mexe sempre com os treinadores e os jogadores, transmitindo a nossa paixão pelo jogo de dentro para fora. Devemos transformar essa paixão em intensidade positiva”.

À espera de um Braga duro: “Espero um adversário forte, à imagem do que tem sido nos últimos anos, com muita qualidade individual e um coletivo forte. Com a paragem do campeonato, tiveram tempo para adquirir comportamentos novos porque o seu atual treinador entrou numa fase de muitos jogos, tal como aconteceu connosco. O Braga é um adversário forte, vai jogar perante os seus adeptos. Se joga o Salazar ou não? O nosso foco é o coletivo deles. Temos algumas coisas orientadas em termos de individualidades, mas o Braga é forte pelo seu todo. Estamos muito focados naquilo que podemos fazer como equipa, tanto no processo defensivo como no processo ofensivo. É um bom adversário num jogo diferente”.

Dérbi em aberto até ao último minuto? “Teremos de jogar com rigor e concentração do princípio do jogo até ao fim, encarando todos os adversários da mesma forma, percebendo que do outro lado há sempre qualidade. Se perdermos a humildade e não pensarmos na qualidade do adversário, pensando que somos muito melhores, vamos ter problemas. Vamos manter o nosso rigor, a nossa coragem e a nossa ambição. Vamos manter a nossa ambição de vitória, de querer sempre ganhar. Acredito que será um jogo difícil e equilibrado. Tem-se verificado algum equilíbrio nos últimos anos entre as duas equipas e, por isso, estou à espera de um adversário muito semelhante ao Famalicão. Estou à espera de um Braga muito organizado, competitivo e, por isso, os pequenos pormenores farão a diferença. Não podemos perder por isso a concentração e o rigor, não dando ao adversário aqueles espaços que depois nos podem causar problemas”.

Nélson Oliveira ou Chucho Ramírez? “Vai jogar o Nélson… ou o Chucho. Nunca digo a equipa que vai jogar na véspera de uma partida, nem os jogadores sabem quem vai alinhar de início. Todos estão preparados para o jogo e identificados com as dinâmicas necessárias, com a nossa estratégia e com as ideias da equipa. Todos estão preparados para jogar e para não jogar. Se jogar o Nélson, estarei tranquilo; se jogar o Chucho, estarei tranquilo. Todos têm dado respostas muito boas. Tenho um grupo muito competitivo e dedicado ao trabalho, que acredita muito nas mensagens da equipa técnica. Os resultados têm revelado isso, pelo que tanto um como o outro vão dar boas respostas”.

João Mendes e as outras opções para lateral-esquerdo: “Antes de o Mangas ter deixado o clube, já treinavam nessa posição o Maga, o Bruno Gaspar e o Alberto. Todos os laterais direitos já treinaram à esquerda. Não estou preocupado. Quem jogar nessa posição, vai cumprir. Todos estão habituados a jogar como laterais-esquerdos, mesmo os que não são canhotos de raiz. E vão dar coisas diferentes. E o Mangas, enquanto cá esteve nesta época, treinava e jogava mais vezes como extremo do que a lateral”.

Favoritismo: “Será 50/50 em favoritismo. Tem havido muito equilíbrio nos últimos dérbis minhotos. O Vitória voltou a estar ao nível do adversário, ainda que seguindo outro caminho. É mérito de quem está à frente do clube. Vai ser um jogo muito equilibrado e competitivo, como tem sido o campeonato. As equipas estão muito bem organizadas e têm qualidade individual. Senti isso nos jogos com o Estoril, o Arouca, o Famalicão, o AVS… São sempre jogos muito equilibrados, com os pormenores e os momentos de inspiração a fazerem a diferença. Dentro da rivalidade, que seja um bom espetáculo, dentro e fora do campo. Esperamos é ser mais felizes do que o adversário, e trabalhámos para isso”.