A prever um estádio cheio, Rui Borges apelou à concentração e aposta numa grande exibição frente ao FC Porto
Embalado por um eletrizante triunfo no dérbi minhoto, disputado na Pedreira de Braga, o Vitória Sport Clube encara a visita do FC Porto cheio de confiança. Na antevisão da partida, o treinador Rui Borges deu conta de uma equipa muito motivada e atenta às características do adversário, garantindo que o grupo tudo fará para que os três pontos sejam somados no regresso ao Estádio D. Afonso Henriques. Certo de que os adeptos serão uma importante ajuda, o técnico estima mudanças no ataque dos azuis e brancos e não poupa nos elogios, mas tem a certeza de que o Vitória SC tem capacidade para levar a melhor, legitimando ainda mais o seu bom arranque de época.
A luta pelo segundo lugar: “Estamos na luta pelos três pontos. O meu discurso vai muito nesse sentido. Estou só preocupado com o jogo. Vamos defrontar uma grande equipa, muito competitiva e intensa, que está a fazer um bom início de campeonato, um pouco à imagem das épocas anteriores. Costumam entrar fortes e a querer demonstrar que são uma equipa grande, mas vão deparar-se com uma equipa que está moralizada e que também está a fazer um início de época bom. Vamos ser nós próprios, sem fugir àquilo que temos sido. O último jogo é passado, já não interessa para nada. Ganhámos, foi top, mas agora há que focar no nosso caminho. Temos agora pela frente o FC Porto, orientado agora por um treinador novo e que imprime muitas dinâmicas na equipa, salientando-se esta também pelo rigor e compromisso. É um jogo difícil, como têm sido todos, a começar pelo jogo com o Floriana. Todos diziam que era uma equipa fácil, mas para mim sempre foi difícil”.
O ataque do FC Porto é um desafio? “Os desafios têm sido constantes para mim e para a equipa. Por vezes valoriza-se pouco quem faz as coisas bem e, em função do que vou ouvindo, colocam-nos sempre à prova. Ganhámos ao Floriana porque tínhamos essa obrigação, ganhámos ao Zurique porque também não era uma grande equipa… e por aí fora. Depois surgiu a ideia de que seríamos postos à prova frente ao Famalicão e ganhámos. Para o jogo de Braga, levantou-se outra vez a mesma questão: agora é que vamos ver se eles estão mesmos a postos. E ganhámos em Braga. Temos agora pela frente o FC Porto e vai ser sempre assim. Eu estou sempre à prova desde que nasci. O FC Porto é uma equipa com muitas dinâmicas, acredito que façam uma ou outra mudança na frente, são muito agressivos e a jogar na profundidade. Acredito que se verifiquem algumas mudanças, entre os avançados. O Namaso dá umas coisas, os outros dão outras, mas nós estamos preparados. Não podemos é relaxar porque têm qualidade acima da média, mas vamos jogar com o mesmo rigor, concentração e a mesma ideia de jogo em termos defensivos e ofensivos. E acredito que vamos ter um grande ambiente no estádio. A última vitória foi muito especial para os nossos adeptos e, por isso, eles vão continuar a aparecer em força. Vão ajudar-nos a ganhar este jogo”.
Mikel Villanueva: “O Mikel continua em dúvida. Será uma questão até à hora do jogo. Tem treinado, vamos ver o que poderá acontecer”.
Samu ou Namaso no FC Porto? “O Namaso dá umas coisas, o Samu dá outras. Estamos preparados para uma ou outra situação. Os pequenos comportamentos é que decidem os jogos. A concentração faz toda a diferença. Se mantivermos esse rigor, acredito que faremos um bom jogo e a equipa está confiante. Acredito que faremos um belíssimo jogo. Os jogadores querem manter o hábito de ganhar”.
Falar com o coração: “Falo com o coração porque sou honesto, seja com vocês ou com a estrutura. Não criou formas de comunicar diferentes. Sou sempre o mesmo e comunicarei da mesma forma quando as coisas não correrem tão bem. Gosto de falar abertamente e no futebol até se sabe de tudo. Sou muito assim com os jogadores. São eles que fazem de mim treinador, eu estou aqui para os ajudar. Se eles acreditarem no meu discurso e nos discursos da restante equipa técnica, que tem muita competência, tudo correrá bem, respeitando sempre as individualidades. Ouço muito os jogadores. Um jogo só tem 20% de mim, os restantes 80% são aquilo que os jogadores dão em campo. As tomadas de decisão são deles. Eu quero é que eles errem, errem muito, peço-lhes sempre isso. É que só erra quem não se esconde. Eu também não me escondo. Isso é que nos dá felicidade. O que importa é reagir aos erros e, com o avançar do tempo, vamos falhar cada vez menos”.
Marca dos 40 jogos na Liga e as reportagens da semana: “Nem sabia dessa marca, mas estou muito feliz pelo meu trajeto… Foram desencantar a minha mãe lá em cima e fiquei feliz. É bom saber que os meus têm orgulho em mim, mesmo quando as coisas não correm tão bem. Mas continuo a ser o mesmo, aquele que começou no Mirandela. Agora estou no Vitória SC e um treinador luta sempre para estar nestes patamares elevados; caso contrário continuava por lá, no Mirandela. Estou a lutar pelo meu caminho e, felizmente, tenho alcançado os objetivos que tracei. Fico feliz por me valorizaram, mas prefiro que valorizem os jogadores. Se o fizerem, já me valorizam”.
Triunfo sobre o Braga vale o dobro: “Vale o dobro para todos os vitorianos; para mim só valeu três pontos. Sei o que representou para os adeptos. Como treinador, valorizo tanto uma vitória com o Braga como valorizo ganhar ao último classificado. São jogos. De resto, tem de haver respeito. Temos de respeitar todos. Agora vamos defrontar um FC Porto que se bate pelos títulos todas épocas e que está quase sempre na Champions. A dificuldade está lá, mas todos suscitam dificuldades. Temos é de ter capacidade para nos adaptarmos e devemos respeitar todos os adversários”.
Vê a antevisão completa aqui: