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Rui Borges: “Queremos chegar longe na Taça de Portugal e não há margem de erro”

Superado o trauma motivado pelo surpreendente empate caseiro com o Boavista, para o campeonato, o técnico do Vitória SC diz ter a equipa preparada para levar a melhor sobre o Paços de Ferreira na prova rainha do futebol português

Os amargos de boca originados pelo jogo com o Boavista, do qual resultou um improvável empate (2-2), terão de ser superados com um triunfo neste sábado, em Paços de Ferreira, segundo técnico Rui Borges. Estará em jogo a permanência na Taça de Portugal, prova em que o Vitória SC quer sempre chegar o mais longe possível, e o treinador confia numa boa resposta da equipa, embora ciente de que o adversário inspira cuidados e respira motivação depois de ter amealhado duas vitórias consecutivas na II Liga. Para isso, conta com todos os atletas disponíveis no grupo até porque se avizinham quatro semanas de grande densidade competitiva.  

Motivação: “Não há mesmo margem de erro. Pela história do clube e pela nossa exigência, almejamos chegar longe na Taça de Portugal. Sabemos que qualquer jogo é complicado nessa prova. Como jogador e treinador, já estive do outro lado em divisões inferiores e sei bem como são encarados estes jogos. Há muita ambição e vontade de vencer equipas de escalões superiores, especialmente as que disputam a I Liga. A motivação vai sempre para lá do normal, pelo que sei bem as dificuldades que enfrentaremos perante o Paços de Ferreira”.

O interregno no campeonato: “Sinceramente, preferia ter continuado a jogar. É um sentimento comum a todos, entre treinadores e jogadores. Eles querem dar uma resposta e temos a motivação de querer chegar o mais longe possível na Taça. Estão motivados e concentrados, sabendo que o rigor tem de aumentar, percebendo bem o que não correu bem no último jogo, para o campeonato. Eventualmente não fomos tão rigorosos como devíamos ter sido na ponta final do jogo. Pusemo-nos um bocadinho a jeito e não queremos que tal volte a acontecer. A equipa está muito motivada e concentrada, sabendo que tem pela frente jogos de grande exigência ao longe de quatro semanas. Toda a gente terá de estar ligada. Todos devem estar preparados para jogar e para não jogar, mas todos vão ser necessários. Todos os elementos do grupo devem partilhar do mesmo empenho e do mesmo compromisso. Tem de ser assim todos os dias, não podemos baixar. A malta quer muito jogar e ganhar, mas sabemos que teremos dificuldades”.

Espaço para mudanças? “Olho para um jogo da Taça como um jogo normal. É clichê que os jogos da Taça são oportunidades, mas as oportunidades devem surgir em qualquer jogo. Os atletas devem estar sempre preparados para jogar ou não. Temos uma série de jogos pela frente, uns a seguir a outros, e por isso vai haver margem para todos serem utilizados. Não tenho dúvidas disso. Essa rotatividade já se verificou no começo da época e terá de voltar a acontecer. Os jogadores são seres humanos, não são máquinas. Haverá quebras e não poderemos gerir todos da mesma forma, mas nós queremos isso. Queremos estar inseridos em várias competições: Taça de Portugal, Taça da Liga, UEFA Conference League e Campeonato. Teremos mais jogos, queremos lá andar e, por isso, sabemos que a exigência vai ser maior, pelo que todos terão de estar preparados para jogar”.

O Paços de Ferreira: “Vêm de duas vitórias, subiram um bocadinho na classificação da II Liga e, por isso, estão mais confiantes. É um misto de malta jovem com dois ou três jogadores mais velhos. É malta que quer mostrar-se na principal Liga e que está à espera de oportunidades. E disputam uma liga muito competitiva. Estão a ganhar maturidade e, por isso, estarão em crescendo. É uma equipa com boas dinâmicas e o seu treinador já leva pelo menos dois anos a trabalhar no mesmo projeto. A maior parte dos jogadores já está bem identificada com as ideias do mesmo treinador. E essa mesma equipa técnica também é quase toda vitoriana e isso também funciona como motivação. Estou à espera de um Paços de Ferreira difícil e motivado, a tirar partido do apoio dos seus adeptos. Por se tratar da festa da Taça, acredito que vamos encontrar um bom ambiente no estádio. Espera-nos um jogo difícil e, por isso, nunca poderemos baixar os braços. Olho para o Paços como uma equipa da I Liga, não é uma equipa de segunda. Estamos preparados para dificuldades e não queremos passar por dissabores. Já chega aqueles por que já passámos. Queremos é seguir em frente na Taça”.

Os golos sofridos frente ao Boavista: “Foram objeto de reflexão de imediato. O Boavista foi feliz pela forma como chegou à igualdade, marcando golos em dois lances muito específicos, sem terem criado pouco. Mas pudemo-nos a jeito. Decaímos um bocadinho em termos físicos, mas não serve de desculpa. Se calhar o treinador também não tomou as melhores opções nas substituições… No fim é fácil dizermos que se calhar fazíamos antes isto ou aquilo, mas tomámos decisões e nem sempre as coisas saem em campo como os jogadores querem. Tento ser equilibrado, mas os jogadores também falham. Aconteceu um pouco de tudo. Custou muito, mexeu connosco e agora temos de seguir o nosso caminho. Há que aprender com os erros, tornando-nos assim mais fortes”.