Treinador vitoriano analisa o triunfo (1-3) na Taça de Portugal com golos de Bruno Gaspar, Samu e João Mendes

Depois do triunfo por 1-3 no arranque da participação do Vitória Sport Clube na edição de 2024/2025 da Taça de Portugal frente ao FC Paços de Ferreira, Rui Borges analisou o desempenho da equipa e descartou a possibilidade de um “relaxamento” depois do primeiro golo. “Houve algumas falhas no processo ofensivo, alguns passes falhados, algumas tomadas de decisão menos boas”, reconhece. O timoneiro acredita que o “compromisso coletivo” da equipa foi determinante para carimbar a passagem à próxima fase da competição.
Antes de partir para a Suécia, onde vai defrontar os locais do Djurgårdens IF na segunda jornada da UEFA Conference League, Rui Borges alertou que todos os jogadores do plantel têm de estar prontos para a exigência das próximas semanas. O Vitória Sport Clube vai disputar 15 jogos, a contar para quatro competições diferentes, até ao fim do ano civil de 2025. “Todos os jogadores fazem parte do plantel e todos têm de estar preparados para jogar. Podem ser cinco ou 90 minutos. Quem não estiver preparado, não vai jogar. Quem não estiver preparado para jogar cinco, não está preparado para jogar 90. É tão simples quanto isso”, rematou.

Análise ao jogo: “Honestamente não acho que houve relaxamento. Entendo que houve algumas falhas no processo ofensivo, alguns passes falhados, algumas tomadas de decisão menos boas. Entrámos bem, como queríamos, fizemos golo rapidamente e imprimimos intensidade ao jogo. Depois criámos alguma desconfiança em nós próprios com o passar do tempo, que se acumulou com alguma frustração individual e coletiva porque as coisas não estavam a sair como queríamos. Os jogadores queriam que as coisas saíssem bem e entrámos numa frustração coletiva que não podíamos alimentar. Foi mais uma questão mental do que outra coisa. O Paços de Ferreira é uma boa equipa, bem organizada, com boas dinâmicas e conseguiu criar alguns desequilíbrios. Chegou ao golo num lance em que não estivemos tão bem em termos de cobertura coletiva e em termos defensivos. Faltou-nos alguns pormenores em termos de posicionamento de espaço. Ao intervalo só falei nesse aspeto, nem falei de questões técnicas e táticas. Vamos falhar nos aspetos técnicos e vamos falhar muito e, a nível tático, estávamos minimamente dentro do jogo e organizados. Faltava-nos, sim, entreajuda, mais em termos mentais, para nos apoiarmos e perceber que vamos falhar, mas isso não pode servir para desconfiarmos de nós próprios. E isso estava a acontecer na primeira parte. Foi importante fazermos o golo cedo na segunda parte. A energia coletiva da equipa foi diferente tanto no processo ofensivo como a nível do compromisso defensivo. Eles perceberam que não vamos acertar sempre, mas que, quando falhámos, temos de ter um compromisso muito grande uns com os outros. Estávamos a defrontar uma equipa boa, com miúdos que queriam mostrar o seu potencial, bem organizada, bem orientada. Sabíamos que íamos passar por algumas dificuldades. Foram criadas algumas dificuldades nos corredores, houve dois ou três cruzamentos que nos criaram algum perigo. Fomos conseguindo minimizar e depois acabamos por refrescar o grupo. Foi importante. Chegámos ao 1-3 também pela qualidade individual do puro [João Mendes]. A vitória foi justa perante uma grande equipa. Sabíamos que ia ser difícil principalmente por ser um jogo de Taça. Além disso, o Paços de Ferreira está na segunda liga, mas é uma equipa de primeira. Vejo-os como uma equipa de primeira divisão. Às vezes os jogos de Taça, mais do que para jogar bem, são para ganhar. Sabemos bem que quem defronta as grandes equipas do nosso país, como é o Vitória, está altamente motivado. Tivemos de perceber, mentalmente, que íamos falhar, mas tínhamos de ter esse compromisso para ganhar, mais do que para jogar bem em todos os minutos e esse rigor coletivo que foi o que nos faz sair daqui com a vitória. Era isso que queríamos”.
Gestão do grupo e oportunidades: “Eu tenho muito respeito pelos adversários e olho para todos da mesma forma. Como eu disse, olho para o Paços de Ferreira como uma equipa primodivisionária. Sabíamos que íamos passar por dificuldades. Vimos de uma paragem competitiva. A equipa tem estado bem, minimamente bem nos seus processos. O Charles entrou porque merece. Às vezes diz-se que os jogos de Taça servem para dar oportunidade, mas não é assim. Há oportunidades todas as semanas, não é só nos jogos da Taça de Portugal. Todos os jogadores fazem parte do plantel e todos têm de estar preparados para jogar. Podem ser cinco ou 90 minutos. Quem não estiver preparado, não vai jogar. Quem não estiver preparado para jogar cinco, não está preparado para jogar 90. É tão simples quanto isso. Seja para um jogo da Taça de Portugal, do campeonato ou da Conference League. Vamos entrar numa fase de 12 jogos, a jogar quase consecutivamente. Todos vão ser necessários. Eles têm de estar preparados para isso. As oportunidades vão surgir confirme o trabalho diário de cada um e as perspetivas para cada jogo”.