Embalado pelo oitavo triunfo consecutivo na UEFA Conference League, o Vitória SC quer reencontrar-se com os êxitos no campeonato, frente ao Estrela da Amadora. O técnico Rui Borges quer reeditar a exibição de quinta-feira, diante do Djurgarden

Sem tempo a perder, o Vitória Sport Clube voou direto de Estocolmo (Suécia) para Lisboa para preparar detalhadamente a visita de domingo ao Estrela da Amadora, aproveitando cada minuto possível para recuperar do desgaste e das viagens motivadas pela participação na Conference League. Em conferência de imprensa realizada no Estádio do Restelo, logo após a realização de mais um treino, o treinador Rui Borges deu conta de uma equipa muito motivada e disposta a tudo para somar os três pontos num jogo em que os níveis de competitividade voltarão a ser elevados. Assim foi na partida de quinta-feira, diante do Djurgarden, com os conquistadores a somarem o oitavo triunfo consecutivo numa prova da UEFA, o que constituiu um admirável recorde entre equipas portuguesas.
Agradecimento ao Belenenses: “Antes de mais, agradeço ao Belenenses a disponibilidade que teve em relação ao Vitória SC, permitindo que o treino de hoje [sábado] fosse possível no Estádio do Restelo, depois de termos viajado diretamente da Suécia para Lisboa”.
Viagens e o intervalo curto entre competições: “Estamos onde queremos. Estamos envolvidos em todas as competições e o atual contexto faz parte. Temos de saber lidar com isso, adaptando-nos às circunstâncias. A estrutura do clube está em sintonia e tem feito um esforço no sentido de proporcionar a todo o grupo o maior conforto possível. Tivemos o descanso possível para o jogo de amanhã [domingo], frente ao Estrela da Amadora. Será uma partida exigente perante um público exigente. Estamos preparados para um ambiente muito bom na linha daquilo que apanhámos na quinta-feira em Estocolmo. É isso que nós queremos, é isso que os jogadores querem. Querem estar inseridos em todas as competições. Há essa ambição. Sabemos o que isso implica e, por isso, a componente do descanso é muito importante. Sinto que os jogadores estão com uma ambição enorme e acredito que estamos preparados para o jogo da Amadora”.

O êxito europeu compensa o cansaço? “O cansaço existe e a motivação também deve existir. Conseguimos uma vitória importante para o futuro do clube e para tudo aquilo que nós ambicionamos. Agora há que mudar o chip. A vitória anterior, na Suécia, já não adianta nada. No último jogo para o campeonato, em nossa casa, empatámos aos 97 minutos e, por aí, estamos feridos. Queremos voltar às vitórias no campeonato, desejamos muito isso. Temos de nos adaptar bem a todas as circunstâncias, sabendo que temos pela frente um jogo muito exigente a nível físico e a nível mental. Se tivermos a mesma postura, a mesma intensidade, o mesmo compromisso e o mesmo rigor em determinados comportamentos em campo, tal como revelámos na Suécia, seremos bem-sucedidos amanhã [domingo]. Teremos de jogar com grande concentração perante um adversário que também quer ganhar, jogando ainda por cima em sua casa, perante os seus adeptos. Espera-nos um grande ambiente e a nossa ambição terá de ser muito maior. E para essa ambição se manifestar, teremos de ter grande capacidade de trabalho, sendo muito exigentes do primeiro ao último minuto de modo a sairmos da Amadora com uma vitória. É isso que desejamos”.
A rotatividade de jogadores: “Olho sempre para cada jogo em termos estratégicos e ainda em função do rendimento e do trabalho dos atletas, acreditando que os que alinham de início serão os melhores naquele momento. Tem havido alguma rotatividade em termos de escolhas porque todos trabalham de igual forma, dando sempre boas respostas em campo. Isso deixa-me tranquilo. O onze inicial de amanhã [domingo] será a equipa que eu acho mais adequada para aquele jogo e para o atual contexto, dentro da nossa ideia de jogo. Quem entrar em campo, dará o máximo. Disso não tenho qualquer dúvida. Nem sempre as coisas correm como nós desejamos ou como os atletas querem, todos estão prontos para jogar cinco ou 90 minutos. Respeitam-se muito, uns aos outros, e acreditam muito uns nos outros. Dão a vida uns pelos outros”.

A pressão vivida pelo Estrela na classificação: “É sempre difícil defrontar o Estrela da Amadora no seu estádio. É um ambiente fervoroso e os jogadores deparam-se sempre em campo com contextos de grande competitividade. Jogam à imagem dos seus adeptos. Independentemente da classificação do Estrela, teremos pela frente um jogo difícil, com muita intensidade e competitividade. Teremos de jogar dentro desse espírito, dando a vida em cada lance como se fosse o último da partida. Aliando a isso a nossa qualidade individual e coletiva, será possível bater o adversário”.
O técnico do Estrela falou em mandar no jogo: “Todas as equipas querem fazer isso. As equipas e os respetivos treinadores trabalham cada vez mais nesse sentido, valorizando muito o futebol desde a primeira etapa de construção até à finalização. Querem ser pressionantes, a começar até pelo pontapé de baliza. Não me surpreende nada essa intenção. O Estrela joga perante os seus adeptos e trata-se de uma equipa muito comprometida, intensa e competitiva, à imagem do seu treinador e do clube. Cada vez mais há menos equipas a jogar com um bloco baixo, apresentando o chamado autocarro. Temos de olhar para a especificidade do Estrela da Amadora, sabendo que tem procedido a mudanças em termos defensivos e ofensivos. Já jogaram em diferentes estruturas e estamos preparados para aquilo que podemos encontrar, sabendo de antemão que será um jogo competitivo. Teremos de jogar à imagem daquilo que fizemos na passada quinta-feira, na Suécia, estando sempre muito ligados no jogo, sem relaxar em nenhum momento. Só assim poderemos conquistar os três pontos. Teremos de aliar a parte competitiva e o rigor à nossa qualidade em todos os momentos do jogo”.