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Rui Borges: “A vitória foi merecida”

O técnico vitoriano analisou o encontro deste domingo e elogiou a atitude e o compromisso do grupo de trabalho depois de regressar aos triunfos (1-0) no Estádio D. Afonso Henriques

Análise ao jogo: “Foi notória a falta de frescura que tínhamos na primeira parte. Achávamos, enquanto equipa técnica, que não íamos sentir isso nessa fase e que só íamos sentir aos 60, 70 minutos, mas foi notório. Fomos muito reativos e pouco proativos. Não estávamos a antecipar as coisas, chegámos sempre atrasados às segundas bolas, estávamos mais lentos a tomar decisões, dominávamos, mas demorávamos mais a tomar a decisão, demos confiança para saírem em algumas transições, mais do que em futebol apoiado, e expusemo-nos a isso na primeira parte, mas honestamente, hoje senti, pela primeira vez, que a equipa não estava tão fresca na primeira parte. Fomos conseguindo controlar também, mas expos-nos a mais desgaste ainda. Faltou frescura nas tomadas de decisão, no momento de pensar o jogo. Perdemos alguma confiança. O Moreirense não nos criou grande perigo, é certo. Na segunda parte, no momento em que achávamos que íamos diminuir os nossos índices de frescura, acabamos por crescer. O [Tomás] Händel cresceu, o Tiago [Silva] cresceu. Percebemos o jogo nos primeiros 20, 25 minutos, ajustamos alguns comportamentos para empurrar o Moreirense para trás e nisto os jogadores são top, são fantásticos. Percebem as coisas. Na segunda parte, criámos muitas situações, empurrámos o Moreirense para trás, o corredor da direita com o [Bruno] Gaspar estava aberto, a provocar profundidade com o Kaio; o corredor esquerdo tinha uma dinâmica diferente. Fomos ajustando um ou outro comportamento e conseguimos empurrar o Moreirense até ao momento do golo. A malta sabia que a vitória era importante. Eu sabia, de antemão, que ia dar para o 1-0. São duas equipas muito boas, competitivas. Nada a dizer em relação ao adversário. São duas equipas que se comparam, é quase um espelho porque eles pressionam a três como nós pressionamos, pressionam a dois como nós pressionamos. Eles estavam mais frescos, mais fortes nos duelos na primeira parte. Depois do golo caímos em termos de bloco, estávamos num bloco mais médio-baixo, mas controlámos. Expuseram-nos em mais passes em profundidade, mais passes verticais, mas fomos competentes e a malta sabia que tínhamos de ser muito competentes e comprometidos. E fomos nos últimos 15, 20 minutos. A vitória acaba por ser merecida”.

Atitude e compromisso: “Não me preocupa a diferença de golos. Nós somos o Vitória, somos uma equipa com jogadores enormes, são grandes jogadores e eu vou dizer sempre que somos uma grande equipa porque é isso que somos. Não vamos ganhar sempre por 3-0 ou 4-0. Esqueçam lá isso. Os jogos são cada vez mais competitivos, os adversários são sempre mais fortes na nossa liga. Os resultados mostram isso. Não só os nossos, mas os outros também. Mostra a competitividade de todas as equipas. O que é certo é que empatámos jogos por causa de pequenos pormenores. Perdemos em Braga num canto mal batido quando o Braga não nos tinha criado absolutamente nada tirando um remate do Roger. Empatámos o jogo com um canto mal batido numa fase em que somos muito fortes. Não temos golos sofridos de bola parada tirando esse do Braga para a Taça da Liga. Com o Boavista sofremos dois golos em dois penáltis. São coisas que nós e os próprios jogadores não conseguem controlar. A verdade é que as equipas não nos têm criado claras oportunidades de golo. Há momentos em que vamos sofrer para ganhar. Hoje acabamos por sofrer um bocadinho com um bloco médio-baixo, mas não criaram oportunidades para fazer golo. É isso que me importa. Não vamos ganhar sempre 3-0. Eu quero é ganhar e eles sabem isso. As equipas estão cada vez mais competitivas. Hoje encontrámos uma grande equipa, bem trabalhada, com boas dinâmicas e com muita qualidade individual também. Foi um jogo competitivo, mas o resultado é justo. A malta foi comprometida quando tinha de ser comprometida, percebeu os espaços quando tinha de o fazer. É o que é. O futebol é isto. Acima de tudo, tenho um grupo que acredita em tudo o que passamos. Por isso é que ganha mais vezes e está a fazer um início de época fantástico. O mérito é dos jogadores, não é meu. E eles são uma grande equipa, amam o clube, apaixonam-se pelo clube. É difícil não nos apaixonarmos por este clube porque é diferente. É um orgulho enorme representá-lo e os jogadores também sentem e demonstram isso. O que passa de fora para dentro também tem sido importante. Os nossos adeptos voltaram a ser importantes pela energia positiva que demonstraram. Nesta fase em que estamos desgastados é importante e estamos desgastados. Temos 20 jogos. Os outros têm 10 ou 11. É uma diferença enorme. Por muito que às vezes façamos essa gestão, o desgaste está lá. Há desgaste mental. Não estão sempre com a mesma disposição. A atitude deles tem sido fantástica”.

Gestão da equipa: “Tentei não mudar muito. Mudamos três, quatro jogadores no máximo. A equipa tem uma boa dinâmica. Há jogadores que são importantes, estão numa fase importante. Mais à frente talvez haja outros porque uns vão baixar o momento de forma. É um bocado por aí. O grupo está feliz e as expectativas não podiam ser melhores. Estamos bem, muito bem. Os jogadores têm sido fantásticos e têm feito um início de época excelente. Não podia pedir mais nada ao grupo. Nada, nada. Quando falharem, é o treinador que falha. Eles dão tudo, acreditam em tudo. São fantásticos. Têm dado tudo em campo mesmo quando as coisas não têm corrido tão bem. Eles têm sido comprometidos com o que pedimos e queremos. Quando as coisas não correrem tão bem, é o mister que tem a culpa porque eles dão tudo dentro de campo e têm representado o clube da melhor forma e têm honrado da melhor forma os pergaminhos do clube e o símbolo que têm ao peito”.