Os oito triunfos consecutivos do Vitória Sport Clube na UEFA não deixam o treinador satisfeito. A receção ao Mladá Boleslav terá de redundar na conquista de mais três pontos
O céu parece ser o limite para o Vitória Sport Clube na atual edição da UEFA Conference League. A ambição não se esgota entre os profissionais comandados por Rui Borges e, por isso, a equipa só aponta a um novo triunfo na receção ao Mladá Boleslav, na terceira ronda da fase regular da competição, depois de ter fixado um recorde nacional de oito vitórias seguidas em jogos europeus. Rotulando semelhante feito de “mini objetivo” na conferência de imprensa de antevisão da partida marcada para esta quinta-feira, o técnico deu conta de uma equipa entusiasmada e a contar com o precioso apoio dos adeptos, mas também alertada para os perigos do adversário.
Densidade de jogos a sugerir rotação? “É positivo. Os atletas gostam é de disputar partidas. É bom sinal, é sinal de que estamos envolvidos nas competições que pretendemos. Teremos pela frente mais um jogo semelhante aos que já tivemos na UEFA Conference League, defrontando uma equipa muito pragmática e muito forte nos duelos. Tem jogadores bem constituídos em termos físicos, mas sabemos que os nove pontos podem garantir-nos a passagem, no mínimo, para o playoff da competição. Não vamos fugir disso”.
Os adeptos são reforços: “Vamos jogar em nossa casa e, tal como disse o Manu, é importante termos os adeptos do nosso lado para conseguirmos bater o adversário, que vem de uma vitória para a Taça da Chéquia. Soma dois triunfos consecutivos e isso é sempre moralizador para uma equipa que não estava a conseguir bons resultados. Acredito que vão tentar dar o seu máximo em termos defensivos, apresentando um bloco médio/baixo, com uma linha de cinco. Vão-nos condicionar em alguns aspetos e, por isso, teremos de jogar muito focados o tempo todo porque o adversário pode depois revelar-se forte nas transições ofensivas. Teremos de ser muito rigorosos e estar sempre muito vivos, jogando muito concentrados de modo a evitarmos desgostos e a ganhar. Ganhar é claramente o nosso objetivo”.
Mais golos na UEFA Conference League do que na Liga Portugal: “O campeonato português está muito competitivo. Viu-se isso no jogo com o Moreirense. Desengane-se quem pensar que vamos começar a ganhar por maiores diferenças de golos. Esqueçam isso. O nosso campeonato está mais competitivo e isso reflete-se nos resultados de todos os clubes. As equipas estão cada vez mais bem preparadas, tanto individualmente como em termos coletivos. O grupo tem essa noção. É verdade que temos sido mais felizes em termos de finalização na UEFA Conference League, mas o que importa é ganhar. Nem sempre estamos por cima dos adversários e os jogadores sabem que devem ser mais rigorosos nessas fases, em termos de comportamentos individuais e coletivos”.
Fintar o cansaço físico e o mental: Os jogadores estão muito comprometidos e eu não olho só para os jogos da UEFA Conference League. Tenho olhado para o nosso trajeto na globalidade. A equipa tem dado respostas fantásticas, apesar do cansaço, das viagens e dos jogos. Por vezes, a equipa não se ressente só pela componente física, também há cansaço na parte mental. Mas há um compromisso muito grande. Esta equipa tem muita ambição e coragem. Temos pela frente mais um jogo difícil e sabemos que o adversário fará tudo para pelo menos pontuar, porque leva duas derrotas na fase regular da competição. Vão querer transmitir outra imagem. Independentemente de quem jogar, o meu grupo dará uma grande resposta. Queremos seguir invictos na competição e ser reconhecidos por isso”.
Bater o último recorde fixado na Suécia (oito triunfos consecutivos na UEFA Conference League) funciona como motivação extra? “Os jogadores só dão por essas coisas no fim de cada partida. São pequenos objetivos, nem sequer falámos disso. Mas é sempre importante sermos reconhecidos e ficarmos ligados à história do clube e do futebol português. Os recordes são sempre motivos de orgulho, mas não é isso que nos motiva. O que nos interessa é somar nove pontos, garantindo já a presença no play-off como objetivo mínimo. Para passarmos à fase seguinte da prova, temos de ser consistentes, ganhando os jogos. O recorde é um mini objetivo e os jogadores merecem-no por tudo aquilo que já fizeram, pelo Vitória e por Portugal. Têm valorizado cada vez mais o futebol português”.
Jorge Fernandes: “Está na parte final da recuperação. Não está disponível para o jogo. Felizmente, está quase de volta. Já o Gustavo está a voltar. Estamos a gerir o facto de ter estado algum tempo parado, temos de ter algum cuidado em termos de utilização e tempo de jogo. Queremos evitar recaídas, mas felizmente não temos tido muitas lesões apesar do excesso de jogos. A lesão do Jorge Fernandes, por exemplo, foi traumática. É sinal de que todos trabalham bem: jogadores, treinadores e todo o staff. É mérito de toda a gente que trabalha diariamente na Academia. Estou feliz por ter quase todo o grupo disponível e isso dá-me mais dores de cabeça. Eles ficam mais tristes quando não jogam, mas é normal. É bom que todos estejam na sua plenitude. É bom ter mais opções para cada jogo. Uns dão umas coisas, outros dão outras e as opções vão sendo tomadas em função também da estratégia para cada jogo. Se calhar até tem acontecido mais vezes isso na UEFA Conference League”.