Sem esconder que a recente deslocação à Suíça provocou desgaste, o treinador acredita que o Vitória SC terá capacidade para acabar com a invencibilidade caseira do Rio Ave

De volta ao campeonato, o Vitória Sport Clube acelera a fundo na direção de Vila do Conde. Há pontos para recuperar no campeonato e, por isso, o técnico Rui Borges aponta claramente à vitória sobre o Rio Ave nesta segunda-feira, depois do êxito recente no jogo com o St. Gallen, a contar para a fase regular da UEFA Conference League. A fatura do cansaço resultante do compromisso de quinta-feira e das deslocações à Suíça estará bem presente, mas o treinador estima uma grande resposta da equipa, muito na linha das melhores que já deu nesta temporada de exceção, a vários níveis. Todos querem “ficar na história do clube” e, nessa medida, é fundamental voltar a ganhar nesta 14.ª jornada, conforme sublinhou Rui Borges na Conferência de Imprensa de antevisão.
Competitividade para manter: “O Rio Ave não perde em casa há mais de um ano. E nesta época só cinco equipas da I Liga é que ainda não perderam na condição de visitadas. Isso é revelador quanto à dificuldade de jogar no Estádio dos Arcos. Temos pela frente um jogo muito difícil, perante um adversário muito competitivo, à imagem do seu treinador. É uma formação muito organizada e que até tem algumas parecenças com a nossa equipa em termos de estratégia e dinâmicas. São fortes nas zonas interiores e têm homens muito rápidos e que podem fazer a diferença. Os seus alas e avançados são jogadores acima da média. Resta-nos continuar a fazer aquilo que temos feito, principalmente nos últimos jogos: devemos ser muito competitivos, intensos e impor o nosso jogo, percebendo que o adversário poderá ficar por cima de nós em determinados momentos. E nesses momentos teremos de ser muito organizados, competentes e rigorosos”.
Mudar o chip para o campeonato depois do jogo na Suíça: “As coisas mudam em termos mentais. É sempre diferente para os jogadores. Para mim, não. O jogo com o Rio Ave é o nosso próximo jogo e quero ganhá-lo. E sinto o grupo muito focado nesta partida, está ciente da importância do próximo compromisso e de que já perdemos alguns pontos. Não queremos perder mais pontos. Com todo o respeito pelo Rio Ave e pelo seu passado, queremos ganhar em Rio Ave, embora sabendo que vamos ter pela frente muitas dificuldades. Acredito que seremos capazes de ser iguais a nós próprios, mantendo a nossa consistência. A equipa quer continuar a ganhar e a fazer boas exibições. É para manter esse ADN. Sabemos que em determinados momentos não estaremos tão bem, mas a energia da equipa tem sido muito positiva. Nota-se isso em campo, nota-se isso nos treinos. Acredito que voltaremos a fazer um grande jogo perante uma boa equipa”.

Pormenores para fazer a diferença: “Os pormenores são cada vez mais aspetos decisivos num jogo. É por isso que falo muito no rigor naqueles momentos em que não tivermos a bola. Há também o aspeto do vento em Vila do Conde… Mas o nosso maior desafio tem a ver com a situação de cada jogador. Como se sentirá cada um, se estará em condições para responder em campo. Temos um acumulado de jogos, com viagens. Tudo dependerá do momento. Se a energia da equipa se mantiver, faremos um bom jogo e seremos capazes de ganhar, isto com todo o respeito pelo Rio Ave e pelo facto de não perder em casa há cerca de um ano. Vamos com uma ambição enorme de querer ganhar. É essa a ambição natural do clube, de todo o staff que envolve a equipa, dos treinadores e dos jogadores. Tudo faremos nesse sentido”.
O ciclo do equilíbrio: “Esse equilíbrio não vem só depois da derrota com o Santa Clara. Recordo que começámos muito bem a época, fazendo belíssimos jogos. Há de facto um ciclo de equilíbrio mais recente e, para sermos grandes, devemos prolongá-lo, ganhando mais jogos. Mas é sempre difícil. Teremos sempre do outro lado grandes equipas e bons treinadores. É por isso que o nosso campeonato é muito competitivo. Mas sei que a equipa tem uma ambição enorme, muita energia e quer manter a consistência. O cansaço existe, mas os jogadores têm conseguido manter a consistência, jogando com competitividade e com vontade de mandar no jogo. Quando não for possível, teremos de nos agarrar ao rigor, à concentração, ganhando na mesma”.
Rotação no onze inicial? “Estou confortável com todos os atletas. Todos têm dado grandes respostas. Vamos ver o que nos podem dar alguns jogadores em termos estratégicos. E teremos de perceber bem ainda o momento de cada atleta. Vai ser muito por aí, mas estou muito confortável com o grupo. Estão todos muito focados no próximo jogo. Estão todos ligados. Ninguém está preocupado com o facto de jogar 30 ou 90 minutos. Todos estão disponíveis e sabem que terão as respetivas oportunidades. Eles dão o máximo em cinco ou 90 minutos. Isso deixa-me feliz e confortável. Tenho absoluta confiança neles todos”.
Borevkovic, Bruno Gaspar e Chucho: “Esses três estão claramente fora de jogo”.

A história e a honra: “A equipa não se motiva com dados estatísticos. Os jogadores estão muito mais concentrados naquilo que devem fazer em campo. Tudo o que é passado não me preocupa nem faz parte do meu discurso. Se fosse tudo igual, estava tudo mal. E o cansaço não vai servir de desculpa. Poderemos denotar algum cansaço em alguns momentos do jogo, mas aí teremos de ser rigorosos e capazes em termos coletivos de modo a conseguirmos anular o adversário. A equipa está muito motivada e quer manter-se no caminho positivo. Eles querem ser diferentes e ficar na história do clube. Têm conseguido, mas querem mais. São jogadores ambiciosos e sentem muito a honra de representar este clube. Querem marcar o clube e só isso é uma grande motivação”.