Atento ao poderio do adversário, Luís Freire acredita que o Vitória SC tem argumentos suficientes para levar a melhor sobre o FC Porto na partida desta segunda-feira
Recuperado o equilíbrio perdido, o Vitória Sport Clube avança seguro para a visita ao FC Porto, evitando confiar nas parciais fragilidades do adversário. O técnico Luís Freire prefere olhar para o crescimento da sua equipa e para o trabalho desenvolvido pelos atletas e, nesse sentido, acredita que será possível surpreender, no Dragão, um dos candidatos assumidos à conquista do título. Dando conta de um plano de jogo bem definido na antevisão ao jogo desta segunda-feira, o treinador dos Conquistadores tem a certeza de que os golos, que faltaram, por exemplo frente ao Braga, vão surgir muito em breve.
Uma boa oportunidade: “Temos pela frente um grande desafio e uma grande oportunidade. Sabemos do tamanho da dificuldade que nos espera e da recompensa que podemos ter. Vamos à procura disso, dando sequência ao crescimento da equipa nos últimos jogos. No último, fomos superiores ao Braga, fazendo o dobro dos remates do adversário. O FC Porto jogará em sua casa e terá grande apoio, mas nós vamos disputar o jogo, para vencer. Vamos à procura de pontos e de vitórias. Todos os jogos são boas oportunidades e este próximo não pode fugir à regra. Do outro lado, está um candidato ao título enquanto o Vitória está à procura de pontos. Todos os pontos são importantes para nós. Este jogo conta para nós. Vamos jogar no Dragão com uma estratégia bem delineada e acredito que as duas equipas vão procurar fazer golos. Vamos jogar com ambição, energia elevada e sempre muito ligados no jogo. Jogar no Dragão nunca é fácil, mas nós faremos tudo para conseguir a vitória”.
Como explorar a intermitência defensiva do FC Porto: “A Roma jogou de um para um contra o FC Porto, com uma pressão muito alta sobre os defensores do FC Porto. Teremos de ter grande capacidade para jogarmos da mesma forma a cem por cento, mas há sempre várias estratégias… O FC Porto também cometeu dois erros a construir, resultando disso dois golos. Podemos explorar vários pontos. Esses momentos têm acontecido, mas o FC Porto também tem demonstrado capacidade em termos ofensivos. Resta-nos estar focados naquilo que devemos fazer. Temos estratégias para cada jogo. Foi assim contra o Braga e fizemos um jogo muito completo. Vamos defrontar numa fase da época em que vamos defrontar equipas de grande capacidade, incluindo na UEFA Conference League, e temos de ter capacidade, jogando para ganhar. Vamos ter ambição no Dragão e depois na Conference League. Ainda temos pela frente três meses de trabalho e até ao fim teremos de fazer coisas boas. Estamos muito motivados e queremos fazer coisas boas no campeonato e na competição da UEFA”.
A época atípica do FC Porto: “Não me compete avaliar a época do FC Porto. Não tenho de avaliar o trajeto das outras equipas. Estavam a seis pontos do primeiro lugar e sei que têm o objetivo de serem campeões nacionais. Eu tenho de me preocupar com a minha casa e a minha gente. Temos de lutar pela vitória em todos os jogos e essa ambição já me ocupa bastante”.
O 3x4x3 do adversário: “O FC Porto até joga mais em 3x5x2. Joga em 3x4x3 com algumas nuances. São sempre desafios diferentes, é sempre diferente defrontar uma linha de três ou de quatro. Mas o Vitória já defrontou equipas com estruturas semelhantes, como o AFS, o Estoril ou o Braga. Sabemos bem o que vamos fazer, isso está bem definido. E sabemos o que devemos explorar. No fim do jogo até poderei dizer qual era a ideia. Vamos explorar algumas coisas e aproveitar aquele trabalho que está para trás. Frente ao Famalicão, fomos muito dominadores, mas faltou alguma capacidade ofensiva; diante do Braga, já desperdiçámos algumas oportunidades. Amanhã queremos voltar a criar oportunidades pelos corredores ou por dentro, sendo melhores na finalização. A equipa já merece uma alegria e eu sei que isso vai acontecer. Vamos jogar com a máxima ambição no Dragão”.
Evolução: “Quando cheguei ao clube, há um mês e pouco, o processo defensivo da equipa era um pouco irregular. Também havia alguma inconsistência nas bolas paradas e nem sempre reagíamos à perda de bola da forma mais organizada. Tudo isso foi melhorado e passámos a construir melhor sob pressão, dominando os jogos. Estamos a começar a construir oportunidades e a ser uma equipa mais completa em campo. Merecíamos claramente ter vencido o último jogo, frente ao Braga. Já nos apresentámos num nível alto e agora há que manter essa bitola no Dragão. É esse o nosso desafio. As coisas podem mudar muito com duas vitórias e este campeonato não está a ser nada regular para todas as equipas. Está tudo em aberto. Quando mais depressa dermos um sinal positivo, dentro das vitórias, mais depressa vamos recuperar lugares no campeonato. É isso que podemos controlar. Metendo a energia e a motivação certas no jogo, estaremos mais próximos de ganhar”.
O crescimento de Tomás Händel e Samu (FC Porto): “O Tomás Händel tem vindo a crescer em termos de performance. Foi o MVP em Famalicão e fez um belíssimo jogo frente ao Braga. Está muito forte e vejo-o muito motivado, independentemente do adversário. Está a trabalhar muito bem e, de facto, tem estado em destaque. Espero que volte a destacar-se no Dragão. Já o Samu é um dos melhores marcadores do FC Porto e pouco mais sei. Só posso falar sobre aqueles jogadores com quem trabalho diariamente.
