Dando conta de um “ambiente bom” no balneário da equipa, o treinador do Vitória SC conta tirar partido de um trunfo especial para bater o Betis nesta quinta-feira, assegurando assim o apuramento para os quartos de final da UEFA Conference League

O coração gigante do Estádio D. Afonso Henriques baterá forte nesta quinta-feira. Será por um bom motivo. O Vitória Sport Clube avança para a segunda mão dos oitavos de final da UEFA Conference League, frente ao Betis, com todas as possibilidades de seguir em frente na competição e o técnico Luís Freire assumiu, de peito aberto, essa ambição, certo de que o forte apoio dos adeptos será um importante estímulo para os jogadores que comanda. Em conferência de imprensa de antevisão da partida, o treinador apelou à união e ao espírito de sacrifício dos jogadores, prometendo uma equipa competitiva, ofensiva e de olhos postos na baliza.
Betis mais avisado? “Em relação ao que o adversário pensou ou não no jogo da primeira volta, nós não controlamos, nem nos vamos colocar nesse lugar. Trouxemos uma igualdade, não uma vantagem. E vai começar outro jogo. Isto está empatado e esperamos ter o nosso jogo bem assente em campo. Sabemos o que temos de fazer em campo, os pontos fortes do adversário. Continua a ser uma equipa com jogadores mundialmente conhecidos, que assumiu a candidatura à conquista da Conference League. Se o Betis está mais avisado ou menos, isso não controlamos. Tenho confiança que vamos fazer um grande jogo novamente. Temos máxima ambição para o jogo de amanhã”.
Boas sensações no balneário: “O ambiente é bom. É um ambiente próprio de quem está atrás dos seus objetivos no campeonato e na Conference League. Temos ambição, confiança, convicção, união e energia para lutar pelo que queremos. O desafio é muito grande, mas a oportunidade é imensa. Estamos perto de fazer história na competição depois de um grande percurso já feito pelo Vitória. Estamos a viver isto com ambição e alegria”.
O passado vivido no Rio Ave e o presente: “Não vou falar disso. Não é o dia certo para estar a falar do passado. O mais importante é o desafio futuro. Estou contente, motivadíssimo, tenho uma equipa com uma mentalidade muito forte para os objetivos do Vitória. Estou muito motivado e feliz. Gosto das pessoas com quem estou a trabalhar, o que está para a frente é o mais importante”.

Novos desafios do Betis: “Em Sevilha conseguimos aliar o jogo coletivo à qualidade individual que tivemos nos golos. Do outro lado também há isso. São duas equipas que gostam de jogar o jogo. Queremos mostrar essa identidade. Temos de tentar ao máximo ser o Vitória, mostrar aquilo em que acreditamos. O adversário é ofensivo, ganhou ao Real Madrid e ao Las Palmas na Liga, pelo que está numa fase ascendente. São uma equipa audaz e vão querer baliza. Só passa quem ganha e nós vamos jogar para ganhar. Temos de saber estar juntos, sofrendo quando for necessário, mas muito virados para a baliza adversária. Se calhar vai ser preciso fazer mais remates à baliza. Disseram que fizemos dois remates e dois golos em Sevilha, se calhar agora temos de fazer mais”.
A final da competição: “Não damos passos para o futuro, mas sim um passo de cada vez. O jogo de amanhã é o mais importante. Queria, aliás, deixar um apelo aos adeptos. O seu apoio é fundamental. Não temos camisola 12 no plantel e essa está guardada para os adeptos. Precisamos da energia deles: em cada falhanço do adversário, em cada recuperação de bola e em cada chegada à área contrária. Jogamos em casa e Guimarães vai estar em peso a apoiar-nos. Foi extraordinário o que fizeram em Sevilha e no Bessa, pelo que apelamos à camisola 12 para nos ajudar novamente. Queremos estar todos juntos em campo à procura da felicidade”.
Nélson Oliveira: “O Vitória merece estes palcos”
Atento às mensagens do técnico Luís Freire, o avançado Nélson Oliveira sublinhou a ideia de que os Conquistadores tudo farão no sentido de “fazer mais história” na UEFA Conference League. A exibição e a igualdade da primeira mão (2-2) insuflaram de confiança os Conquistadores e o avançado aposta num grande resultado para o reencontro com o Betis.
Equilíbrio na segunda mão: “Mantenho essa ideia. Vai ser um bom jogo entre duas boas equipas. Reconhecemos qualidade ao adversário e vai ser um jogo de 50/50. O fator que temos de vantagem é o de jogarmos em casa, ainda que os nossos adeptos também se tenham feito sentir em casa na primeira mão porque estiveram em peso em Sevilha”.
Fatores decisivos: “Há vários fatores que podem fazer a diferença: a concentração, a atitude, a energia, que está muito em alta, assim como a energia que os adeptos nos vão dar. A energia dos adeptos vai fazer a diferença. Acredito que vários pormenores podem fazer a diferença. Oxalá façam a diferença para o nosso lado.
Um Vitória SC mais oleado? “Esta época temos feito uma grande temporada. Em janeiro houve alguma turbulência após a saída do treinador e dos jogadores. Estamos a apresentar um bom rendimento dentro do campo, com exibições convincentes. Os resultados até são inferiores à qualidade exibicional que temos tido. E alguns empates podiam ter sido vitórias. Queremos continuar nesse caminho. Falta o último terço da época e acredito que vamos apresentar a energia certa para terminar bem a temporada e fazermos mais história”.

O peso da eliminatória: “Esta equipa, se as pessoas estiverem atentas, vive sempre com muita ambição este tipo de jogos, mas muita humildade. Já batemos alguns recordes, já fizemos história noutros momentos, mas continuamos à procura de mais. Queremos fazer mais e melhor, dar tudo pelos adeptos e por esta cidade. É isso queremos continuar a fazer, seria muito bonito passar e atingir os quartos de final de uma competição europeia. Um clube como o Vitória merece estes palcos e esta visibilidade”.
Responsabilidade repartida: “Não sinto responsabilidade adicional. Há muita malta jovem, mas que é capaz, muito madura para a idade que tem. Sou mais um para ajudar. Com a qualidade que esses jogadores têm, vão passar certamente pelas experiências que eu passei. Intercalamos a juventude com alguma experiência, esse é um dos nossos segredos”.