A contar com um Gil Vicente perigoso, o técnico do Vitória SC conta instalar-se no quinto lugar à custa da conquista dos três pontos
Em franca aceleração no campeonato, o Vitória Sport Clube continua a ameaçar os lugares da frente. O quinto lugar está agora à distância de apenas um ponto e o técnico Luís Freire acredita que o objetivo será alcançado da melhor possível, na visita ao Gil Vicente. Certo de que o adversário inspira cuidados especiais, o treinador elogiou o espírito de sacrifício dos seus jogadores e prometeu apresentar uma equipa robusta em todos os setores, a bater-se claramente por mais um triunfo.
Vitória moralizado e a possível ascensão ao quinto lugar: “Atravessamos um bom momento e deve-se muito ao sacrifício dos jogadores e de todo o staff que acompanha a equipa, que está a trabalhar desde junho. Relembro que o Vitória SC foi a primeira equipa portuguesa a iniciar esta época. Apesar disso, estamos aqui com alegria, muita vontade e ambição. Graças a esse espírito de sacrifício de todos, a equipa tem respondido bem, encarando cada jogo com ambição e a querer chegar ao quinto lugar. Esse é o grande objetivo depois de termos feito uma excelente campanha na UEFA Conference League. Nada ficará decidido amanhã, mas passa muito por Barcelos. O adversário tem qualidade e aquele grupo até costuma fazer bons campeonatos. Não mexeram muito na equipa, mas atravessam um período difícil. Nós estamos muito focados em nós e nas coisas boas que podemos fazer. Só assim poderemos trazer de lá os três pontos. Por outro lado, o Estádio Municipal de Barcelos é tradicionalmente um campo difícil para o Vitória. Perdemos sempre lá nos últimos três anos e há cinco anos que não ganhamos também. Temos um borrego para matar”.
Gil Vicente mais pressionado? “As equipas precisam muito de pontos nesta fase. Umas lutam pelo título, outras pelo terceiro lugar, outras pela Europa e outras pela permanência. Todos estão muito ligados no campeonato e, por isso, a pressão existe para todos os lados. E nós jogaremos com a pressão de alcançarmos o quinto lugar, nem que seja provisoriamente. Acredito que o Gil Vicente jogará pressionado por estar a lutar pela permanência e o tempo está a esgotar-se. Acontece o mesmo connosco. Temos a pressão de lutar pelo quinto lugar. Quase todas as equipas estão envolvidas em lutas”.
O cunho de César Peixoto: “O Gil Vicente joga normalmente em 4x3x3 e gosta de ter bola, à imagem do que já se verificava com o anterior treinador [Bruno Pinheiro]. As equipas do César gostam de sair a jogar e de construir. São fortes na construção, com os médios sempre muito ligados aos avançados. É das equipas que tem mais posse de bola. Acredito que será um Gil a procurar jogar o jogo pelo jogo, a atacar, tal como nós. Queremos mostrar quem somos nós, mantendo aquilo que fizemos bem frente ao Santa Clara. Tivemos uma excelente atitude na reação à perda de bola e ainda na organização em termos defensivos. Queremos ter, no entanto, mais tempo de ataque e criar mais situações de golo. Temos ainda de ser melhores na definição no último terço. Queremos jogar bem e ganhar. Se conseguirmos as duas coisas, tudo bem. Se não for possível, a equipa terá de ser capaz de conquistar na mesma os três pontos. A nossa Europa é Barcelos”.
Poucos golos sofridos com Luís Freire: “Sem mentalidade de trabalho, é difícil que as coisas aconteçam. Por trás de uma ideia tem havido sempre atitude e compromisso. Por aí, os jogadores têm sido inexcedíveis, procurando sempre superar as dificuldades com a mentalidade e a energia certas. Chegam ao dia do jogo e vão com tudo. É por isso que depois as ideias vão funcionando. A componente defensiva tem-se destacado, mas isso também reflete a nossa posse de bola grande e domínio que temos sobre os adversários. Temos estado sempre muito ligados, incluindo nas bolas paradas. Isso deve-se à concentração e à ambição dos jogadores. Eles querem muito chegar outra vez à Europa. Esse compromisso todo reflete-se em grande consistência defensiva. Mas também temos de marcar golos. Se assim não for, não conseguimos ganhar jogos. Queremos sempre marcar e não sofrer”.
Mikel Villanueva: “Já está disponível. Leva uma semana inteira; vamos ver amanhã, quando sair a convocatória”.
O caso de Umaro Embaló: “Já estão a par das notícias. Acusou uma substância num controlo antidoping e encontra-se dispensado dos treinos. Há um processo a decorrer. Até ao seu desfecho, não está envolvido nos trabalhos da equipa. O que importa são os jogadores que estão a trabalhar comigo. É deles que temos de falar. O Umaro não está connosco neste momento e não vale a pena fazermos futurologias. Só estou importado com o jogo de amanhã e com os jogadores que estão disponíveis. Conto com todos para darmos uma alegria grande aos adeptos, que não param de apoiar a equipa. Transmitem-nos muita energia e fazem de tudo para a equipa dar boas respostas. Espero que continuem assim, sempre do nosso lado. Estando todos juntos, acredito muito que vamos conseguir aquilo que pretendemos”.
Conversa privada: “O que falei com o Umaro fica entre nós. Não vou dizer o que lhe transmiti, seria uma deselegância se o fizesse”.
