O Vitória Sport Clube reforça e vinca o seu descontentamento relativamente às atuações do VAR, Luís Ferreira, e do AVAR, Sérgio Jesus, da partida frente ao SL Benfica, que se disputou no passado sábado, no Estádio D. Afonso Henriques.
O silêncio não é solução para um problema que, neste fim de semana, afetou o Vitória SC, mas que no futuro pode afetar qualquer uma das equipas que competem neste campeonato, e que voltou a colocar a nu as fragilidades do funcionamento da ferramenta da videoarbitragem.
A forma como houve uma disparidade de tratamento nas análises dos lances envolvendo os nossos jogadores André André e Safira, é algo que merece reflexão, e, acima de tudo, um esclarecimento.
Por que razão o árbitro principal Rui Costa não foi chamado a ver as imagens, no monitor, no lance do André André, em que nada assinalou no jogo corrido e foi induzido em erro pelo VAR da partida ao não ser chamado para rever o lance, mas foi instruído pelo VAR para o fazer no lance do Safira, em que o árbitro principal apitou para grande penalidade?
Por que razão é que, num lance em que os analistas de arbitragem, de forma unânime e indubitável, avaliaram o lance sobre o André André como sendo falta e consequente grande penalidade, e o VAR do jogo decidiu, num espaço de 25 segundos, que o lance não só não era falta, como não merecia a chamada do árbitro principal ao monitor para análise?
Erro humano faz parte do futebol, e é admissível a todos os intervenientes, principalmente os que se encontram no relvado, no decorrer de um jogo. Mas estar a assistir à partida atrás de um monitor, com todas as condições para avaliar lances da partida, e mesmo assim achar que um lance tão flagrante não é meritório de falta, só pode demonstrar incompetência ou má vontade, porque erro humano não pode ser.
Há que formar melhor, exigir e penalizar quem não tem qualidade para ser VAR. Do que estamos à espera para que haja uma uniformização de procedimentos no que toca à relação entre arbitro principal e VAR/AVAR?
Questões que o Vitória Sport Clube gostaria de ver respondidas e que merecem esclarecimentos a todos os clubes que competem nesta, e noutras competições, onde o VAR está em funções, e que ajudarão a dissipar o clima de suspeição e revolta perante decisões descabidas de senso como esta que aconteceu no passado sábado, onde a verdade desportiva acaba por ser afetada, e sonegados pontos importantes na tabela classificativa.
Assim sendo, o Vitória Sport Clube solicitou uma audiência ao Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, para a exposição de lances que ocorreram não só neste jogo, mas também nas partidas frente ao SC Braga e ao FC Arouca.
Sabendo, também, que o Vitória Sport Clube é uma instituição centenária e que age sempre em prol da evolução do futebol português, entende que outros tipos de medidas devem ser tomadas, desde logo, a exposição dos áudios entre as equipas de arbitragem em campo e os VAR/AVAR.
O VAR é sinónimo de transparência. Quem é a favor da verdade desportiva tem de ser a favor da existência do VAR como sendo um instrumento da maior importância, e em prol da verdade desportiva. Mas, se o VAR contribui enormemente para a verdade desportiva, ele não pode ficar fechado na opacidade do segredo das comunicações entre árbitros principais e VAR. A transparência exige-o. A verdade desportiva impõe-no.
Com este objetivo, o Vitória Sport Clube vai solicitar à FPF e FIFA uma audiência com caráter de urgência, com vista a tornar possível a exposição dos referidos áudios, e com o intuito de voltar a levar para cima da mesa de voto da Assembleia Geral da Liga Portugal, e demais instâncias que necessitem da aprovação, a proposta que o Sporting CP apresentou e foi chumbada pelos clubes, incluindo-se o Vitória SC, tendo em conta o parecer negativo fornecido pelo Conselho de Arbitragem, à data, de que a proposta não estava em conformidade com a lei da proteção de dados e com as indicações IFAB e FIFA.