A situação ocorrida ao minuto 66 do jogo entre Vitória SC e Rio Ave FC merece uma reflexão conjunta, relativa a um tema que não pode ser tratado com leviandade sob o risco de perder peso e importância na sociedade cada vez mais extremada em que vivemos.
Os alegados acontecimentos não foram percecionados pela equipa de arbitragem, pelas autoridades policiais, pelos delegados ao jogo, pelas equipas que disputaram o jogo ou pelo público, algo que será, certamente, reportado nos relatórios policiais, de arbitragem e dos delegados da Liga, de modo que a rapidez com que a comunicação social teceu juízos de facto deve ser repensada e mais cuidada, pois acaba por ser conivente com a banalização de comportamentos que não têm espaço na sociedade e no futebol.
Na busca pelo próximo tema polémico e mediatizado não vale tudo, e esta é uma causa pela qual todos devemos lutar para abolir, apurando todos os factos antes de vaticinar um julgamento precipitado. Um assunto tão sério como este não pode ser tratado com a leviandade com que temos assistido por alguns órgãos de comunicação social, tendo muitos deles marcado presença no estádio, assim como os quase 10 mil adeptos que assistiram à partida, e que não se aperceberam de nada.
A luta contra o racismo é uma luta de todos e só com a assunção da responsabilidade do papel de cada interveniente no jogo, sejam jogadores, treinadores, árbitros, delegados, público ou comunicação social, é que podemos estar mais próximos de banir comportamentos abusivos no desporto que tanto amamos.