As primeiras palavras de Andrii Govorov de Rei ao peito
Identificação com o clube: “O fator mais importante na minha decisão de representar o Vitória foi a forma “familiar” como discutimos todos os detalhes da nossa eventual relação. Senti as pessoas interessadas em mim, nas minhas qualidades e nos meus resultados. Enquanto atleta é importante representar um clube que tenha valor e identifiquei-me com aquilo que o Vitória representa”.
Ensinar e aprender: “Eu acredito em liderar pelo exemplo. E eu posso dar o meu exemplo e a minha experiência a todos os nadadores do Vitória. Eles podem aprender comigo assim como espero aprender com eles porque, mesmo aos 30 anos e depois de ter alcançado os melhores resultados da minha carreira, eu não parei de aprender”.
De menino com um sonho a nadador profissional: “Tudo começou quando eu era um menino de 9 anos que sonhou ser um atleta olímpico e o mais rápido do mundo. E a partir daí o meu percurso desenvolveu-se de acordo com um credo que divido em quatro etapas. Primeiro o sonho. De onde tudo nasce e onde decidi que queria ser um atleta profissional. Depois veio a esperança. A esperança de que estás no caminho certo para atingir o teu sonho. A esperança depois transformou-se em crença, quando encontrei o meu treinador e o meu processo de treino. É quando começas a acreditar que vais ser bem sucedido. E por fim, a consciencialização. Nesta etapa, a mais curta de todas, ganhas consciência de que vais conseguir atingir o teu sonho. E este processo guiou-me desde o meu sonho de menino até onde estou agora”.
Fora da água: “Por norma sou um pessoa séria que gosta de sonhar alto. Sou muito interessado na política, área de atividade na qual tenho formação académica e seguir a via política sempre foi um plano meu. Para além disso, gosto de passar tempo com a minha família, a minha mulher Daria e o meu filho de 4 anos, Andrii”.
Guerra na Ucrânia: “Está quase a fazer um ano que a guerra começou no meu país. Foi um grande choque para nós e para todo o mundo civilizado porque ninguém queria acreditar que a Rússia pudesse atacar de forma tão violenta, matando civis, num país em que eles diziam ser uma nação irmã. Eu sou natural do leste da Ucrânia, onde se fala russo e posso garantir que, de onde venho, 99% da população não apoia a Rússia e esta guerra”.
O desporto e a guerra: Apesar do que possam dizer, o desporto não vive separado de tudo o resto. A Rússia está a usar o desporto e os seus atletas como meio de promoção das suas ideologias políticas e por isso eu, enquanto atleta, tenho o dever de representar o meu país ao mais alto nível e divulgar a verdade sobre o que se passa na Ucrânia. O desporto é uma das principais formas de representação nacional não violenta e este é o meu dever”.