António Miguel Cardoso, na primeira pessoa, na entrevista conjunta que concedeu à Rádio Inquieta, à Rádio Santiago, ao jornal Mais Guimarães e ao Jornal de Guimarães
O catalisador V Sports: “Tudo farei para esclarecer os sócios até ao dia da Assembleia Geral. Sempre disse que quando aparecesse algo que a nossa administração achasse que faz sentido para o clube, sendo ou não estatutariamente necessário, seria sempre de levar à Assembleia Geral para defender aquilo que é a nossa posição. É importante que os sócios coloquem as dúvidas que possam ter e depois que decidam. A administração continuará, de resto, a defender os sócios de qualquer forma, seja no caminho mais lento, que é aquele que estamos a fazer, seja no caminho acelerado, com um catalisador para que o futuro do Vitória envolva vitórias e crescimento”.
Disponível para explicar: “É essencial que os sócios percebam que dentro desta parceria a maioria é do Vitória, é do clube. Sempre disse isso. Vim para o Vitória para defender o clube, a cidade e não para me valorizar. Vim para fazer tudo o que puder para que o Vitória possa crescer. Assim, a partir da próxima semana [quarta-feira], todos os dias úteis até à Assembleia Geral, estarei disponível na sala de Imprensa entre as 18h30 e as 20h00 para esclarecer todos os sócios. Estou totalmente disponível porque não quero que exista um sócio com alguma dúvida em relação aos termos da parceria”.
Músculo credível: “Todos sabemos que o Vitória passa por um período complicado, financeiramente as coisas estão difíceis numa altura em que o futebol tem vindo a modernizar-se. São necessários parceiros e nós encontrámos alguém que é um bom músculo financeiro para a valorização do Vitória. São pessoas sérias, credíveis, estamos a falar de uma das maiores fortunas do mundo. É de realçar que alguém que está nas 300 maiores fortunas do mundo pretende estar ao lado do Vitória, de forma a potenciar o seu investimento. O importante para nós, mais do que os números em causa, é a qualidade do parceiro. Sabemos que em momentos de dificuldade estarão ao nosso lado”.
Química: “Aqui não se defendem pessoas, nem direções. Defendemos o Vitória. Existiriam conversas preliminares entre a V Sports e a anterior direção, mas estavam suspensas quando entrámos. Não havia contactos por uma série de evoluções que não foram positivas. Voltámos a conversar por causa do interesse do Aston Villa num jogador do Vitória. Reuni algumas vezes com o senhor Nasser e encontrámos pontos em comum, até porque já existia um interesse da V Sports no Vitória. Foi fácil essa química e o interesse comum em reatar as negociações. Para nós, foi ponto assente sempre a questão da maioria, da qual não abdicávamos. Perceberam que a nossa gestão consistia muito em fazer mais com menos, em reduzir orçamentos, ter ativos jovens, e vender jogadores para fazer face ao défice orçamental do clube”.
Partilha de passes: “O interesse [da V Sports] surge muito pela credibilidade do nosso trabalho e pela envergadura do Vitória. E existem muitas formas de um parceiro salvaguardar a sua posição mesmo sendo minoritário. O maior complexo de formação no Senegal é propriedade da V Sports. Estamos a falar de jovens atletas, até aos 18 anos, que estão no Senegal a ser trabalhados de forma a depois seguirem o seu projeto profissional. No Egito é exatamente da mesma forma e será igual na América do Sul. Portanto, é muito fácil pensarmos que a formação, a equipa B e a equipa A do Vitória podem num futuro próximo receber aqueles que são os melhores jogadores. A partilha de passes, com evolução futura para o Aston Villa, é uma situa que pode ser boa para os dois lados”.
Credibilidade: “Sentimos que existe um parceiro forte, credível. Provavelmente existem parceiros diferentes com outro tipo de investimentos, com outro tipo de posturas com outro tipo de seriedade e credibilidade que para nós não faria tanto sentido levar aos sócios. Desde que cá estamos temos recebido muitas abordagens, mas a maior parte delas não justificariam uma parceria. Esta foi, claramente, aquela que identificamos como importante, como sólida. A credibilidade do parceiro é essencial”.
“[Se não for aprovado] estamos cá para o caminho das pedras”
“Nunca falámos de pré-acordo pelo Bamba”
“Precisamos de resolver uma série de problemas no complexo e no estádio”
“Não quero que me recordem. Quero que recordem o trabalho que foi feito”