António Miguel Cardoso, na primeira pessoa, na entrevista conjunta que concedeu à Rádio Inquieta, à Rádio Santiago, ao jornal Mais Guimarães e ao Jornal de Guimarães
Bamba sem pré-acordo de venda: “Esta parceria é importante para o Vitória para médio e longo prazo, não para o imediato. É evidente que temos de fazer face aquilo que é o dia a dia do Vitória, mas se estivéssemos assim tão pressionados, teríamos vendido jogadores. Ou teríamos feito acordos. Penso que foi falado que a direção falou num pré-acordo de venda do Bamba, que é absolutamente mentira. Nunca falámos de pré-acordo nenhum, nem sei qual é o contexto. Caso existisse obrigatoriedade, teríamos de ir buscar soluções. Estamos a falar de um parceiro que poderá entrar com 46%, que é sólido, importante, uma das 300 maiores fortunas do mundo, que tem experiência e que nos pode trazer mundo”.
Das instalações às modalidades: “Algumas tranches foram pagas. Grande parte será para pagar a Mário Ferreira, outra parte, que é uma coisa muito importante para mim, implicará a saúde financeira do clube. Queremos resolver uma série de obrigações financeiras do clube. Se isto for feito, fico tranquilo para os próximos anos, com a expectativa de que se melhorem as instalações, e se promovam as modalidades e a formação. O clube tem muito a crescer com esta parceria”.
Crédito será para evitar: “É importante perceber algumas coisas essenciais: uma será a entrada de capital no Vitória, outra a questão da prestação suplementar em relação às instalações. É preciso validar as necessidades financeiras e, a partir daí, dizer ao parceiro aquilo que estamos a precisar. Quando falamos de um parceiro, falamos de um parceiro para o futuro. O Vitória está bem desportivamente: temos jogadores mais jovens, vendemos aqueles que tínhamos de vender, com muita pena minha em relação ao André Almeida, mas era uma coisa que teria de ser. Todos os outros achámos que fazia parte daquilo que é o projeto desportivo. Por isso, nós não queremos recorrer ao crédito e continuamos não querer recorrer”.
Os direitos de televisão perdidos: “Mesmo com parceiro, queremos continuar a ser rigorosos e a fazer investimentos com cabeça. A verdade é que temos ali mais um suporte, que se for preciso em algum momento, e aí é que é essencial alguém com a capacidade de se tornar sério. É preciso alguma coisa, o parceiro estará ao nosso lado. Temos negociada uma linha de crédito 20 milhões, que só será usada mediante a necessidade. Mas não vamos receber 20 milhões por causa da questão dos direitos televisivos que a anterior direção antecipou, recebendo então cerca de 17/18 milhões. Com uma série de salvaguardas nesse contrato, se nós não cumprirmos nos pagamentos, perdemos a gestão”.