António Miguel Cardoso, na primeira pessoa, na entrevista conjunta que concedeu à Rádio Inquieta, à Rádio Santiago, ao jornal Mais Guimarães e ao Jornal de Guimarães
Ecos em Itália e nos EUA: “Está previsto que eles tenham dois administradores em cinco. A ideia é caminharmos em conjunto, obviamente com controlo do Vitória. Existe muito ‘know-how’ que eles obviamente nos vão aportar: por exemplo, concertos em dias de jogo. E o Aston Villa tem crescido a sua base de apoio na questão do scouting e na formação, coisas que nós também sabemos trabalhar bem e que vamos aportar valor ao Aston Villa e ao grupo. A perspetiva é caminharmos em conjunto e crescermos. A verdade é que o Vitória precisa de crescer e nós temos aqui uma oportunidade de podermos dar a conhecer o Vitória ao mundo. Ainda hoje recebemos ‘tweets’ de fans do Aston Villa que já querem acompanhar-nos. Fomos notícia em Itália, nos Estados Unidos e acho que isto também é importante para o Vitória. Acho que temos uma oportunidade de marcar a diferença e fazer com que o clube cresça”.
O caminho das pedras: “Este músculo é importante para o tal catalisador de crescimento. Queremos mais vitórias, queremos que o clube cresça e é importante que isso seja feito mais rapidamente. Se não for assim, estamos cá para o caminho das pedras e não há problema nenhum porque é o caminho que temos feito. Com mais dificuldades e problemas, provavelmente com maior necessidade de venda de ativos e não fugimos. Mas achamos que isto poderá ser um momento importante.”
Questão de honra: “Para mim, não foi importante perceber se estatutariamente teria de levar isto à Assembleia Geral ou não. É uma questão de honra porque os sócios é que têm de decidir isto, não eu. Há matérias que têm de ser os sócios a decidir. Olhando para trás, eles é que teriam de decidir a compra de ações ao Mário Ferreira, até porque há lá cláusulas que poderiam ser perigosas. O próprio adiantamento dos direitos televisivos deveria ter ido a uma Assembleia Geral, com toda a informação necessária para os sócios decidirem. Isso é o mais importante e os sócios têm de perceber que é isso que nós estamos a fazer. Não estamos a esconder nada de ninguém”.
Responsabilidade sem fugas: “Isto não é encostar os sócios à parede. Estamos aqui com uma solução negociada e, por isso, vamos levá-la aos sócios. Se não quiserem, estamos aqui na mesma. Ninguém vai fugir, não há problema absolutamente nenhum e continuamos com a mesma vontade, com a mesma força no tal caminho mais longo. Vamos continuar a dar a cara e a trabalhar pelo Vitória. Agora, achamos que isto é importante. Mas não é nenhuma ameaça. Para defender o nome do Vitória e o seu crescimento, nós estamos aqui. Quando acharmos que estamos a mais, aí sim sairemos. Significará que o clube está bem e em crescimento.”
A dúvida para pagar: “Se nos atrasássemos no pagamento das ações de Mário Ferreira, algo que aconteceu e que já vinha de trás, ficaríamos sem o capital pago e sem as ações. Mas Mário Ferreira foi sempre correto e nunca nos colocou sob pressão, não estávamos pressionados nem obrigados a fazer este pré-acordo. Agora, se me perguntar como é que nós iríamos arranjar capital do clube para continuar a pagar ou como é que arranjámos até agora, posso que dizer que seria muito difícil. Estamos em dívida e temos de pagar. Sabemos qual é o nosso caminho se não for aprovado pelos sócios, temos de continuar pelo tal caminho das pedras. É importante recordar que 80% das receitas do nosso mandato já foram tomadas pelo adiantamento anteriormente feito. É importante tomar medidas para que as contas continuem a ser pagas”.