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Moreno Teixeira: “Vou à luta com os atletas que sabem vestir a camisola do Vitória”

A desilusão de Moreno Teixeira foi a dobrar. O treinador lamentou a derrota frente ao Sporting e, especialmente, a atitude de alguns jogadores numa “segunda parte fraca”

A inoperância do Vitória SC na segunda parte do jogo com o Sporting, e que foi meio caminho andado para uma derrota clara, enfureceu Moreno Teixeira. O treinador for mordaz nas críticas e deixou bem claro que não admite uma réplica nesta ponta final do campeonato, certo de que o “grupo fantástico” que tem ao dispor é capaz de bem melhor, como já demonstrou nesta época, recheada de altos e baixos.  

Comportamentos proibidos: “Poderia agarrar-me um pouco à questão anímica, à frustração do golo anulado no último lance da primeira parte e o ter sofrido logo um golo a começar a segunda parte. Isso é uma das razões, mas houve outra que para mim parece mais importante e que eu não irei permitir isso. Foi o comportamento de alguns atletas na segunda parte, não gostei. Eu posso perder com o Sporting, posso perder com qualquer equipa, mas não vou permitir que alguns comportamentos se instalem no nosso grupo de trabalho e essa foi, para mim, a grande razão da nossa segunda parte não ter sido com a mesma qualidade que foi a primeira”.

O apoio da estrutura e a insatisfação dos adeptos: “Sinto o apoio da estrutura. Estou muito grato pelo apoio da administração e do seu presidente. Já os adeptos não estão satisfeitos. É normal. Conheço a exigência deste clube e, por isso, é normal que eles não estejam satisfeitos com os resultados que temos tido. Tenho perdido horas de sono e esta noite também não irei dormir bem, mas estou bem comigo. Noutras séries positivas não vim para cá com comunicações diferentes. Sabia bem as dificuldades que teríamos esta época e conheço bem o grupo. Estou bem com a minha consciência e com aquilo que temos feito. Em relação ao presidente, estou-lhe grato pela oportunidade que me deu no início da época e pelo conforto que me tem passado, mas tenho a noção de que qualquer treinador depende dos resultados. E a exigência é grande aqui e, por isso, é natural que os adeptos estejam desiludidos. Temos que reagir com trabalho”.

Consciência: “As minhas afirmações não são perigosas, porque a minha consciência é muito importante. Tenho protegido os jogadores ao longo da época e continuo a dizer que temos um grupo fantástico. Não foram 45 minutos de algum comportamento mimado de alguns jogadores que me fazem mudar de opinião. Não se podem repetir esses comportamentos e não tenho medo de perder o grupo, porque sei os homens que lá tenho. Falei sempre a verdade e hoje é o que eu sinto”.

Irreconhecíveis na segunda parte: “A equipa denotou nervosismo desconforto quando se apanha em desvantagem. Começar a segunda parte a sofrer logo um golo… criou grande desconforto, mas isso não justifica a postura que tivemos na segunda parte. A equipa tem de reagir, ganhar segundas bolas e encurtar muitos mais espaços. Tem de pressionar alto e, sinceramente, nada disso aconteceu. Não gostei dos comportamentos de alguns atletas. Isso foi muito claro. A nossa segunda parte foi muito fraca”.

Exigência grande: “Não me sinto nada injustiçado. Sinto-me um privilegiado pela oportunidade que tive. Alguém iria bater palmas depois de uma série de jogos menos bem conseguidos? Isto é o Vitória. A exigência é grande. Nós temos de e perceber isso. Não me sinto nada injustiça. Sinto-me um privilegiado pela oportunidade que tive”.

A qualidade do Sporting: “Não teve nada a ver com a arbitragem. A nossa dificuldade, repito, teve a ver com comportamentos e com a qualidade do Sporting. A qualidade do Sporting em posse é difícil de contrariar e roubar a bola com essa posse. Se a gente quer pressionar alto e o nosso bloco ficar muito alongado, que foi isso que aconteceu, naturalmente que vamos ter problemas. Foi muito isso que aconteceu. E se não houver um conjunto de ações que nós trabalhamos, preparamos e que depois não sejam transportadas para dentro de campo, as coisas não funcionam. Essa foi a grande dificuldade. Do outro lado há, realmente, uma equipa com grande qualidade”.

As quebras nas pontas finais: “Em relação aos outros anos, não estava cá, não sei as razões para essa quebra. Também me vou repetir aqui. Há ausências que são complicadas de gerir. Perdemos o Bruno Varela, o Amaro e o Jorge Fernandes, que são líderes e têm qualidade. É difícil. Podemos agarrar-nos a isto, mas também terei que ser coerente comigo. Se ao longo do ano disse que confiava em todos os atletas, e confio, se aparece a oportunidade é para ser agarrada. Não é isto que aconteceu ou, pelo menos, não foi isto que aconteceu no jogo de hoje. Há várias razões para esta quebra. Em alguns jogos, se calhar, o ‘fator sorte’ nunca nos acompanhou. Hoje, provavelmente, no lance do golo notou-se que estes detalhes não estão a cair para nós. Tudo isto poderá fazer sentido, mas a gente não se pode agarrar a isto. Tem de se agarrar àquilo que podemos controlar, que é o nosso jogo. E aí nós teremos de ser, essencialmente, depois desta segunda parte, melhores do que fomos. É aqui que a gente tem de se focar. Não quero prometer nada aos adeptos do Vitória, mas nestas últimas cinco jornadas terão que ter um comportamento completamente diferente do que tiveram no segundo tempo. Isso é muito claro para mim. Eu vou à luta com esses atletas que sabem vestir a camisola do Vitória. Isso vai ser assim até ao fim”.