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Moreno Teixeira: “A Europa? Ninguém contava com esse objetivo e foi possível porque o Vitória tem grandes profissionais”

Em vias de fazer xeque-mate, rumo a uma qualificação europeia, o treinador promete uma equipa ambiciosa em Vila do Conde, decidida a somar os três pontos. Por entre elogios ao Rio Ave e manifestações de cautela, garante que não tem qualquer pressa em renovar o contrato, válido até junho de 2024    

A três jornadas do fim do campeonato, o Vitória Sport Clube tem a possibilidade de assegurar, de vez, um lugar na UEFA. O empate entre Vizela e Famalicão neste sábado e a não inscrição do Chaves na UEFA são dados que jogam claramente a favor da equipa, embalada agora pelos triunfos frente ao Marítimo (fora) e ao Vizela (em casa), e o técnico Moreno Teixeira não quer desperdiçar semelhante oportunidade neste domingo, na visita ao Rio Ave. O objetivo de superar a pontuação (24 pontos) da primeira volta do campeonato também está muito próximo de ser alcançado, como reflexo de uma época amplamente positiva. O melhor de tudo seguirá dentro de momentos…

Contas claras: “Em função dos resultados dos jogos desta tarde e também daquilo que já comunicou o Chaves [o clube transmontano não se inscreveu na UEFA], o Vitória SC estará novamente nas competições europeias se vencer a partida deste domingo. Mas não foi com esse pensamento que preparámos o jogo de Vila do Conde. Queremos é somar uma terceira vitória consecutiva e isso permitirá concretizarmos o objetivo de superarmos a marca dos 48 pontos. A outra meta [qualificação europeia] não fará com que vamos para o jogo com mais vontade ou responsabilidade, nem pouco mais ou menos. Se assim fosse, seríamos maus profissionais, mas é uma situação agradável. Preferimos estar assim do que outras equipas que já têm a época cumprida. Estamos a lutar por um objetivo em que se calhar poucos acreditavam no começo da época. Somos nós os grandes responsáveis por isso e vamos à luta neste domingo, sabendo que do outro lado estará uma equipa e um treinador muito competentes”.

O Rio Ave e o vento: “Sabemos bem o que vale o Rio Ave como equipa e depois há questões que não podemos controlar… Refiro-me ao vento, que pode condicionar o jogo. Também nos preparámos para isso e não servirá de desculpa para um eventual mau resultado. Queremos muito competir e sair de Vila do Conde com os três pontos, superando os tais 48 pontos no campeonato e alcançando esse grande objetivo que será fazer regressar o Vitória às competições europeias”.

Teme quebra? “Não garanto que isso não possa acontecer. Nem falámos sobre isso. Não sou uma pessoa desconfiada, nem pessimista. Sou antes realista e temos de perceber que no futuro devemos ser mais regulares. Não podemos ter séries de cinco, seis jogos sem pontuar. Mas isso também reflete as dificuldades do nosso campeonato. Temos feito tudo para que as coisas corram bem e não tenho dúvidas de que o grupo que vai jogar Em Vila do Conde quer muito ganhar e ser competente, mas não posso garantir que não se verificará um eventual retrocesso. Teremos do outro lado uma equipa também muito competente, com jogadores muito bem preparados. Seja como for, vamos muito focados para este jogo”.

O que acrescentaram os últimos dois triunfos: “As vitórias trazem sempre mais confiança e alegria. Não há que esconder isso. A semana passa melhor, mas continua a ser importante o equilíbrio. E isso foi conseguido ao longo da época. Faltam três jornadas para o fim do campeonato e, diante de equipas que ainda perseguem objetivos, os jogos tornam-se ainda mais difíceis”.

A ausência de Bamba por castigo: “Tenho tido boas dores de cabeça ao longo da época por causa de ter mais do que uma opção para alguns setores. Noutras alturas, tivemos de fazer adaptações. Mas nesta altura o grupo está estabilizado. Temos apenas o Bamba de fora por castigo, e o André André e o Celton Biai ainda algo limitados, pelo que também não irão a jogo. Os que estão aptos dão-me total confiança para sermos competentes frente ao Rio Ave”.

Nas redes sociais pede-se a renovação de Moreno: “O futebol é fantástico. Há 15 dias perguntaram-me por quanto tempo eu seria treinador do Vitória. Passados 15 dias, fala-se em renovação. Para mim é muito importante o equilíbrio, tal como é importante acabar bem a época. No fim terá de haver uma conversa para percebermos o que é melhor para o clube. A renovação do meu contrato não é o mais importante neste momento. Sinto-me um privilegiado pela oportunidade que tive, tenho noção de que há muita gente a querer o meu lugar, mas neste momento isso [a questão da renovação] não é o mais importante: é o jogo com o Rio Ave. Tenho, de resto, mais um ano de contrato.

O objetivo improvável: “Só estou focado no jogo com o Rio Ave e em conquistar os três pontos, fazendo o Vitória regressar às competições europeias. Esse era um objetivo com que ninguém contava no início da época. E isso só foi possível porque o Vitória tem, de facto, grandes profissionais, apoiados por um grande staff, que não lhes falta com nada”.   

De bem com a vida e a equipa: “Não sou um homem desequilibrado, com dois tipos de liderança. Falei o que falei no fim do jogo com o Sporting porque entendi que devia fazê-lo. Quem partilhou balneários de equipas profissionais, entenderá por certo os motivos dessas declarações. Não está cá nenhum homem perdido, nem um homem desequilibrado. Não sou homem de dizer que os atletas são fantásticos e que depois diz que são mimados só porque perde. Já provei que não sou nada disso ao longo da época. E as duas vitórias consecutivas que aconteceram depois não tiveram nada a ver com essa conversa. Temos um bom grupo de trabalho, com atletas fantásticos que deram boas respostas nos jogos seguintes. Não tenho duas formas de liderar. Se assim fosse, não seria um mau treinador, seria antes um mau homem. Posso até não ter a competência necessária para ser treinador do Vitória, mas sou um bom homem. Acreditem. Falei o que falei porque entendi que devia falar. Quando me sentei aqui, no primeiro dia, fiz uma promessa a mim próprio: teria de ser eu próprio sempre. E naquele momento fui eu. Estou bem comigo e com o grupo de trabalho. Isso é o mais importante. O que escreveram e as mensagens que me mandam não importam. Estou bem comigo e com o grupo de trabalho”.          

A renovação de Bruno Varela: “Significa muito para mim. O Bruno Varela reúne tudo aquilo que um treinador aprecia. É um fantástico capitão, tem grande rendimento. Ter um grande guarda-redes na baliza é um grande conforto para a equipa e para os adeptos”.