Na antecâmara da última atuação da época em casa, Moreno Teixeira apelou à forte presença dos adeptos para que a equipa se apresente vigorosa num jogo em que só interessa ganhar. De olhos postos nos 53 pontos e sem vontade nenhuma de deixar o quinto lugar, conquistado em Vila do Conde, na jornada anterior, e cheio de vontade de recuperá-lo, o treinador promete um Vitória SC a dar tudo na reta final de uma longa corrida
O Vitória Sport Clube ainda tem contas por fechar e Moreno Teixeira quer voltar ao quinto lugar neste domingo, na receção ao Gil Vicente, um adversário que poderá tornar-se bicudo por já estar livre de pressão. De volta ao sexto lugar à condição, a equipa vimaranense segue forte para a ponta final do campeonato e, segundo o treinador, tudo fará para somar, pela primeira vez nesta época, o quarto triunfo consecutivo. Os adeptos, que deverão apresentar-se em peso no Estádio D. Afonso Henriques, farão o resto, a partir das bancadas.
Que Vitória para o último jogo da época em casa? “Queremos ganhar. Preparámos a equipa para isso. Vamos jogar pela última vez, nesta época, perante os nossos adeptos e queremos oferecer-lhes uma vitória. Vai dar trabalho. O Gil Vicente já fez o seu campeonato e, na minha opinião, vale muito mais do que a posição que atualmente ocupa na classificação. Nunca é demais relembrar a posição do Gil na época passada e não me parece que a equipa tenha sofrido uma reformulação muito grande. Está lá qualidade. Refiro-me, por exemplo, a Fran Navarro, Vítor Carvalho, Fujimoto… Vários jogadores de qualidade transitaram da época passada, se calhar até para outros patamares. Vamos ter por isso dificuldades, mas estamos preparados. Sinto a equipa motivada e a querer ir muito para jogo, sabendo que amanhã haverá um grande ambiente no nosso estádio, atendendo à hora e ao momento. Vamos tentar, no entanto, que nada disso nos condicione”.
Jogo com o Arouca serviu de lição: “Preparei este jogo a falar da partida que fizemos contra o Arouca há dois meses. Nessa altura também estávamos numa série positiva, havia um grande ambiente no estádio e eu até assinava por baixo se me dissessem que seríamos capazes de apresentar outra vez a mesma qualidade de jogo… A verdade é que perdemos esse jogo. Tentámos perceber os motivos e julgo que isso nos fez crescer. É com essas aprendizagens que se melhora. Estamos num contexto parecido, mas queremos muito acabar com uma vitória, fechando a jornada com 53 pontos”.
Data para o regresso já está traçada: “Há uma diferença muito grande entre ficar em quinto lugar ou em sexto, por tudo. Ficando em quinto lugar, entraremos numa eliminatória mais avançada da UEFA e há o prestígio de ficar em quinto lugar. Isso é muito claro. Quanto a ganharmos ou perdermos uma semana nas férias em função da classificação final, não será tanto assim. O planeamento do início da próxima época está feito: ficando em quinto ou em sexto lugar, o dia do regresso será o mesmo. Depois de uma época tão desgastante, em que fomos os primeiros a começar, entendo que os atletas precisam de descansar, de um número exato de férias. Por isso, independentemente de ficarmos em quinto ou em sexto lugar, está marcado, mas queremos muito ficar em quinto lugar, por tudo. Sabemos que dependemos de nós e do nosso jogo. Não preparámos o jogo em função do que pode fazer o adversário, só pensamos naquilo que nós queremos fazer”.
Cedo para balanços: “Este não é o dia para fazer balanços. Estamos só concentrados no jogo de amanhã. Os balanços fazem-se no fim da época; aí, sim, veremos o que fizemos bem. E fizemos de facto muita coisa bem, mas também há outras em que devemos melhorar no futuro. A época ainda não terminou, ainda há muita coisa em jogo”.
O desafio: “Pela primeira vez, esta época, vamos tentar somar quatro vitórias consecutivas. E não é fácil conseguir isso neste campeonato. Vejam as dificuldades que têm sentido Benfica, FC Porto e Sporting, entre outras equipas. Temos esse desafio e vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para conseguir esse objetivo, percebendo que o adversário é uma equipa muito boa e que jogará num contexto sem grande pressão. Sinto, porém, o meu grupo muito motivado e a querer fazer bem as coisas. Isso dá-me conforto. Queremos muito acabar a jornada com 53 pontos”.
Todos os centrais disponíveis: “Isso dá-me conforto e, ao mesmo tempo, dores de cabeça. Mas prefiro ter essas dores de cabeça. Os últimos resultados têm a ver precisamente com isso: havendo mais opções, aumenta a qualidade dos treinos. Acontece isso com todos os clubes. Felizmente o grupo está muito estável neste momento; cabe-me agora escolher os melhores. São boas dores de cabeça”.
Grande ambiente no estádio: “Os adeptos do Vitória gostam de ser provocados e surpreendem sempre. A mim nunca me irão surpreender. Pelo que me vão dizendo os responsáveis do clube, acredito que o estádio apresentará um grande ambiente. Esperamos que seja um dia à Vitória, mas temos de fazer o nosso trabalho, sem nos desfocarmos das nossas tarefas. Queremos grandes ambientes, queremos um grande ambiente no Estádio D. Afonso Henriques, mas sem nos desfocarmos no nosso trabalho em termos individuais e coletivos”.
Perseguido como treinador? “Sou um homem equilibrado. Simplesmente gostaria que houvesse mais bom-senso e compreensão em todas as áreas profissionais. Haveria muito para falar sobre a questão dos cursos dos treinadores, mas o meu foco é só o jogo com o Gil Vicente. Não me quero desgastar com mais nada. Quero é ajudar os meus atletas a ganhar a partida com o Gil Vicente”.