Puxando atrás o filme de uma época rica em emoções fortes, o avançado dá conta de um grupo inteligente a gerir os sucessivos “altos e baixos”, rumo a um novo apuramento europeu. “É na UEFA que deve andar sempre o Vitória”, defende
Autor do golo que fez os adeptos explodir de alegria no último jogo d época disputado no Estádio D. Afonso Henriques, Anderson Silva sente que acertou em cheio ao ter apostado no Vitória Sport Clube para relançar a carreira. O coração teve, porém, de bater forte para aguentar uma longa e dura temporada. Nem tudo correu bem, mas a equipa correu sempre na direção certa, orientada por um treinador especial, a exigir “sempre mais” ao mesmo tempo que passava “garra e motivação” para os jogadores. Sob o comando de Moreno Teixeira, o Vitória selou o desejado apuramento europeu antes do fim do campeonato e o avançado brasileiro até admite que os fervorosos adeptos poderão ser surpreendidos na próxima temporada com um desempenho ainda melhor.
Balanço da época: “Tivemos altos e baixos ao longo da época, mas conseguimos gerir bem isso, especialmente quando as coisas não estavam a correr bem. Tivemos jogos em que dávamos o máximo e a bola não entrava. Arranjámos sempre forma de dar a volta por cima com inteligência. Temos sempre de olhar para cima, mas o balanço é muito positivo”.
As expetativas mudaram: “Havia de facto essa desconfiança no começo da época. Poucos acreditavam em nós. A equipa era nova, composta por muitos jovens, e a expectativa das pessoas não era, naturalmente, muito grande. Tínhamos essa perceção, mas tratámos de fazer o nosso trabalho certinho e acabámos por surpreender muito gente”.
Carreira relançada em Portugal, com oito golos marcados, depois de uma má experiência na China: “Sempre me senti mais à vontade em Portugal. Queria fazer uma boa época e deu para recuperar a confiança perdida. Fiz oito golos, mas tenho a noção de que devo almejar algo mais porque sou um avançado. De qualquer modo, tentei sempre ajudar a equipa”.
Apontou o golo da vitória no tempo extra, frente ao Gil Vicente: “Senti uma alegria muito grande. A minha mãe, o meu irmão e a minha namorada estavam no estádio e, por isso, foi um momento gratificante fazer esse golo. Pretendo repetir quando eles voltarem a assistir a jogos meus no nosso estádio”.
Mensagem do irmão Clóvis: “No mesmo fim-de-semana, ele já tinha sido o homem do jogo pelo Ac. Viseu e disse-me que aquele seria o meu dia. Assim foi. Temos de agradecer a Deus por essa graça”.
A próxima época: “Que seja ainda melhor do que esta para o Vitória. Realizámos o sonho de apurar o clube para uma competição da UEFA em duas épocas seguidas. Foi muito bom. É na UEFA que deve andar sempre o Vitória”.
A competitividade entre os avançados: “A equipa tem vários jogadores de qualidade na minha posição. Houve uma competitividade boa entre mim, o Safira e o André Silva. O Safira e o André Silva são grandes jogadores; caso contrário, não estariam no Vitória. Não estamos nesse clube à toa. Admiro-os e o ambiente é muito bom entre todos, em todo o balneário. Há grande amizade entre todos”.
A influência de Moreno Teixeira: “Tem a capacidade de levantar o estádio. Impressiona a garra e a motivação que passa para todos os nós. Quer sempre mais e isso ajuda muito a equipa. Fora do trabalho, é um homem cinco estrelas, um amigo. Foi muito importante nesta temporada e, naturalmente, teve um papel especial neste apuramento do Vitória para uma competição europeia”.
Os adeptos: “Os adeptos são incríveis. E o emblema pesa. Até o hino mexe com o nosso coração, não é brincadeira. Sentimos os adeptos sempre ali e isso ajuda muito os jogadores. Com o apoio da torcida, sentimo-nos sempre mais leves em campo”.