O reencontro do Vitória SC com os triunfos implicou esforços extra e muita emoção. Depois de um mau arranque, que o Estoril traduziu para dois golos, a equipa comandada por Paulo Turra carregou a fundo no acelerador e deu a volta ao marcador, com golos de André Silva, João Mendes e Safira
O jogo com o Estoril Praia funcionou como eletrocardiograma para jogadores, técnicos e adeptos do Vitória Sport Clube. Foi necessário ter coração forte e uma vontade indómita de ganhar e os visitados não fizeram a coisa por menos, compensando na segunda parte um começo pálido e marcado por erros defensivos evitáveis, com o adversário a aproveitar para marcar, por intermédio de Tiago Araújo e Rodrigo Gomes. A reação dos conquistadores foi poderosa e os golos de André Silva (56’), João Mendes (69’) e Safira (90+3’, de penálti) aconteceram de forma natural, premiando a equipa que teve mais posse de bola (65%), mais remates (25 contra nove) e mais cantos (11 contra dois), entre outros aspetos estatísticos dignos de relevo. Em suma, o Vitória SC empenhou-se a fundo para superar a desvantagem e, por isso, a reviravolta (3-2) aconteceu de forma lógica, consumando-se assim o regresso aos triunfos e ao quinto lugar, em igualdade pontual com o Braga, isto num dia em que todos envergaram o nome da lenda Marinho Peres nas camisolas.
Assistiu-se a uma espécie de corrida de trás para a frente, com emoção a rodos, futebol de ataque e oportunidades para todos os gostos. À passagem da primeira meia hora, o Vitória SC já se via a perder por dois golos, mas ninguém se deixou apoderar pela pressão. Essa terá funcionado, aliás, como combustível para os conquistadores na fase mais delicada da partida e a verdade é que o Estoril passaria por apuros antes ainda do intervalo, quando provavelmente já pensaria em gerir a vantagem. Na frente, Jota Silva, André Silva não davam tréguas aos defensores contrários e até Manu Silva passou a aparecer mais vezes na frente, ora na condução, ora na expectativa de tirar partido da sua boa meia distância. As incursões do central pela faixa central causavam desequilíbrios evidentes ao adversário e acabaram por valer a expulsão de Holsgrove, precisamente na sequência de dura entrada ao tendão de Aquiles do jogador vitoriano. Golo de André Silva.
Em desvantagem numérica, de pouco valeu aos canarinhos baixar linhas. Jorge Fernandes, num desvio de cabeça, ainda ameaçou o golo em cima do intervalo e a toada ofensiva dos vimaranenses acabou por subir de tom na segunda parte, reflexo também das entradas de Nelson da Luz, Zé Carlos e Safira. As substituições operadas por Paulo Turra funcionaram em pleno: o Vitória SC tornou-se mais ofensivo e imprevisível nas movimentações e recuperou o tal poder de fogo que parecia perdido, como se percebeu quando, num livre cobrado por Tiago Silva, apareceu André Silva a cabecear para o fundo das redes. O golo mexeu com os jogadores do Estoril e, por entre mais oportunidades criadas e perdidas, o Vitória voltaria a acertar na baliza à guarda de Marcelo Carné, num lance trabalhado por Tiago Silva e Bruno Gaspar. O cruzamento do segundo saiu perfeito e João Mendes desviou de primeira para júbilo da plateia.
O xeque-mate aconteceria no tempo extra. Uma falta de Vital sobre Safira na grande área não passou incólume e o videoárbitro confirmaria a infração, validando a consequente grande penalidade que seria executada com sucesso pelo avançado brasileiro. Bem posicionado na maratona do campeonato, o Vitória SC visita o Famalicão na próxima jornada.
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