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“Vivo em Guimarães há cinco anos. Até parece que o meu destino já estava traçado”

Embalado por uma exibição prometedora na Taça, Mangas estreou-se por fim no D. Afonso Henriques, contribuindo para uma goleada sonante sobre o Chaves. Para trás ficou uma delicada lesão que o afastou dos relvados durante três meses; agora é tempo de cumprir um plano muito claro de objetivos   

Nem a invulgar tempestade que se fez sentir no Algarve, por ocasião do jogo com o Moncarapachense, chegou para inibir o furacão Ricardo Mangas. Três meses de cativeiro absoluto, motivados por uma inesperada lesão no adutor esquerdo sofrida em plena pré-época, quando ainda saboreava uma transferência há muito desejada, soaram a eternidade e, por isso, o lateral-esquerdo nada estranhou mal teve luz verde para voar no relvado. Esteve em grande na Taça de Portugal e não fez a coisa por menos na receção ao Chaves, marcada por um triunfo categórico (5-0), em plena estreia no Estádio D. Afonso Henriques, fabricando assistências para golos nos dois jogos, entre muitas outras ações. Residente em Guimarães há já cinco anos, acompanhado da família, o jogador de 25 anos, natural de Olhão, sente-se por fim em casa e está disposto a defendê-la com tudo, ao mesmo tempo que sonha com a conquista de títulos. Até lá, há importantes etapas para superar e, numa entrevista à comunicação do Vitória SC, Mangas não deixou margem para dúvidas em relação à visita de domingo ao Moreirense: só interessam os três pontos. O precioso empurrão dos adeptos será, naturalmente, indispensável.                 

O passado e o presente: “Foram três meses longos [para recuperar de uma lesão e de uma cirurgia]. Muito longos. Foi um trabalho em conjunto com o departamento médico do Vitória SC durante o qual fui muito ajudado pelos meus colegas de equipa. Foram tempos complicados e também contei, naturalmente, com o apoio da minha família e da pessoa que vive comigo. Foi difícil digerir essa paragem. Estava muito entusiasmado. Tinha assinado por um dos maiores clubes do país e só pensava em ajudar, dando o máximo. E isso não foi possível ao longo desses três meses, mas já passou. Nesta altura sinto-me bem e, naturalmente, estou novamente preparado para dar aquele contributo que sempre desejei dar”.

Nervosismo na estreia em casa? “Nervosismo? Não sou esse tipo de pessoa. Estava supertranquilo. Senti-me muito bem nessa estreia. Foi muito bom esse momento, naquele grande estádio e perante aqueles grandes adeptos do Vitória. E ainda por cima fiquei associado a uma grande vitória”.

Empunhou um terço na mão: “É um ritual meu. Até costuma ser antes do início de cada jogo. Quando a equipa se perfila em campo, tenho sempre esse terço comigo. Veio do Vaticano. Foi a minha princesa que me ofereceu e levo-o comigo para todos os jogos. Gosto de me agarrar a esse tipo de coisas. Sou um homem de fé. Sinto que isso me ajuda e me prepara para cada partida”.

Leva duas assistências, falta o primeiro golo: “Saí um bocado chateado do jogo com o Moncarapachense. Podia ter feito dois ou três, mas não calhou. Sinto, no entanto, que estou a ajudar a equipa. Sou mais um ajudar e isso é o que eu mais quero”.

Um algarvio a viver em Guimarães há cinco anos: “Quando me transferi para o Aves, há cinco anos, os meus pais resolveram acompanhar-me. Era a minha primeira experiência como futebolista profissional e, logo nessa altura, optámos por ficar numa casa em Guimarães. E não voltámos a mudar de residência. Ficámos logo apaixonados pela cidade e pelo seu ambiente. Impressionou-nos aquela devoção pelo Vitória SC e que se sente em todas as ruas da cidade. A minha irmã depressa se tornou vitoriana, muito antes de eu ter assinado pelo clube, e a verdade é que não falha um único jogo no Estádio D. Afonso Henriques. Fazendo uma retrospetiva, até parece que o meu destino já estava traçado”.

Escondeu o convite da irmã e dos pais: “Nem pensei muito. Dei logo o meu ‘ok’ quando me falaram do interesse do Vitória SC. Nem sei se a minha irmã sabia desse interesse até se tornar oficial a transferência. Escondi isso ao máximo. Nem sei o que disseram os meus pais, mas tenho a certeza de que todos ficaram muito contentes”.

Associado ao melhor ciclo do Vitória (quatro triunfos consecutivos): “Esse ciclo dá-nos, acima de tudo, confiança para a visita ao Moreirense. Temos que continuar a ganhar, esse é o nosso foco. Queremos ganhar todos os jogos. Trabalhamos todos os dias para isso. O grupo está muito forte e unido. Há um espírito de entreajuda permanente. Tenho a clara noção de que encaixei num grande grupo, o melhor de todos desde que sou profissional, de longe. Senti isso desde o primeiro dia em que me juntei à equipa, ainda durante o estágio no Algarve. Estou, por isso, grato aos meus colegas: tornaram tudo mais fácil”.

Metas para esta época: “Vamos pensar jogo a jogo. Eu tenho o sonho de conquistar títulos pelo Vitória SC. Vou fazer tudo por isso, eu e os meus colegas. Somos todos apaixonados pelo jogo e temos uma grande vontade de ganhar. Queremos fomentar ainda mais essa cultura do clube”.

A força dos adeptos: “Os nossos adeptos são o 12.ª jogador da equipa. Empurram-na para a frente. O Vitória SC tem essa grande força. Contamos com eles na visita de domingo ao Moreirense. Tendo-os do nosso lado, estamos sempre mais próximos de alcançar o sucesso”.